terça-feira, 10 de abril de 2012

A fênix do mundo

Por Bruna Louise Cazali Zuttion/ C. E. Doze de Novembro

Ao decorrer dos anos, vemos países passando por várias situações desastrosas, que causam muitas mortes e prejuízos. Porém, ao tentarem se reerguer, apresentam sua verdadeira capacidade e discernimento.

Em março de 2011, presenciamos um grande desastre natural em uma das maiores potências mundiais, o Japão. O terremoto de magnitude 8,9 graus na escala Richter que atingiu o país, apenas na cidade de Minasoma, no distrito de Fukushima, deixou 1,8 mil casas destruídas. Em todo o Japão, foram constatados cerca de um milhão de desabrigados. Durante um ano, presenciamos o ressurgimento do Japão. O país se reconstruiu de forma tão rápida que surpreendeu a todo o planeta. Renasceu das cinzas, como uma fênix.

Uma situação parecida ocorreu no Brasil no ano passado. Em janeiro de 2011, presenciamos os desabamentos na região serrana do Rio de Janeiro, que causaram a morte de cerca de 900 pessoas e a devastação de várias cidades, problemas semelhantes já vêm sendo registrados no Brasil há anos. Para especialistas, as explicações estão na falta de vontade política e de investimentos.

Um ano depois, constatamos situações bem diferentes entre a nossa realidade e a japonesa. Muito pouco foi feito no Rio de Janeiro. Famílias ainda estão desabrigadas, a reconstrução das cidades anda em ritmo lento e quase nada foi feito para a prevenção de outras enchentes. Enquanto isso, no Japão, muitas cidades já foram reconstruídas, e o país se recupera em ritmo acelerado.

Mas por que, mesmo com consequências menores, o Brasil não se reconstrói como o Japão?

Em duas das sete cidades cariocas atingidas pelo desabamento, nova Friburgo e Teresópolis, os prefeitos foram afastados sob a acusação de desviar verbas que deveriam ser usadas nas reconstruções. Podemos afirmar, assim, que muitos de nossos governantes são individualistas e corruptos, que só pensam em sair ganhando sem pensar no futuro do país.

E a culpa é, também, da sociedade que não sabe escolher seus representantes. Presenciamos nas últimas eleições a ignorância social, em que, com o slogan “pior que tá não fica”, Tiririca (Partido da República) foi o candidato a deputado federal mais votado do Brasil nas eleições 2010.

Nada contra a pessoa do humorista, mas o povo de São Paulo votou em uma pessoa sem estudo, e que diz, em seu próprio slogan, que a situação do Brasil chegou ao fundo do poço. Então o que podemos esperar de um país que leva na brincadeira seu futuro, já que quando escolhemos líderes, são eles que irão tomar frente dos problemas do país e solucioná-los. No Japão, as pessoas são conscientes de que quando reconstroem seu país enriquecem seu modo de viver e que não estão reconstruindo apenas para si, mas para todas as gerações futuras.

Então, brasileiros, está mais do que na hora de nos tornarmos conscientes de que o que escolhemos hoje refletirá nas gerações futuras, devemos deixar a ignorância de lado e colocar a nossa frente líderes, não palhaços e corruptos. Seguir o exemplo do Japão não significa não termos a nossa capacidade, e sim que devemos repensar nossos valores. Talvez se resgatarmos o coletivo e a honestidade ao invés do individualismo e corrupção, nos tornemos seres de atitude e ação. Assim, poderemos ter a esperança de um dia também sermos denominados “fênix”.

2 comentários:

  1. Os acontecimentos dos últimos dias no Rio de Janeiro demonstram a pertinência da tese.

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