A trilha da UFFS permitiu uma visão ampla da vida ecológica com propostas concretas de educação ambiental
Banner que indicava o local da trilha. |
Por Ângela Roman e Jéssica Pauletti (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)
Fotos: Christiano Castellano/UFFS
Durante a ExpoReal (Exposição comercial, industrial, agropecuária e gastronômica de Realeza), que se realizou nos dias 12 a 15 de novembro, os visitantes puderam participar de uma trilha ecológica. A trilha aconteceu juntamente com a exposição municipal e ficou aberta ao público das 10h da manhã às 22h da noite.
A idéia da trilha surgiu para que se pudesse utilizar o espaço de mata nativa do parque de exposição onde funciona a EXPOREAL, para a conscientização e educação ambiental. O projeto desenvolveu-se a partir de uma parceria entre a Prefeitura Municipal e a Universidade Federal da Fronteira Sul, com a supervisão da Profa. Ms. Caroline Voltolini. Após várias discussões, definiu-se que a trilha estaria voltada à conscientização dos visitantes e à educação ambiental.
O trabalho foi intenso desde os preparativos. Nesse primeiro momento, houve a necessidade da produção de materiais e, também, do aprimoramento dos já existentes, como as maquetes dos colégios municipais, cedidas pela prefeitura.
Com o intuito de esclarecer a problemática ambiental aos visitantes, a trilha foi monitorada por acadêmicos da UFFS. Jéssica Pauletti, Maiara Vissotto, Edson Frozza, Maiara Fantinelli, Raquel de Mello, Gelson Marques, Juan Fernando Corrêa, Marcelo Mistura, Avelino Delto Mathias, Mateus Jandrey, Jean F. Gomes, Tatiana Palinski, Willian Cândido, Mariza Martins, Julia Duarte Rambo, Fernanda C. Morgan, Raiani Brasnieski, Anderson F Rodrigues e Dalila Fabiane Gonçalves, do curso de Licenciatura em Ciências, e Ângela T. Roman, de Medicina Veterinária, orientaram o percurso.
Profa. Caroline Voltolini (à esquerda, sentada), Diretor do campus Realeza João Alfredo Braida (à direita, em pé), e acadêmicos inauguram a trilha. |
Dentro da programação da Trilha aconteciam apresentações artísticas do grupo de Teatro da UFFS. Com elas, buscava-se enfatizar questões apresentadas em cada etapa da trilha por meio da declamação das poesias.
Na primeira etapa, denominada “A natureza”, a água estava sendo representada como líquido da vida. Tentou-se evidenciar as relações harmônicas existentes na natureza, com ênfase às árvores nativas, como a Araucária, que possui papel importante no contexto histórico da região.
Essa árvore deve estar presente na preservação dos rios, formando as matas ciliares. A importância dessas matas está no fato de que podem formar corredores ecológicos por onde os animais transitam livremente, facilitando a reprodução e, consequentemente, a existência da espécie. Nessa parte da trilha estavam as atrizes Josiane Portigliotti e Riani Brasnieski, com a poesia “A natureza em sinfonia”.
Para que essa etapa expressasse com maior legitimidade a harmonia da natureza, expuseram-se animais empalhados tomados de empréstimo do Parque Nacional de Foz do Iguaçu. Eram oito: Tamanduá, Cachorro do mato, Quati, Gato do mato, Jacaré, Tatu, Irara e Jaguatirica.
Quati e araucária, árvore típica da região. |
Encerrando essa etapa, estava exposto um painel com poesias e figuras sobre o meio ambiente. Elas procuravam expressar que o homem se inspira na natureza para realizar suas obras e mostrar que ele é parte do meio ambiente; portanto, suas atitudes terão conseqüências tanto para o meio quanto para o próprio ser.
“Assim caminha a humanidade”, era o nome da segunda etapa da trilha, na qual se apresentavam os principais acontecimentos históricos homem/natureza, dentro da evolução dos meios de produção e desenvolvimento de novas tecnologias. Para expressar essas mudanças, a poesia “Você perguntará por que tentamos” era declamada por Jéssica Pauletti e Flávia Luane Rommel.
As transformações decorrentes do desenvolvimento culminaram na terceira etapa da trilha, chamada “O mundo Hoje”. O objetivo, aqui, era mostrar aos visitantes todos os problemas encontrados no planeta, como perda da biodiversidade e extinção de espécies, desmatamento e poluição, bem como a excessiva prática de monoculturas e, conseqüentemente, o uso exacerbado de biocidas para o controle de pragas.
As ações do homem provocam danos no equilíbrio ambiental; além disso, elas causam danos a sua própria saúde. Isso ocorre através de mudanças climáticas, já conhecidas por nós, ou por meio da resistência microbiana, um exemplo disso é a gripe suína (H1N1) que atinge a todos, independente de classe social. Para refletir sobre esse emaranhado de reações naturais, Francieli Adames e Tainara K. Bastos representavam a poesia “Desabafo da natureza”.
Dois caminhos eram possíveis de serem seguidos a partir deste ponto da trilha: “o caminho da destruição”, à esquerda, ou “o caminho da conscientização e conservação”, à direita. O primeiro mostrava o acúmulo de lixo e o descaso da população com o desperdício de água potável, além do uso excessivo dos combustíveis fósseis. No segundo caminho, destacava-se a separação correta do lixo em orgânico e reciclável, ressaltando a reutilização de materiais, bem como criação da composteira, local onde o lixo orgânico pode ser depositado.
Na continuação do caminho, encontrava-se a captação da água e o painel solar. Por fim, destacava-se o reflorestamento de árvores nativas e a educação ambiental. A poesia “Meio ambiente” foi proferida por William Cândido e Gabriel A. Tatsch.
Dependendo do caminho percorrido, dar-se-á o “nosso futuro pelo caminho da Destruição” e ou “nosso futuro pelo caminho da Conscientização e conservação”. No primeiro caminho, eram mostrados o aquecimento global e a desertificação, que podem levar ao extermínio da humanidade e de todas as formas de vida. Ao contrário disso, no futuro projetado no segundo caminho, eram sugeridas as cidades sustentáveis com áreas de preservação ambiental.
Finalizando a caminhada, os participantes eram provocados a pensar em que futuro gostariam de ter e eles ainda poderiam deixar uma mensagem para um mundo melhor no mural da trilha. Devido à maciça participação, foram selecionadas algumas mensagens que correspondiam à percepção do público participante sobre a importância da educação ambiental.
“Crie, faça acontecer não fique só na palavra. Você pode, basta querer!” (Mariza Martins).
“Palavras não são o suficiente, é preciso tomar uma atitude. Essa é a hora. Pode ser tarde demais, a natureza está pedindo socorro, e nós somos os culpados por isso” (Rafaelly Ló).
“A natureza é um bem dado para nosso desfrute, não para que nós as destruamos!” (Meiroeli Marioti).
“A natureza vive sem o homem, mas o homem não vive sem ela” (A. Rossi).
“Preserve a vida e a natureza, sem desperdício, acúmulo e consumo excessivo. Conserve-se” (Pâmela Roggia).
“Somente através do conhecimento é que podemos salvar e proteger o meio ambiente” (Clo).
“Meio ambiente é tudo que podemos tocar, ver ou sentir, inclusive nós mesmos, os homens. Sendo assim te peço: - Ajude-me a preservar sua própria vida” (Juan Fernando Corrêa).
“Quem mais polui o mundo somos nós... então resumindo nós somos o próprio lixo” (Gabriel A. Tatsch).
“O uso racional dos recursos naturais é fundamental para a preservação da vida no Planeta” (Carla Camila Knebel).
“A natureza pode não ser tudo, mas sem ela o resto é nada” (Francieli Adames).
“Qual o planeta que deixaremos para as futuras gerações? O que será que vale a pena, o ‘ter’ ou ‘ser’ alguém consciente” (Raquel de Mello).
“Somente seremos uma humanidade quando voltarmos a nos tratar como irmãos! Enquanto a superioridade do homem se manter seus descendentes terão um futuro incerto!” (Ana Luysa e Amanda, Uniguaçu-FAESI).
Através das frases acima, esperamos que o nosso principal objetivo tenha sido alcançado, qual seja, o de levar a educação ambiental aos participantes. Em vista da repercussão positiva desse evento e da importância de discutir a problema ambiental, houve o convite à consultoria de a trilha ecológica participar de outras exposições da região.
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