Mudança no cardápio da merenda escolar contribui com saúde dos alunos
Por Daniela da Rosa e Michelle Batistella
A alimentação escolar do Estado do Paraná melhorou nos últimos anos, especialmente em 2011. Um exemplo é o Colégio Estadual Doze de Novembro, que está seguindo a Lei Estadual n° 14.423, que está em vigor desde o dia 02 de junho de 2004. Essa lei determina padrões de qualidade nutricional nas unidades educacionais públicas e privadas. Atendendo ao preceito nutricional, ficou expressamente proibida a venda de alimentos industrializados como: refrigerantes, sucos artificiais, salgados fritos, doces em geral.
O diretor do Colégio Doze de Novembro, Moacir Marchi Furtado, que está há dez anos na direção, conta ao Comunica que hoje em dia há mais diversidade de alimentos mandados pelo Governo do Estado, e que anteriormente o governo enviava uma cota para aquisição de produtos perecíveis, os quais eram adquiridos pelo colégio. O diretor Moacir complementa que “a partir do ano de 2011, o colégio passou a fazer parte de um programa do Governo Federal, no qual são repassados produtos da agricultura familiar através da Coopafi (Cooperativa de Comercialização da Agricultura Familiar Integrada)”.
A merendeira Otilha Pivatti, que trabalha no Colégio há doze anos, comenta que no início havia muita comida industrializada, que não agradava os alunos. Atualmente, a alimentação escolar teve muitas melhorias, inclusive há uma nutricionista responsável no Estado, mas, segundo Otilha Pivatti, o ideal seria haver uma nutricionista por município. A merendeira Santina Veloso, há 26 anos atuando em escolas, concorda que as mudanças foram boas, especialmente o acompanhamento de uma nutricionista, que faz o cardápio composto por comidas saudáveis, como saladas, carnes e frutas.
A professora de Educação Física, Adriana Sassi, há três anos atuando no Colégio Doze, argumenta que “uma coisa ótima foi o fechamento das cantinas, pois mesmo que os alunos gostem de comer comidas industrializadas, isso foi um beneficio para a sua saúde, antes as comidas eram industrializadas, e hoje em dia é mais natural, mais saudável. Para a alimentação isso foi maravilhoso. A ingestão de carboidratos, proteínas, vitaminas, fibras, ficou mais equilibrada. Agora, os alunos têm comida à vontade.”
Ouvida pelo Comunica, a professora Ms. Camila Rossi, coordenadora do Curso de Nutrição da UFFS, concordou com as proibições impostas pela lei estadual. Inclusive, como mãe, ela vê dificuldade na educação alimentar: “Tenho um filho numa escola privada e tenho dificuldade de fazer sua adequação alimentar”, segundo ela, porque se ele vê os colegas comendo lanches não saudáveis, também quer.
Para a professora Camila, o acompanhamento constante de um nutricionista é muito importante, até porque a Lei 14.423 é bastante simplista quanto aos alimentos que devem ser consumidos. Ela destacou o trabalho do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (Cecane), o qual poderia assessorar órgãos públicos, dando cursos e orientações às merendeiras e às direções das escolas.
As alunas Bruna Madey e Daniela Zerbielli destacam que, com as mudanças de cardápio, a merenda escolar deixou de ser uma comida industrializada requentada e ficou com gosto e cheiro de comida caseira. As alunas destacam que até mesmo as merendeiras passaram a ter mais prazer em preparar as refeições, pois a variedade de alimentos lhes permitiu serem mais criativas. Para Bruna e Daniela, a boa alimentação tem contribuído, inclusive, com o rendimento escolar.
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