Por Patrícia dos Santos
(Projeto Comunica/UFFS-Realeza)
A partir da disponibilização de bolsas para alunos de vulnerabilidade social, que ocorre desde o início do segundo semestre nos cinco campi, a Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Realeza conta com projetos de iniciação acadêmica coordenados por diversos professores, em que alunos bolsistas e voluntários desenvolvem trabalhos voltados para áreas específicas.
Dentre os trabalhos em andamento, está o projeto “Cinema itinerante na comunidade: cultura & educação sócio-ambiental”, que foi desenvolvido e é coordenado pelos docentes: Prof. Ms. Aparecido Francisco Bertochi dos Santos, Profa. Ms. Caroline Heing Voltolini e Profa. Ms. Luciana Iost Vinhas. Entre bolsistas e voluntários 19 alunos estão participando.
Este trabalho tem como finalidade gerar discussão e reflexão crítica sobre os problemas locais e buscar soluções conjuntas com a comunidade envolvida. Os alunos têm a oportunidade de desenvolver pesquisas específicas em suas futuras áreas de atuação.
O Prof. Bertochi explicou ao Comunica que o projeto visa proporcionar opções de lazer cultural para os trabalhadores rurais a fim de gerar o desenvolvimento da consciência social e política, historicizar as formas de alimentação tradicionais e incentivar a valorização dos produtos alimentares nativos da região Sudoeste do Paraná.
Além disso, o projeto tende melhorar a formação básica em relação à Educação Ambiental buscando ampliar a assessoria quanto às condições de manejo e de cuidados sobre a higiene no trato dos animais, além de realizar o mapeamento do número, espécies e raças existentes em cada propriedade.
Segundo o professor, as diversas formas de linguagens e dialetos utilizados no Sudoeste do Paraná também são objetos de pesquisa e estudo por causa das várias etnias que aqui já existiam ou se instalaram após os processos migratórios do início do século XX.
A acadêmica Ana Paula Sachet é voluntária no “Cinema itinerante”. Afirmou que nessa primeira etapa de desenvolvimento, está sendo realizada a coleta de dados sobre, por exemplo, o número de famílias que vivem no interior, do que sobrevivem e qual a atividade principal da renda familiar. De acordo com a aluna, “é importante que a comunidade acadêmica se envolva com as comunidades do interior, para saber os problemas que elas enfrentam. A intenção é que de alguma forma possamos ajudar e levar informação e cultura para essas famílias”.
Na segunda etapa do projeto, serão realizadas amostras de filmes para a comunidade, em que serão utilizados os equipamentos de áudio-visual já disponíveis na Universidade. Equipamentos profissionais foram solicitados à UFFS e, em longo prazo, possibilitarão não só a rodagem de filmes, mas a criação e edição de documentários e afins, nos laboratórios que serão construídos no prédio definitivo do Campus Realeza.
Ainda em conversa com o Comunica, o professor Bertochi comentou sobre o desenvolvimento deste projeto: “Ao utilizar o cinema para fomentar o debate e a reflexão crítica sobre aspectos sócio-políticos, históricos e ambientais da realidade local estaremos contribuindo para o desenvolvimento tanto de nossos acadêmicos que participam do projeto como das comunidades externas envolvidas”. Além disso, frisou a busca de aprimoramento sócio-cultural e político dos trabalhadores rurais para que estes construam conjuntamente as soluções e alternativas para os seus problemas e possam ter uma melhor qualidade de vida.
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