Professores da Rede Pública Municipal falam como têm sido o ensino da prática da leitura.
O jornal Diarinho é um projeto do jornal Diário do Sudoeste em parceria com a Prefeitura de Realeza, produzido a fim de incentivar a leitura e a produção textual. |
Por Marina Maria Rodrigues e Patrícia dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)
O ensino da prática da leitura é motivo de constante discussão dos profissionais da área da educação. A Rede Municipal de Ensino de Realeza possui um total de 7 escolas de Ensino Infantil, sendo duas em localidades interioranas, e cinco na cidade. Dessas cinco, três atuam em tempo integral e duas em meio período. Essas escolas são coordenadas pela Secretaria de Cultura e Educação de Realeza.
A Profa. Leocádia Andreolli, secretária municipal de Cultura e Educação, falou sobre as escolas integrais que hoje têm um importante papel na sociedade realezense e sobre os projetos que a Prefeitura vem realizando no ensino da leitura: “Os projetos de maior resultado são o Baú do Conhecimento e a Gibiteca. Atualmente são sete baús para as escolas e um para as creches municipais. Nesses baús há diversos livros dinâmicos, novos, que trabalham bastante a ludicidade das crianças. São livros e gibis diferentes, variados e têm sido a maior atenção da criançada”.
Além disso, a Prof. Leocádia comentou sobre o “Diarinho”, que é um projeto do jornal Diário do Sudoeste, da cidade de Pato Branco. Juntamente com a prefeitura de Realeza, foi criado o Núcleo Regional de Realeza, que uma vez por mês recebe representantes das escolas das seguintes cidades: Barracão, Santo Antônio, Pérola D'Oeste, Capanema, Bela Vista da Caroba e Santa Izabel.
O Diarinho não é apenas uma ferramenta só para a leitura e sim para os alunos terem contato com diversos gêneros textuais. As edições contêm reportagens voltadas para a idade deles, e, muitas vezes, o conteúdo é produzido pelos próprios alunos.
Escola Menino Jesus
Uma das escolas integrais é a Escola Municipal Menino Jesus, a qual possui 170 alunos e tem apresentado resultados satisfatórios. No período matutino, as aulas são normais e, na parte da tarde, os alunos têm oficinas de artesanato, esporte, circo e outras atividades de recreação.
Em conversa com o Comunica, a coordenadora pedagógica Profa. Clair Rozane Korb Lazari comenta sobre as dificuldades e os métodos de ensino na prática da leitura: “a prática da leitura deve acontecer diariamente, principalmente nas séries iniciais do pré ao 2º ano, em que as professoras trabalham muito com a leitura de imagem, a ludicidade e a leitura coletiva que é muito importante no aprendizado, explorando o leitor dentro das crianças. Os 3º, 4º e 5º anos trabalham a leitura tanto no período da manhã quanto à tarde. Já aos livros da escola, os alunos têm acesso através do professor. O importante é que eles não obrigam os alunos a ler e sim a aprender a gostar. Um dos fatores que prejudicam a leitura de um livro é estarmos rodeados de imagens”.
Escola 24 de Junho
A Escola Municipal 24 de Junho é tradicional no Município. São 370 alunos no total, estudando em período normal. A diretora Geni S. Prinz falou sobre a prática da leitura de seus alunos: “A leitura é estimulada desde a pré-escola. Outro estímulo é o Baú de Conhecimento, a Gibiteca e o Diarinho para as séries finais, além de nossa escola ter o momento da leitura quando toda a escola para para ler. A maior dificuldade para os alunos é a concentração na hora da leitura porque eles não têm esse hábito. A escola procura interagir com os pais, a fim de que exista um incentivo da leitura também em casa, essa parceria 'pais e escola' é de grande importância para que haja uma sintonia em prol do desenvolvimento intelectual da criança”.
Escola Municipal Independência
A Escola Municipal Independência também atua no período integral e possui uma estrutura física excelente. Os alunos têm aulas pela manhã e no período vespertino participam de diversas atividades recreativas.
Segundo a diretora Neusa Foiatto, as atividades realizadas no período da tarde possibilitam que haja um maior contato com os pais, o que melhora o desenvolvimento do aluno. Explicou que são realizadas aulas de leitura e o nível de dificuldade das crianças é baixo: “Trabalhamos com produção textual, leitura de imagens para a primeira série e oficina de teatro em que são utilizados clássicos infantis dinamizados inclusive com fantoches”.
Biblioteca Municipal
O município de Realeza conta também com a Biblioteca Pública, na Casa da Cultura. Tem um acervo considerável e espaços apropriados para leitura, com tapetes, pufes e sofás. São espaços para que as escolas trabalhem a leitura, pesquisas e estudos.
A bibliotecária Cleomari da Silva, comentou sobre a frequência de crianças na biblioteca e das escolas de Realeza: “Poucas crianças vêm aqui para ler, elas vêm para pesquisa, mas é considerável o número de empréstimos. Outra questão é que não há muita participação de pais que acompanham os filhos na biblioteca”. A bibliotecária comenta também sobre da necessidade de incentivo dos professores quando vão à biblioteca, “deve haver mais interação do professor na hora da leitura aqui, muitos professores chegam e não participam do momento da leitura juntamente ao aluno.”
Outro incentivo à leitura no município é a construção de um nova biblioteca no centro da cidade, “Biblioteca do Cidadã”, a qual está sendo construída com verbas estaduais em terreno cedido pelo Município, no centro da cidade. A Biblioteca Cidadã será inaugurada ainda esse ano.
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