sexta-feira, 29 de outubro de 2010

“O dedo podre do homem”

O ser humano consegue interferir no meio ambiente até após sua morte!

Por Jessica Pauletti (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Muitos já devem ter ouvido falar sobre o chorume que é produzido nos lixões. Este é altamento tóxico e pode poluir os cursos hidrícos e, consequemente, afetar as pessoas que entram em contado com a água. Além deste tipo de chorume, temos um outro que é proveniente do líquido dos cadáveres enterrados nos cemitérios: o necrochorume. Este também possui características tóxicas, assim como o chorume dos lixões, no entanto, seus efeitos não são conhecidos, ou são poucos conhecidos pela população, podendo prejudicar a qualidade de vida dos indivíduos, sem que eles saibam.

Para saber mais a respeito do necrochorume, o Comunica convidou a professora de geografia, Dirce Rampanelli, que hoje trabalha no setor da documentação do Colégio Estadual 12 de Novembro, para falar sobre esse assunto, que tem a ver conosco, que sofremos a interferência da ação desse líquido em vida e somos produtores deste em morte.

Comunica: Professora Dirce, porque muitas pessoas nunca ouviram falar ou, se ouviram, sabem muito pouco sobre o necrochorume?

Professora Dirce: Dificilmente as pessoas dão a devida atenção ao tema, acredito que seja pelo fato de o cemitério ser um campo santo, um monumento à memória de entes queridos e que os vivos fazem questão de perpetuar ao longo do tempo, como que, se alguma violação ocorrer estejam cometendo um crime contra o corpo que está ali depositado. Acredito que a herança cultural que recebemos de nossos pais é que nos faz agir desse modo, fazendo-nos esquecer que aquele corpo em decomposição causa males imensos à saúde dos AINDA vivos.

Existem poucos escritos sobre os cemitérios e suas consequências, porque esse tipo de construção adquiriu a condição de inviolabilidade no que tange à pesquisa científica em seus diferentes aspectos, pois é olhada com reprovação pela maioria das pessoas, pois força-nos a lembrar de um lugar para onde vão entes queridos, sonhos e lembranças que acalentamos durante nossa vida e que, sem aviso prévio, nos é tirado.

ADMITIR QUE SOMOS CAPAZES DE DESTRUIR A NATUREZA MESMO DEPOIS DE MORTOS é algo impensável para a maior parte da população. Mesmo sabendo que já nascemos poluindo é complicado...(basta lembrar dos medicamentos usados no parto...).

Comunica: Como o chorume dos lixões, o necrochorume também é tóxico. Qual sua taxa de poluição? É maior ou menor que o dos lixões?

Professora Dirce: Bem, necrochorume, apesar de pouco divulgado, é um problema preocupante pois 95% da água potável do mundo está no subsolo, segundo a ABAS (Associação Brasileira de Águas Subterrâneas). Os dados ainda não são muito precisos, visto a pouca literatura existente. Mas, vamos considerar um cadáver adulto de 70 Kg. Na decomposição, produz 24 litros de gazes variados e 30 litros de necrochorume. Este é rico, tem 60% de água, 30% de substâncias mineralizadas e 10% de substâncias orgânicas. É mais denso do que a água, tem cor acastanhada ou acinzentada, e muito mau cheiro. No nosso clima, o cadáver leva aproximadamente 3 anos para ser decomposto. A CADAVERINA E A PUTRECINA são substâncias geradas quando se morre, mas que na idade média eram utilizadas como veneno. A essas substâncias tóxicas pós morte, podemos acrescentar a quimioterapia, radioterapia, xampu dos cabelos, pasta dental, remédio de gripe e etc etc etc. Se você falece por exemplo, doente, vai carregar junto com a água que você tem no corpo todos os microorganismos que você tinha quando doente para o lençol freático que pode estar abaixo do cemitério.

Contudo, quero deixar claro que, segundo alguns estudiosos, nem todo cemitério contamina o meio ambiente. Quando o solo tem boa capacidade natural de depuração, com alto teor de argila, e o nível do lençol freático tem profundidade acentuada, permite o tempo necessário para que a ação dos microorganismos decomponha o necrochorume em susbtâncias simples, inofensivas ao homem. Neste caso, o necrochorume se transforma em adubo orgânico e as bactérias e vírus do cadáver morrem. O perigo à saúde pública só existe onde a localização dos cemitérios é inadequada. É necessário às companhias de água e esgoto de cada estado (como a CETESB, SANEPAR e a CASAN) e à vigilância sanitária que fiscalizem os cemitérios municipais.

Comunica: Existe alguma forma de tratamento já desenvolvida para ser aplicada ao necrochorume? E ele pode ser usado em alguma coisa?

Professora Dirce: O problema é grave e a resolução para este deve ser rápida! O Ministério do Meio Ambiente deveria criar uma cláusula na nossa Constituição que determinasse que cemitérios devem ser afastados das cidades, e também de lençóis freáticos, além de conter filtros. Esses filtros, apesar de terem um elevado custo, impedem que o necrochorume entre nos lençóis freáticos ou em rios e são a alternativa mais rápida e viável para o problema. Em minhas pesquisas a respeito do assunto, descobri que hoje já existem modernos produtos para solucionar o problema. As pastilhas podem ser consideradas uma ótima solução no que diz respeito ao necrochorume, elas contem uma imensa quantidade de bactérias selecionadas que possuem alta capacidade de digerir matéria orgânica, são colocadas dentro da urna funerária. Além da pastilha, existe também a Manta Absorvente de Necrochorume, considerado também um recurso eficiente. Ela é colocada dentro da urna revestindo todo o seu interior e, na medida em que o corpo vai liberando líquidos, a celulose vai o absorvendo, impedindo que o mesmo extravase e fazendo com que ele permaneça na urna pelo tempo necessário da decomposição sem contaminar a urna, a sepultura e o meio ambiente como um todo.

Comunica: Sabendo que se trata de uma questão de ordem pública e envolvendo a saúde das pessoas, na sua opinião, como os órgãos públicos lidam com esta situação?

Professora Dirce: A polêmica em torno das possíveis contaminações causadas pelas necrópoles ao meio ambiente forçou órgãos ambientais a fiscalizar e multar cemitérios públicos e privados. Em 1987, o Brasil foi o primeiro país do mundo a ter normas de procedimentos ambientais voltadas para cemitérios. Estas normas são definidas também em nível municipal, como é o caso de São Paulo, cuja resolução n.º 131/CADES/2009, determina os critérios para o licenciamento ambiental de cemitérios.

O problema do necrochorume acontece devido à falta de um projeto geoambiental e hidrogeográfico que é reforçada pela inexistência de políticas de manutenção e fiscalização nestes locais. É necessário que órgãos competentes e a sociedade saibam dos problemas ambientais provocados por cemitérios, informando-se e sensibilizando-se, propondo medidas de gerenciamento ambiental em relação à implantação e à manutenção de cemitérios na área urbana.

Acredito que na atual situação de preservação de nossos mananciais, a partir da problemática da água, os órgãos públicos se manifestem com mais praticidade.

Comunica: Falando agora mais precisamente da nossa cidade, Realeza, como este problema está sendo encarrado? A sociedade daqui tem noção disso?

Professora Dirce: Olha, eu não tenho nenhuma informação a respeito do cemitério de Realeza. Minha pesquisa está engatinhando ainda, não conversei com a vigilância sanitária daqui.

Comunica: Por que você se interessou em estudar esse assunto?

Professora Dirce: Esse é um assunto que me incomoda, por isso meu estudo particular sobre o mesmo. Como professora de Geografia e amante das questões ambientais, me incomoda ouvir sempre das pessoas a seguinte indagação: será que o problema de tantas doenças novas, especialmente o câncer que tem tanto em Realeza, é por causa da água? “Assim começou minha dúvida e minha atração pelo assunto”, mas não fiz nenhum projeto ainda sobre ele, com exceção de uma discussão online, via orkut, e pesquisa bibliográfica com meus alunos do 2º ano do ensino médio do Colégio Real.

Comunica: É possível uma parceria entre a senhora e os acadêmicos da UFFS, para a discussão e realização de trabalhos envolvendo o assunto necrochorume?

Professora Dirce: Com certeza, dentro das possibilidades de meu tempo, podem contar comigo.


O Comunica espera que após esta entrevista, os acadêmicos tomem conhecimento desse assunto e o divulguem, já que é de suma importância para todos, visto que nos interfere diretamente. Além disso, os estudantes podem se disponibilizar para a realização de trabalhos que visem informar tanto a população em geral quanto as autoritades. Desse modo, se inseridas as práticas indicadas pela professora, como o uso de pastilha e manta absorvente nas urnas, será possível garantir qualidade de vida para os que ainda estão vivos, preservando a lembrança dos que já faleceram.

Bolsas servem como estímulo aos acadêmicos da UFFS campus Realeza

Por Josiane Ribeiro (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O programa de Bolsas de Assistência Estudantil oferecido no primeiro ano da Universidade Federal da Fronteira Sul já proporcionou mudanças na rotina dos acadêmicos. No campus de Realeza, com apenas dois depósitos realizados, percebe-se o quão positiva está sendo esta ajuda.

Alunos oriundos de outras cidades têm altos custos com aluguel e alimentação, agora parte deles desfruta de um auxílio de R$250,00 provindo da bolsa permanência, que tem por objetivo justamente complementar a renda desses acadêmicos estimulando e trabalhando o seu interesse pelo curso, afastando-os assim da desistência. Esse dinheiro também tem tido grande importância para os alunos que utilizam o transporte de sua cidade até a universidade, como é o caso do acadêmico do curso de Letras, Ivan Lucas Faust que, ao ser questionado sobre os efeitos da bolsa permanência, relata: “a partir do momento que passei a receber a bolsa, as coisas começaram a mudar, as dívidas começaram a diminuir, minha família está aos poucos quitando-as. A expectativa para o ano que vem é de que estaremos com o saldo no nosso orçamento familiar, positivo”. Isso demonstra a importância que a bolsa tem tanto na vida acadêmica como familiar dos estudantes.

Os beneficiados pelos R$450,00 da bolsa de iniciação acadêmica têm trabalhado em projetos desenvolvidos por seus orientadores, o que estimula a pesquisa e o anseio pelo saber, contribuindo significativamente na melhoria do desempenho acadêmico dos estudantes.

Por se tratar do primeiro ano de implantação das bolsas, sabe-se que nem tudo saiu como planejado, porém os próximos editais já estão sendo trabalhados e existe a intenção de que para o ano que vem sejam aumentadas as modalidades de bolsas. Além disso, as expectativas financeiras com relação ao PNAES (Plano Nacional de Assistência Estudantil) são positivas, segundo Aline Scher, assistente social da UFFS campus de Realeza.

A última novidade com relação às bolsas é que agora poderão ser feitas denúncias sobre as irregularidades no recebimento. Basta procurar a assistente social do campus em questão ou enviar um e-mail para: programabolsas@uffs.edu.br informando o nome do aluno a ser denunciado juntamente com o campus e a justificativa de irregularidade existente, lembrando que a denúncia poderá ser anônima.

Confraternização do curso de Letras

Sábado de aula na UFFS do curso de Letras conta com confraternização dos acadêmicos.


Acadêmicos do Curso de Letras da UFFS em confraternização.

Por Jezebel Batista Lopes (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

No último sábado (23), os acadêmicos do curso de Letras da Universidade Federal da Fronteira Sul-UFFS/Campus Realeza juntamente com a Prof. Dra. Lucimar Fossatti de Carvalho organizaram um café da manhã para “embalar” a aula de sábado.

Os graduandos do curso de Letras, para aproveitar o momento em que estavam reunidos no sábado, organizaram um café da manhã, com muitas delícias e com o típico chimarrão, com o propósito de interagir melhor com seus colegas e proporcionar durante a aula um momento de lazer.

Segundo a professora Lucimar, “o que ocorreu na sábado foi uma aula normal, onde os alunos combinaram fazer uma confraternização em conjunto o que resultou num momento de amizade e descontração. São momentos importantes na vida acadêmica, pois direcionam os alunos na troca de experiências, incentivando-os na participação comunitária.”

O acadêmico Alceni Langner comentou que “estar em classe em um sábado é algo diferente, que não o fazíamos no Ensino Médio. Embora num primeiro olhar seja algo ruim devido à ocupação excessiva do nosso tempo, podemos ver agora que essa possibilidade em junção com a necessidade está nos proporcionando ótimos momentos onde, além de estarmos estudando as devidas disciplinas, ainda há uma confraternização entre alunos e professores, isso é muito agradável.”

A acadêmica Taíse Moraes disse que “em primeiro lugar a aula de sábado foi muito proveitosa. Pela primeira vez, notei que a turma interagiu, teve união, trocamos ideias, rimos, foi legal. Acho que deveríamos fazer mais vezes, é importante para nossa formação, entrarmos nesse ritmo de amizade, é muito ruim um local onde há muitas divisões.”

Acadêmica Daniela do Curso de Letras

As mãos que guiam os pequenos no caminho da leitura

Professores da Rede Pública Municipal falam como têm sido o ensino da prática da leitura.


O jornal Diarinho é um projeto do jornal Diário do Sudoeste em parceria
com a Prefeitura de Realeza, produzido a fim de incentivar
a leitura e a produção textual.

Por Marina Maria Rodrigues e Patrícia dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O ensino da prática da leitura é motivo de constante discussão dos profissionais da área da educação. A Rede Municipal de Ensino de Realeza possui um total de 7 escolas de Ensino Infantil, sendo duas em localidades interioranas, e cinco na cidade. Dessas cinco, três atuam em tempo integral e duas em meio período. Essas escolas são coordenadas pela Secretaria de Cultura e Educação de Realeza.

A Profa. Leocádia Andreolli, secretária municipal de Cultura e Educação, falou sobre as escolas integrais que hoje têm um importante papel na sociedade realezense e sobre os projetos que a Prefeitura vem realizando no ensino da leitura: “Os projetos de maior resultado são o Baú do Conhecimento e a Gibiteca. Atualmente são sete baús para as escolas e um para as creches municipais. Nesses baús há diversos livros dinâmicos, novos, que trabalham bastante a ludicidade das crianças. São livros e gibis diferentes, variados e têm sido a maior atenção da criançada”.

Além disso, a Prof. Leocádia comentou sobre o “Diarinho”, que é um projeto do jornal Diário do Sudoeste, da cidade de Pato Branco. Juntamente com a prefeitura de Realeza, foi criado o Núcleo Regional de Realeza, que uma vez por mês recebe representantes das escolas das seguintes cidades: Barracão, Santo Antônio, Pérola D'Oeste, Capanema, Bela Vista da Caroba e Santa Izabel.

O Diarinho não é apenas uma ferramenta só para a leitura e sim para os alunos terem contato com diversos gêneros textuais. As edições contêm reportagens voltadas para a idade deles, e, muitas vezes, o conteúdo é produzido pelos próprios alunos.

Escola Menino Jesus

Uma das escolas integrais é a Escola Municipal Menino Jesus, a qual possui 170 alunos e tem apresentado resultados satisfatórios. No período matutino, as aulas são normais e, na parte da tarde, os alunos têm oficinas de artesanato, esporte, circo e outras atividades de recreação.

Em conversa com o Comunica, a coordenadora pedagógica Profa. Clair Rozane Korb Lazari comenta sobre as dificuldades e os métodos de ensino na prática da leitura: “a prática da leitura deve acontecer diariamente, principalmente nas séries iniciais do pré ao 2º ano, em que as professoras trabalham muito com a leitura de imagem, a ludicidade e a leitura coletiva que é muito importante no aprendizado, explorando o leitor dentro das crianças. Os 3º, 4º e 5º anos trabalham a leitura tanto no período da manhã quanto à tarde. Já aos livros da escola, os alunos têm acesso através do professor. O importante é que eles não obrigam os alunos a ler e sim a aprender a gostar. Um dos fatores que prejudicam a leitura de um livro é estarmos rodeados de imagens”.

Escola 24 de Junho

A Escola Municipal 24 de Junho é tradicional no Município. São 370 alunos no total, estudando em período normal. A diretora Geni S. Prinz falou sobre a prática da leitura de seus alunos: “A leitura é estimulada desde a pré-escola. Outro estímulo é o Baú de Conhecimento, a Gibiteca e o Diarinho para as séries finais, além de nossa escola ter o momento da leitura quando toda a escola para para ler. A maior dificuldade para os alunos é a concentração na hora da leitura porque eles não têm esse hábito. A escola procura interagir com os pais, a fim de que exista um incentivo da leitura também em casa, essa parceria 'pais e escola' é de grande importância para que haja uma sintonia em prol do desenvolvimento intelectual da criança”.

Escola Municipal Independência

A Escola Municipal Independência também atua no período integral e possui uma estrutura física excelente. Os alunos têm aulas pela manhã e no período vespertino participam de diversas atividades recreativas.

Segundo a diretora Neusa Foiatto, as atividades realizadas no período da tarde possibilitam que haja um maior contato com os pais, o que melhora o desenvolvimento do aluno. Explicou que são realizadas aulas de leitura e o nível de dificuldade das crianças é baixo: “Trabalhamos com produção textual, leitura de imagens para a primeira série e oficina de teatro em que são utilizados clássicos infantis dinamizados inclusive com fantoches”.

Biblioteca Municipal

O município de Realeza conta também com a Biblioteca Pública, na Casa da Cultura. Tem um acervo considerável e espaços apropriados para leitura, com tapetes, pufes e sofás. São espaços para que as escolas trabalhem a leitura, pesquisas e estudos.

A bibliotecária Cleomari da Silva, comentou sobre a frequência de crianças na biblioteca e das escolas de Realeza: “Poucas crianças vêm aqui para ler, elas vêm para pesquisa, mas é considerável o número de empréstimos. Outra questão é que não há muita participação de pais que acompanham os filhos na biblioteca”. A bibliotecária comenta também sobre da necessidade de incentivo dos professores quando vão à biblioteca, “deve haver mais interação do professor na hora da leitura aqui, muitos professores chegam e não participam do momento da leitura juntamente ao aluno.”

Outro incentivo à leitura no município é a construção de um nova biblioteca no centro da cidade, “Biblioteca do Cidadã”, a qual está sendo construída com verbas estaduais em terreno cedido pelo Município, no centro da cidade. A Biblioteca Cidadã será inaugurada ainda esse ano.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Biblioteca: uma ponte para o saber

Saiba como funcionam os processos administrativos que possibilitam o funcionamento das bibliotecas nos campi da UFFS.



As alunas do Curso de Medicina Veterinária, Júlia e
Marina, na inauguração da biblioteca do Campus Realeza.

Por Patrícia dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)
Foto: Christiano Castellano/UFFS

Os cinco campi da Universidade Federal da Fronteira Sul (Chapecó-SC, Cerro Largo-RS, Erechim-RS, Laranjeiras do Sul-PR e Realeza-PR) foram contemplados com bibliotecas ainda no primeiro semestre.

A interligação dessas bibliotecas se dá através de um Sistema de Bibliotecas (SiBi/UFFS), e é assessorado por três divisões: Divisão de Administração, Planejamento e Projetos; Divisão de Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento de Produtos; e Divisão de Políticas de Acervos e Tratamento da Informação.

A bibliotecária da Divisão de Políticas de Acervos e Tratamento da Informação, Sabrina Vaz, e o administrador responsável pela Divisão de Administração, Planejamento e Projetos, Itamar Luiz Breyer (ambos do Campus Chapecó), explicaram ao Comunica como essas três divisões realizam um serviço cooperativo para a aquisição dos materiais bibliográficos: a primeira prepara os processos licitatórios, participando e fiscalizando o processo; a segunda monitora a evolução das tecnologias da área a fim de promover a sua incorporação visando a atualização tecnológica permanente dos serviços das Bibliotecas; e a terceira realiza o tratamento da informação, que planeja, organiza, coordena, dirige e controla os serviços de seleção, catalogação e classificação do material informacional, registrando, verificando, catalogando, e classificando conforme os padrões internacionais definidos.

Os colaboradores afirmaram ainda que este processo tem a finalidade de aquisição dos materiais bibliográficos, embasada nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC’s), nos quais constam os pedidos dos professores. Esta atividade é realizada igualmente para os cinco campi da UFFS. Porém, nem todas as obras irão para todos os campi. A distribuição é realizada conforme o número de alunos e os cursos de cada campus. Os professores podem, no decorrer do semestre, fazer sugestões de aquisição pertinentes às disciplinas que ministram. Os títulos sugeridos serão adicionados ao pedido quando houver disponibilidade orçamentária para tal.

A biblioteca do Campus Realeza

A biblioteca do Campus Realeza está funcionando desde o mês de maio, e apesar de ainda possuir um tímido acervo, é frequentemente visitada e utilizada pelos alunos.

O servidor Guilherme Augusto Schmidt, que assumiu a função de bibliotecário por não haver aprovados em biblioteconomia no primeiro concurso aberto pela UFFS, trabalha juntamente com o servidor Giuliano Kluch, desenvolvendo um papel importante dentro da Universidade: mediar a relação dos alunos com os livros. O colaborador Guilherme falou ao Comunica sobre o seu trabalho na UFFS: “O nosso trabalho é o de sermos facilitadores para que os alunos consigam usar o acervo da biblioteca. É claro que agora, de início, temos poucos livros. Além disso, muitos títulos não têm uma aplicação imediata para as disciplinas que estão sendo ofertadas nessa etapa inicial dos cursos. É o caso do material de Direito”.

Sobre o registro dos empréstimos, afirmou que a forma como isso vem sendo trabalhado ainda é “precária”, mas tende a melhorar: “No futuro, todas as bibliotecas da UFFS irão usar o sistema Pergamum, que irá facilitar todo o processo, permitindo até, segundo informações que recebemos, que alunos possam fazer empréstimos entre as bibliotecas dos cinco campi”.

O Pergamum é um gerenciador de bibliotecas desenvolvido pela PUC-PR. O sistema contempla as principais funções de uma biblioteca, funcionando de forma integrada da aquisição ao empréstimo das obras. O objetivo dos desenvolvedores na construção do software é aproveitar as principais ideias de cada instituição (universidades, centros de ensino de Ensino Fundamental e Médio, empresas, órgãos públicos e governamentais), a fim de manter o programa atualizado e atuante no mercado, tornando-o capaz de gerenciar qualquer tipo de documento.

Como é do conhecimento de toda a comunidade acadêmica, a biblioteca mantém algumas regras que se referem a empréstimos, multas, proibição de alimentar-se ao manusear os livros e de circular pelo ambiente com mochilas. Segundo Guilherme, “são regras emanadas da biblioteca central e tem o objetivo, justamente, de preservar e normatizar da melhor forma possível a biblioteca, para que ela se torne, realmente, uma ferramenta a mais que os alunos terão para a formação acadêmica”.

Aproveitando o ensejo, o servidor contou que a biblioteca está tendo alguns problemas no que se refere a livros devolvidos sujos, molhados, rasgados. Pediu para que os alunos ajudem a cuidar da biblioteca, pois ela é um patrimônio público, pago com os impostos de todos.

O atual bibliotecário finalizou falando sobre sua satisfação ao desenvolver esse trabalho de constante interação com alunos e professores: “Está sendo muito bom trabalhar neste setor da Universidade aqui de Realeza. Os alunos estão sendo muito educados, e também compreensivos no que se refere a todas as dificuldades e precariedades com que temos de lidar neste momento. Mas as expectativas são boas para o futuro, e nisso nos fixamos”.

Como é o trabalho na UFFS – Campus Realeza

Os serviços terceirizados vêm se destacando com suas
equipes e com serviços de qualidade.

Funcionários das empresas que prestam serviços
à UFFS - Campus Realeza.

Por Marina Maria Rodrigues (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O Campus Realeza além de contar com professores e servidores de alta qualidade, conta também com uma excelente equipe de serviços terceirizado, que são prestados por empresas licitadas como Cristal, Special Service e Krhonos.

O coordenador administrativo do Campus, Prof. Ms. Jaci Poli, afirma que “o Campus conta também com o apoio da Prefeitura Municipal de Realeza que cede os serviços da cantina e de fotocópias, esse apoio tem o intuito de agilizar esses tipos de serviços, porque pela Universidade iria demorar algum tempo”. O coordenador ainda comentou sobre as três empresas licitadas pela UFFS: “temos enfrentado alguns problemas com a Krhonos, que tem contrato emergencial e não vem cumprindo com as nossas exigências, já a empresa Cristal está em caráter definitivo, com prazo inicial de um ano prorrogável para cinco anos, essa questão deve ser resolvida até meados de novembro, e a empresa Special Service tem contrato definitivo e os serviços são de alta qualidade. Deve ser ressaltado que embora haja alguns problemas empresariais, os funcionários dessas empresas são competentes, dedicados e os trabalhos são de qualidade”.

O assistente da Coordenação Administrativa, Maikel Douglas Fiorentino, observou que “o trabalho tem sido bastante positivo, e o problema mesmo tem sido a manutenção do Campus, pela precaridade do prédio e a empresa Krhonos tem deixado a desejar em questão de cumprir prazos e materiais para trabalho. Em questão à nova empresa, a Cristal tem conseguido cumprir o seu contrato tranquilamente e a segurança tem alcançado seus objetivos e até agora manteve tudo sobre controle”.

Special Service

A equipe de segurança conta com seis vigilantes, dois trabalhando no período diurno, Rosilene Soares e Orivaldo Lauriano Barbosa, e à noite quatro, Marcelo Klipel, Edson Amaro, Adilar Luiz Baroni e José Carlos Rama.
A vigilante Rosilene Soares diz que “é meu primeiro trabalho como vigilante, e tem sido uma experiência maravilhosa trabalhar na UFFS, ainda mais com profissionais que têm anos de profissão como seu Rama e seu Barbosa. Aqui estou ganhando meu espaço como vigilante feminino, e a Especial Service é uma empresa que valoriza nosso trabalho assim como os outros profissionais aqui do Campus, somos um equipe em sintonia, acho que formamos uma boa equipe”.

Outro funcionário da Special Service é o vigilante José Carlos Rama, o qual tem vinte e oito anos de carreira e há quase oito meses está no Campus Realeza. Ele afirma que “tem sido maravilhoso trabalhar na UFFS, e é um dos melhores lugares para se trabalhar, é muito diferente do que se trabalhar em um banco, e ter a responsabilidade de cuidar do Campus e ter o contato com alunos é ótimo, sinto que o nosso trabalho é valorizado”.

Krhonos Serviços

A empresa Krhonos está no Campus também em torno de oito meses, já mudou quase todo seu quadro de funcionários. Apesar de enfrentar alguns problemas, vem tentando melhor seus serviços, trazendo profissionais de qualidade. Por enquanto mantém dois funcionários.
A cerca de um mês, o eletricista Rafael Dall'Agnol começou a trabalhar na UFFS pela empresa Krhonos, e afirma que tem sido muito bom trabalhar aqui: “Além da equipe ser muito unida, há algumas faltas da empresa, mas ela vem melhorando. A parte da manutenção não é muito exigente, porém o prédio é velho e o maior problema mesmo tem sido com a parte hidráulica, no mais é tudo tranquilo”.
A Universidade conta também com um novo jardineiro, Paulo Sachetti. Segundo ele, “a empresa tem se esforçado a cumprir seu contrato, e o trabalho realmente é bom, desde os serviços aos colegas, amizade mesmo a gente vem criando a cada dia, e isso em menos de um mês de trabalho”.

Cristal Serviços

Há empresa assumiu a licitação há menos de um mês, e está entrando em caráter definitivo a partir de novembro. Quando assumiu a licitação, a empresa contratou as antigas funcionárias que já trabalhavam no Campus pela Krhonos, que são Mariza Mondini, Daiane Paloschi, Marli Silveira e Maria Madalena da Silva, e contratou ainda Rosa Maria Schuster e Marcia Pavan.

A funcionária Mariza Mondini trabalha na UFFS há quase oito meses, sete pela Krhonos e um mês pela Cristal, diz que “não há muita diferença entre trabalhar na Krhonos e na Cristal, só que agora não falta material e nem produtos de limpeza. Trabalhar aqui é uma grande oportunidade, somos valorizadas aqui, eu digo que eu amo trabalhar na UFFS, fazemos nossos trabalhos e fazemos amigos, nos tornamos uma família, todos nos conhecemos e nos valorizamos”.
Outra funcionária da Cristal é Márcia Pavan, que está trabalhando há mais ou menos um mês na Universidade e diz o seguinte: “Temos o prazer de vir trabalhar, a união é tão grande que somos um família, porque a convivência é muito grande, somos todos colegas de trabalho, sinto que não há uma divisão entre professores, servidores e coordenadores, somos tratados iguais”.

Foto Sul Collor


A Foto Sul Collor é uma das duas empresas licitadas pela Prefeitura Municipal de Realeza, ela prestas serviços de fotocópias a um preço acessível.
O proprietário da empresa, Maicon Fernando Vargas, comentou sobre a licitação e como tem sido essa experiência na UFFS: “Ganhamos a licitação por que temos os preços mais baixos da cidade em fotocópias, e tem sido gratificante trabalhar na UFFS, porque estamos fazendo parte de sua construção. Tenho que agradecer à direção e à coordenação porque sempre estão nos dando apoio”.

Amigão Supermercado e Restaurante

A outra empresa que a Prefeitura contratou por licitação para atender a Universidade foi a empresa Amigão Supermercado Restaurante, que montou a cantina no Campus Realeza e vem agradando o paladar de todos, além de ter preços baixos para a comunidade acadêmica.
O responsável pela cantina, Altair Todescatto, comenta também que ganharam a licitação por ter os preços mais baixos. Analisou ainda que os serviços estão agradando os clientes: “Estamos aqui há dois meses, e os alunos frequentam diariamente, é um bom sinal. Sinal que estamos agradando. Em vista disto, tivemos que aumentar o número de funcionários e contratamos as alunas do Curso de Nutrição Angélica Werkhausen e Giovana Paludo Giombelli, acho que devemos dar um apoio aos acadêmicos”.

Um bom trabalho

Em apenas oito meses essas equipes vêm mostrando sua competência e a qualidade de seus serviços, fazendo parte da construção da Universidade Federal da Fronteira Sul.
Outro ponto que chama a atenção foi como essas equipes, estando juntas diariamente, foram criando laços afetivos, não importando a empresa e nem a função que exercem, mas sim estarem juntos a cada dia. Isso demonstra que a Universidade não está beneficiando apenas alunos e professores, e sim a todos que têm ligação com essa entidade.

Responsáveis pela cantina no Campus Realeza.



Maicon Fernando Vargas, sócio-proprietário da Foto Sul Collor.

Docentes da UFFS participam do CELSUL

Por Jezebel Batista Lopes (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Nos dias 20, 21 e 22 de outubro, a Universidade Federal da Fronteira Sul- UFFS/Campus Realeza foi representada pelo coordenador do Curso de Letras Prof. Ms. Clóvis Alencar Butzge e pelo Prof. Ms. Marcos Roberto da Silva no XI Encontro de Círculo de Estudos Linguísticos do Sul, que aconteceu em Palhoça - SC.

O CELSUL é um evento promovido por sua Diretoria e pelo Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL e foi realizado nas dependências da Unidade da Pedra Branca da Universidade. O objetivo do evento é divulgar as pesquisas desenvolvidas na área da Linguística para um aprimoramento de profissionais e estudantes que participam do evento.

A participação dos docentes da UFFS contou com explanações dos trabalhos relacionados com sua formação. O professor Marcos apresentou seu trabalho na tarde de quarta-feira (20), "A formação do professor e a relação de inerência entre pesquisa e docência", e o professor Clóvis apresentou seu trabalho na tarde de quinta-feira (21), "Análise da variação linguística em textos orais e escritos".

Segundo o professor Clóvis, "há pelo menos três motivos para justificar a presença dos professores em eventos desta natureza: o contato com novos conhecimentos em sua área de atuação; a divulgação de suas pesquisas à comunidade acadêmica; e o relacionamento interpessoal e interinstitucional, visando parcerias no ensino, pesquisa e extensão."

Em entrevista ao Comunica, o professor Clóvis ressalta a importância da participação docente em eventos relacionados aos Estudos Linguísticos, “para mim, pessoalmente, é fundamental, pois atuo na área de estudos linguísticos e ensino da língua. Coletivamente, estes eventos são muito importantes por reunirem pesquisadores ligados a diversas teorias linguísticas, transformando o encontro num momento de diálogo, reflexão e de construção de novas perspectivas para os estudos linguísticos”.

Para o Comunica, o professor Marcos explanou que “a língua está em constante e permanente mudança e a linguagem nos apresenta novas interrogantes, os estudos relacionados aos fenômenos linguísticos não podem ficar estagnados. Assim, eventos como o CELSUL permitem aos professores atualizar-se”. Por isso, segundo este professor, “a participação dos professores da UFFS no CELSUL, por ser um evento conceituado, que ocorre a mais de dez anos, é uma forma de marcar o compromisso de nossa instituição com o desenvolvimento da pesquisa e disseminação do conhecimento”.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Mais uma vez, vamos escutá-los

Professores dão depoimento sobre o que é ser professor

Por Jéssica Pauletti (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Nossos mestres? Nossos exemplos? Não sabemos ao certo como definir o professor. Sabe-se ao certo que eles são importantes e com certeza serão lembrados, talvez por situações boas ou não. Ensinar, educar, repassar informação são alguns dos papéis desenvolvidos pelos docentes. Mas a sua atuação não se constrói sozinha, afinal eles realizam essas atividades muitas pessoas e em espaços diferentes, já que o ato de ensinar vai além das “quatro paredes” da sala de aula.

No intuito de lembrar o dia do professor, comemorado em 15 de outubro, o Comunica coletou depoimentos dos docentes da UFSS, que, como os demais profissionais de tantas outras áreas, refletem a respeito da sua profissão.

Ser professor é...

“acreditar no ser humano!” (Clóvis Butgze – Letras)

“ser fã do saber e, como fã, estimular os alunos a se apaixonarem por ele”. ( Mirian Schöder - Letras)

“atuar como um jardineiro que, lentamente, contribui para que as plantas crescam, floresçam e se destaquem nos jardins; os alunos são como as flores: precisam ser regados, adubados, incentivados a conhecer mais e mais o mundo a sua volta na medida em que conseguem vencer as ervas daninhas e a alcançar seu lugar ao sol. A formação do aluno assemelha-se às flores que desabrocham, de tempos em tempos. a beleza das flores, no entanto, depende muito (mas não exclusivamente) da ação do jardineiro/professor”.( Marcos Antônio Myskwi – História)

“ construir junto com o aluno, as condições para que a educação, o ensino e a cidadania possam ser exercidas em sua plenitude, independente do conteúdo a ser ministrado”.( Marcos Leandro Ohse – Matemática)

“ cuidar do espaço de aprendizagem de outras pessoas”. ( Adolfo – Medicina Veterinária)

“ entender que ensinar é um constante (re)aprender e sentir-se realizado com o sucesso do seu aluno”. ( Sabrina Casagrande – Letras)

“ estar envolvido com o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que professores também aprendem enquanto lecionam”. ( Wagner Tenfen – Física)

“contribuir para o aprimoramento e desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade. O professor ensina não somente por belas palavras proferidas mas também por suas ações e atitudes. E deve estar sempre consciente e aberto para o constante aprendizado proveniente das relações que estabelece." (Caroline Voltolini – Bióloga)).

“se reinventar a cada dia (ou a cada aula)". ( Clóvis Caetano – Física)

“apontar caminhos, mas deixar que o aluno caminhe com seus próprios pés”...( Clóvis Piovezan – Química).

“Ter compromisso com a formação humana... é valorizar a beleza de cada expressão... é acreditar que a diferença se faz coletivamente...”. (Luciana Vinhas – Letras)

“Antes de qualquer coisa, compartilhar. Compartilhar conhecimentos, mas não de maneira unidirecional: do professor para aluno, senão na profusão dos dois sentidos. Afinal de contas, não há docência sem aprendizagem e apredizagem sem docência, como nos diria Paulo Freire. Assim, ser professor é dar-se conta de nosso inacabamento e entender que quem nos ensina é aquele nos ouve e nos olha.” ( Marcos Silva – Espanhol)

“ aprender a viver e a conviver com as adversidades e os prazeres do ato pedagógico”. (Angela Della Flora- Socióloga)

Pelos depoimentos apresentados, percebe-se que lecionar requer mais que um diploma, necessita também de criatividade, desejo, vontade, persistência entre outras habilidades e características que os professores vão adquirindo ao longo de suas jornadas. Os alunos das licenciaturas já estão tendo uma breve ideia de como atuarão nessa profissão. É encantador observar e, de certo modo, interagir com as peculiaridades que cada um dos docentes possui, assim eles se tornam muito mais que mestres ou exemplos, acabam desempenhando o papel de amigos.

“O professor que deixa de acreditar na educação deixa de ser professor.”

Por Ângela Roman (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)


Professores durante a palestra do Prof. Paulo Stefani Violato.

Com o intuito de comemorar o dia do Professor e de promover um dia festivo a eles, a coordenação acadêmica e o Núcleo de Apoio Pedagógico da Universidade Federal da Fronteira Sul (Campus Realeza) organizaram, no dia 15 de outubro, dia do Professor, uma palestra no campus direcionada aos desafios da educação no contexto atual.

O palestrante do dia foi Paulo Stefani Violato, formado em Educação Física pela UEL (Universidade Estadual de Londrina) no ano de 1981. Atualmente, ele cursa o doutorado em Ciências do Esporte e Saúde pela UTAD (Universidade de Trás-os-montes do Alto Doro, Portugal).

A fim de discutir o papel do professor, bem como sua importância na escola, o Professor Paulo destacou a relação entre aluno e professor, mais especificamente, a troca de saberes entre ambos, possibilitando uma nova didática para a difusão do conhecimento. Através de trabalhos com os aspectos físico, intelectual e moral, sairão das escolas cidadãos com consciência coletiva de seus papéis na sociedade em que estão inseridos.

Essa relação legítima entre eles abre espaço para a pluralidade das salas de aula, na qual a diversidade, a inclusão e a interatividade resultaram em saldos positivos para o aluno e para o professor, como, por exemplo, o respeito aos professores e a obtenção de boas notas.

Fortaleceu-se a idéia do papel social representado pelo professor. O palestrante propôs uma reflexão sobre as necessidades e as emoções dos alunos. Tais aspectos devem ser considerados pelo professor em sua prática pedagógica, visto que não é um mero transmissor de conhecimento. Na sala de aula, o professor deve dar suporte educandos para que suas habilidades especiais não sejam atrofiadas no decorrer do processo educacional.

Com sua experiência tanto no ensino fundamental e médio como no superior, o professor pode atender às expectativas da universidade, confrontando a realidade da educação que os professores encontram fora do âmbito acadêmico das universidades, onde as dificuldades estão mais presentes que de fato se presume.

O intuito de refletir sobre a pratica pedagógica foi alcançado. Houve uma significativa participação dos professores presentes. Eles expuseram suas preocupações, discutindo e destacando suas dúvidas e dificuldades na educação como um todo, nos âmbitos pedagógicos, curriculares e estruturais.

Após a palestra, houve uma homenagem aos Professores da UFFS, estes que dispuseram seu conhecimento na construção da UFFS em Realeza. A comemoração do dia do professor seguiu com a socialização dentre os presentes, discutindo novas e precisas técnicas de ensino, para a globalização do conhecimento e melhores perceptivas de vida.


Professores da UFFS - Campus Realeza.
 “Professor, figura tutelar e guardiã, ao mesmo tempo que refém do sistema educativo. É sobre ele que me proponho hoje reflectir, num exercício partilhado de consciencialização dos porquês de emoções e sentimentos tão contraditórios.” Jesus Maria Sousa (2003).

Medicina Veterinária da UFFS inicia aulas em Dois Vizinhos

As aulas de Introdução à Produção Animal serão realizadas na UTFPR

Por Leandro Hillesheim (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Através de uma parceria entre duas Universidades Federais, o curso de Medicina Veterinária da UFFS iniciará as aulas da disciplina de Introdução à Produção Animal no próximo sábado, dia 23. A cooperação será feita entre a UFFS-Realeza e a UTFPR- Dois Vizinhos através da cessão das instalações e colaboração dos professores da UTFPR para a realização das aulas da disciplina.

A parceria resultou da necessidade que a UFFS tinha de encontrar um local onde pudessem ser realizadas as aulas, visto que estas são de natureza teórico-prática e a Universidade ainda não dispõe da estrutura necessária. Como principal mediador, destaca-se a participação do Diretor Geral do Campus, Dr. João Alfredo Braida, que, através de seus contatos com aquela Instituição e, juntamente com o coordenador do curso, Dr. Adolfo Firmino da Silva Neto, efetivou a parceria.

As referidas aulas acontecerão, em outubro, nos dias 23 e 29, e, no mês de novembro, nos dias 6 e 19. Ocorrerão em período integral, com início às 8h30 e término às 16h30 no campus da UTFPR de Dois Vizinhos. Ao total, serão nove aulas com conteúdos básicos da formação, como bem-estar animal, bovinos de corte e de leite, nutrição animal, suinocultura e avicultura.

Em entrevista concedida ao Comunica, o coordenador do curso destaca a importância de se ter uma disciplina que coloque os acadêmicos em contato com a futura profissão, logo nos primeiros períodos. Segundo sua experiência como coordenador de curso em outras universidades, muitas vezes o aluno se vê obrigado a escolher a profissão precocemente e, quanto mais rapidamente entra em contato com a realidade profissional, pode amadurecer a sua escolha e ter mais empenho e motivação, vislumbrando seu futuro profissional. Conforme o coordenador, “a formação inicial de um curso de Medicina Veterinária é baseada em disciplinas básicas e, às vezes, isso fica distante para o aluno, podendo desmotivá-lo. Por isso, colocar essas disciplinas de cunho mais profissional nos primeiros períodos, guardadas às devidas proporções, tem como perspectiva ajudar na melhoria do empenho acadêmico do aluno”.

Para Adolfo, essas relações institucionais são necessárias para a integração regional, sendo a expectativa de que a parceria entre as duas universidades continue, com perspectiva para a interação de pesquisas, extensão e possíveis estágios. 

Dia mundial da alimentação




Por Giovana Paludo Giombelli (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

No dia 16 de outubro, foi comemorado o Dia Mundial da Saúde. Ele tem por objetivo conscientizar a humanidade sobre a difícil situação que enfrentam as pessoas que passam fome ou estão desnutridas, promovendo, assim, a participação da população na luta contra a fome.

Esta data já é comemorada há 27 anos e lembra a criação, em 1981, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Todos os anos mais de 180 países organizam atividades e se mobilizam a fim de reduzir a fome no mundo.

A cada ano, um novo tema é proposto. O deste ano é “Unidos contra a fome”, pois uma em cada seis pessoas no mundo passa fome e em cada cinco minutos uma criança morre por desnutrição. Como afirma o representante da FAO, Hélder Muteia, trata-se de “uma fome que mata e que dói”.

Em todo o mundo, organizações governamentais e não governamentais participam desse dia com diferentes programações e atividades para que, de alguma forma, chame a atenção de toda a população mundial. No Brasil, milhares de famílias comemoram essa data como uma nova fase de suas vidas, pois, com a ajuda do governo federal, muitas delas saíram da miséria, podendo ter um pouco mais de dignidade e tendo o que comer.

A aquisição de alimentos e a ampliação dos restaurantes populares são alguns dos exemplos brasileiros de combate à fome. A partir desses programas, vinte e sete milhões de brasileiros ultrapassaram a linha da extrema pobreza. Isso mostra que houve uma redução de 25,6% para 4,8% de pobres abaixo da linha da pobreza de 1990 a 2008. Isso é um grande avanço para o desenvolvimento do nosso país.

O Programa Fome Zero, do governo federal, é modelo para outros países para a erradicação da fome. Ele tem por objetivo permitir o acesso aos alimentos, fortalecer a agricultura familiar, gerar renda e gerenciar o controle social.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Diretório Acadêmico da UFFS – Realeza

Por Giovana Paludo Giombelli (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O Diretório Acadêmico (D.A.) é parte indispensável de qualquer universidade. Devido à sua importância na instituição, o acadêmico Daniel Vargas, estudante de Medicina Veterinária, presidente do D.A. da UFFS – Campus Realeza, cedeu entrevista ao Projeto COMUNICA a fim de explicitar qual é a função do Diretório.

1- O que é o D.A?

O Diretório Acadêmico basicamente é o órgão de representação máxima dos estudantes de graduação da Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Realeza. Como qualquer organização, possui objetivos, princípios, finalidades. Os membros do Diretório Acadêmico são todos os acadêmicos da UFFS.

2- O que o D.A já fez pelo campus Realeza?

Assim como a Universidade Federal da Fronteira Sul, o Diretório Acadêmico da UFFS Campus Realeza, também se encontra em processo de criação e implantação. Enfrentamos diversos problemas, tais como a saída de alguns membros da Diretoria, a falta de estrutura, etc. No que se refere a investimentos, é complicado sabermos em que investirmos (por isso solicitamos as dicas dos acadêmicos), uma vez que não temos campus definitivo, tampouco uma sala para desenvolver as atividades. 

Entretanto, nossa principal meta, a qual propusemos no início do ano, foi: “criar o Diretório e registrá-lo devidamente”. Conseguimos, e é por esse motivo que ressaltamos que o D.A. / UFFS – Realeza foi a primeira organização estudantil de toda a UFFS, o que, para nós, é muito gratificante.

Basicamente, as atividades que foram desenvolvidas ao longo do primeiro ano letivo da UFFS foram focadas nas questões burocráticas de criação do D.A., o que envolveu ampla divulgação, eleições, atas, o registro em cartório e, finalmente, a participação em reuniões, plenárias e conferências. Além disso, o diretório realiza reuniões periodicamente para tratar de todos os assuntos administrativos, já que estamos apenas no início dessa importante organização estudantil que possui uma enorme força política. Realizamos a primeira UFFEST – A Festa dos Universitários da Universidade Federal da Fronteira Sul - sendo que, neste evento, obtivemos um lucro líquido significativo (levando em consideração que o processo de divulgação e criação do evento durou 10 dias). Também promovemos uma palestra ministrada pelos sociólogos Prof. Aparecido Francisco Bertochi e Prof. Marcos Beal com o tema “Formação política e os movimentos estudantis”. Ressaltamos que pretendemos promover mais eventos nos mais diversos assuntos. Além disso, no início deste semestre, começamos com a coleta de idéias aos acadêmicos referente ao caixa da UFFEST, e trabalhando em um projeto de Extensão juntamente com o Prof. Aparecido Francisco Bertochi para a criação de um grupo de teatro.

3- Quais os planos futuros para o D.A?

Não há como termos uma base no futuro do Diretório, mas existem coisas básicas que estamos dispostos a lutar, como, por exemplo, a criação do DCE (Diretório Central dos Estudantes) que é uma espécie de Diretório Acadêmico. Todavia, seu nível representativo é maior, visto que é uma organização de todos os acadêmicos dos cinco campi da UFFS.

Há outros planos. Um deles é formar uma nova diretoria do Diretório neste final de ano, de forma aberta e com inscrições das chapas (conforme o estatuto do D.A.) para que os demais processos sejam desenvolvidos com mais afinco.  Também pretendemos promover eventos que visem à integração de toda a comunidade acadêmica, além de preparar a recepção dos calouros no ano letivo de 2011.

4- Qual a importância de existir o D.A em nossa universidade?

O Diretório acadêmico é importante para Universidade pelo simples fato de que os estudantes são a maioria numérica da comunidade acadêmica, e a essência da Universidade (além de produzir conhecimento novo) é a graduação. É por esse motivo que esse segmento necessita de uma organização e, consequentemente, uma voz ativa. 

O D.A. apresenta inúmeras vantagens no sentido administrativo, uma vez que a diretoria passa a se envolver nos processos da Universidade e os representantes são escolhidos através do voto de cada membro. A Diretoria nada mais é do que o reflexo de quem a votou.


Daniel aproveitou a ocasião para reiterar os acadêmicos no que se refere à carteira do estudante, que, infelizmente, não pode ser feita, pois ainda não existe o DCE.. Nesse sentido, ele orienta os acadêmicos que precisam a comprovação de que são estudantes, que se dirijam até a secretaria acadêmica e solicite um “atestado de matrícula e freqüência”. Este documento, juntamente com a identidade, pode servir como prova de que o acadêmico freqüenta a Universidade.

Para sugestões ou para sanar dúvidas, o contato do D.A. é:  d.a.uffs@hotmail.com

Projeto Trilha Ecopoética na ExpoReal 2010

Por Ângela Roman (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Com muita satisfação, a Universidade Federal da Fronteira Sul participa da ExpoReal 2010 dos dias 12 a 15 de novembro  (Festa do Município do Município de Realeza). Ela será realizada no Centro de Exposições, onde se encontra o campus provisório da Universidade.

Esse ano em especial, comemorando o primeiro ano da Universidade no município, a pedido da prefeitura, a UFFS se disponibilizou para a organização da Trilha Ecopoética. A trilha está sendo organizada pela Professora Ms. Caroline Voltolini, juntamente com alunos da UFFS e funcionários do município.

A participação dos alunos está sendo expressiva, principalmente de acadêmicos de outros municípios e estados que agora fazem parte de Realeza. Com certeza o trabalho por eles desenvolvido será em prol do município, para que a sua imagem e a da UFFS sejam passadas de forma íntegra e verdadeira.

As primeiras atividades já estão sendo organizadas, como a discussão sobre o intuito da trilha, bem como a divisão dos acadêmicos em grupos para a limpeza do ambiente e organização dos espaços, para que a trilha esteja perfeitamente ornamentada até o dia da feira e, assim, dispor de um espaço interativo para os visitantes.

A trilha estará aberta para visitação durante a manhã e a tarde. A visita será monitorada pelos próprios acadêmicos que participarão da discussão do projeto, bem como pelo grupo de teatro da universidade. A trilha será dividida em quatro tempos da degradação do meio ambiente.

No primeiro momento serão apresentados aspectos da natureza, através objetos sensoriais com fotos e textos. Logo em seguida, o segundo momento com a apresentação da história do impacto do homem, através do desmatamento e do desenvolvimento industrial.

O terceiro momento será a contextualização da atualidade, o resultado da ação do homem que abre espaço para o último momento. Este apresenta duas possibilidades de futuro: uma é a degradação decorrente do modo de ser do sistema; a outra é a possibilidade de resgatarmos a diversidade biológica e o meio ambiente preservado.

O objetivo da trilha é de mostrar a degradação do Meio Ambiente de forma abrangente, não somente do espaço em si, mas que, a partir da análise desse pequeno espaço, seja provocado o senso crítico dos participantes para uma discussão econômica, ambiental, educacional e social das ações do homem contra a natureza.

Dessa forma, pretende-se conscientizar a sociedade da importância que assume tanto na proteção como na degradação do ambiente, mostrando práticas sustentáveis que mantenham a natureza preservada com toda sua diversidade.

UFFS/Realeza recebe Dra. da UNIOESTE para palestra ao Curso de Letras

“Ser apaixonado pelo que a gente faz é fundamental para fazer bem” (Rita Bottega)
Por Josiane Ribeiro (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)
Durante o dia treze de outubro, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Realeza recebeu a ilustre visita da Profa. Dra. Rita Maria Decarli Bottega, docente da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE. No período vespertino, a professora debateu com o colegiado sobre o tema “A formação do profissional de Letras e as múltiplas relações nas universidades” e, no período noturno, ministrou a palestra “Do outro lado da mesa: os desafios dos licenciandos e dos seus professores”. Nesta palestra para os alunos do curso de Letras, Rita direcionou sua fala aos desafios encontrados na formação e atuação dos licenciandos e professores.
Em um primeiro momento, foi trabalhada a questão do que é “ser acadêmico” diferente de “estar acadêmico”, bem como o modo como a Língua Portuguesa vem sendo apresentada nas escolas de Ensino Fundamental e Médio. Para tanto, Rita falou sobre as consequências desta forma de ensino que podem ser percebidas tanto na leitura como na escrita dos educandos.
Visto que hoje o perfil dos alunos é diferente de 10 anos atrás, os professores estão tendo que adequar-se, desenvolvendo outras dinâmicas de trabalho. Segundo a Profa. Rita, as dificuldades são outras, já que a modernidade aponta para um sujeito com conceitos até então desconhecidos. A estrutura física das escolas teve que passar por transformações visando o melhor acolhimento do grande número de alunos que passaram a frequentar o que antes era privilégio apenas da classe alta.  
Após o intervalo, foi aberto espaço para que os alunos questionassem a palestrante. Neste momento, abriu-se um pequeno debate em torno do livro didático, até que ponto o professor deve utilizá-lo como ferramenta única de trabalho e mostrou-se claro o pensamento da maioria, em que deveria ser apenas um apoio ao conteúdo trabalhado. Porém, infelizmente a realidade do país que vivemos é outra, o livro didático é oferecido em muitas escolas como única ferramenta de trabalho aos professores que por sua vez se limitam a esse instrumento, nem sempre é escolha, em alguns casos trata-se de pura consequência da falta de tempo livre para elaborar projetos e dinâmicas que envolvam os alunos. Rita frisou também outro encargo do professor, o incentivo para o aluno ir além do que lhe é passado em sala, muitos fazem, outros ignoram, mas o fato é que esta é seguramente a forma mais eficaz de aprender e despertar interesse no aluno.
Em duas outras perguntas foram tratados assuntos de total interesse da comunidade acadêmica, uma trata dos gêneros textuais e a dificuldade encontrada para distingui-los e outra sobre a importância da prática da leitura. Para Rita, a função do professor, neste caso, é repassar o que deveria ter sido ensinado anteriormente e tentar fazer com que o hábito da leitura esteja presente na rotina de seus alunos, deixando fácil e prática a compreensão dos mais variados tipos de texto. Rita, no decorrer da palestra e nas respostas, deixou claros os dois lados da mesa, do licenciando e do professor, pois revelou os principais problemas encontrados e possíveis soluções, bem como esclareceu dúvidas e curiosidades de todos.

sábado, 16 de outubro de 2010

Projeto de cultura e educação sócio-ambiental na UFFS/Realeza visa envolver comunidade regional

Por Patrícia dos Santos
(Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

A partir da disponibilização de bolsas para alunos de vulnerabilidade social, que ocorre desde o início do segundo semestre nos cinco campi, a Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza conta com projetos de iniciação acadêmica coordenados por diversos professores, em que alunos bolsistas e voluntários desenvolvem trabalhos voltados para áreas específicas.

Dentre os trabalhos em andamento, está o projeto “Cinema itinerante na comunidade: cultura & educação sócio-ambiental”, que foi desenvolvido e é coordenado pelos docentes: Prof. Ms. Aparecido Francisco Bertochi dos Santos, Profa. Ms. Caroline Heing Voltolini e Profa. Ms. Luciana Iost Vinhas. Entre bolsistas e voluntários 19 alunos estão participando.

Este trabalho tem como finalidade gerar discussão e reflexão crítica sobre os problemas locais e buscar soluções conjuntas com a comunidade envolvida. Os alunos têm a oportunidade de desenvolver pesquisas específicas em suas futuras áreas de atuação.

O Prof. Bertochi explicou ao Comunica que o projeto visa proporcionar opções de lazer cultural para os trabalhadores rurais a fim de gerar o desenvolvimento da consciência social e política, historicizar as formas de alimentação tradicionais e incentivar a valorização dos produtos alimentares nativos da região Sudoeste do Paraná.

Além disso, o projeto tende melhorar a formação básica em relação à Educação Ambiental buscando ampliar a assessoria quanto às condições de manejo e de cuidados sobre a higiene no trato dos animais, além de realizar o mapeamento do número, espécies e raças existentes em cada propriedade.

Segundo o professor, as diversas formas de linguagens e dialetos utilizados no Sudoeste do Paraná também são objetos de pesquisa e estudo por causa das várias etnias que aqui já existiam ou se instalaram após os processos migratórios do início do século XX.

A acadêmica Ana Paula Sachet é voluntária no “Cinema itinerante”. Afirmou que nessa primeira etapa de desenvolvimento, está sendo realizada a coleta de dados sobre, por exemplo, o número de famílias que vivem no interior, do que sobrevivem e qual a atividade principal da renda familiar. De acordo com a aluna, “é importante que a comunidade acadêmica se envolva com as comunidades do interior, para saber os problemas que elas enfrentam. A intenção é que de alguma forma possamos ajudar e levar informação e cultura para essas famílias”.

Na segunda etapa do projeto, serão realizadas amostras de filmes para a comunidade, em que serão utilizados os equipamentos de áudio-visual já disponíveis na Universidade. Equipamentos profissionais foram solicitados à UFFS e, em longo prazo, possibilitarão não só a rodagem de filmes, mas a criação e edição de documentários e afins, nos laboratórios que serão construídos no prédio definitivo do Campus Realeza.

Ainda em conversa com o Comunica, o professor Bertochi comentou sobre o desenvolvimento deste projeto: “Ao utilizar o cinema para fomentar o debate e a reflexão crítica sobre aspectos sócio-políticos, históricos e ambientais da realidade local estaremos contribuindo para o desenvolvimento tanto de nossos acadêmicos que participam do projeto como das comunidades externas envolvidas”. Além disso, frisou a busca de aprimoramento sócio-cultural e político dos trabalhadores rurais para que estes construam conjuntamente as soluções e alternativas para os seus problemas e possam ter uma melhor qualidade de vida.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Escola integral: aqui o tempo é utilizado de maneira inteligente

Crianças estão aprendendo mais, o que contribui para a
sua formação intelectual e social

Por Jéssica Pauletti

(Projeto Comunica/UFFS-Realeza)


Fotos: Jéssica Pauletti


Pa

rte dos alunos que estudam na escola integral

Menino Jesus, em Realeza.


A educação que hoje é proporcionada às crianças não é o suficiente para o seu desenvolvimento completo. Sendo assim, torna-se necessário o contato entre elas e outras realidades, na qual possam consturir um aprendizado para além das disciplinas padrões cursadas na escola. Uma possível solução para suprir essa necessidade é a construção de escolas integrais, que visam auxiliar na formação desses pequenos, que vão compor a sociedade futura. A inserção de novas práticas, tanto no material didático como em atividades culturais, possibilita o crescimento intelectual e social das crianças.

Nesse intuito, a Escola Municipal Menino Jesus, de Realeza, aderiu a esse modelo de escola integral. Ela conta com cerca de 100 alunos do pré-escolar até o quarto ano. Pela parte da manhã, os alunos seguem a grade curricular normal das séries, com as disciplinas de matemática, português e as demais. Já no período da tarde, estão aptos a realizar atividades de cunho cultural, como as oficinas.

Trabalhadas com diferentes turmas, existem vários tipos de oficina, entre elas estão as de esporte, bordados, crochê, pintura, jogos matemáticos e artesanato. Com isso, as crianças podem aprender inúmeras tarefas no decorrer de sua jornada escolar. Como relata a diretora do educandário, Jolsane Siqueira, “a realização das oficinas permite às crianças o desenvolvimento intelectual, bem como a extinção de qualquer tipo de preconceito entre eles, além de tirá-los das ruas”.

Por exemplo, na oficina de artesanato, é ressaltada a importância do meio ambiente. Por conta disso, todos ou grande parte dos materiais utilizados são recicláveis. Desse modo, o destino desses materiais, que antes era o lixão, agora é a arte. O segundo ano está trabalhando na confecção de brinquedos que, na maioria das vezes, são correspondentes às datas comemorativas.


Brinquedos confeccionados pelas crianças.


As próprias crianças trazem os materiais de casa para trabalhar em sala. Elas participam diretamente da confecção dos brinquedos e, segundo a professora Rosangela Moraes, responsável por esse trabalho, “as crianças ficam empolgadas, pois tudo que elas estão fazendo aqui, poderão ao final levar para casa, isso se torna estimulante para elas”.

Na intenção de os alunos sempre aprenderem mais, a escola realizou, com o segundo ano, uma gincana recreativa, na sexta-feira, dia 08 de outubro de 2010, na própria instituição. Uma das brincadeiras chamava-se "caça ao tesouro", na qual as equipes deveriam procurar materiais que podiam ser reciclados e que estavam escondidos pelo pátio. Como eles já possuem contato direto com esses objetos, a atividade foi super divertida e empolgante.

Desse modo, percebe-se que quando as crianças têm oportunidade, apoio e o devido reconhecimento se sentem mais estimuladas para aprender coisas novas. A sociedade em si proporciona o acesso a algum conhecimento, mas com certeza é na escola que elas adquirem conhecimentos mais construtivos para seu futuro, e, sendo a escola estruturada no modelo integral, a aprendizagem será mais expressiva.