terça-feira, 17 de maio de 2011

Crônica:

A vossa presença em determinados lugares causa estranhos sentimentos

Por Jéssica Pauletti

Não se sabe ao certo quando o seu sucesso estourou no mercado, mas os anos foram passando e ele foi se modernizando como a sociedade. Antes simples, recebia ou fazia ligação. Mas hoje: recebe, liga, reproduz música, manda mensagem de texto, conecta-se à internet, e quanto menor... melhor. Oh! por favor, sejamos francos, somos dependentes dele. Mas concordem comigo, meus caros leitores, há lugares e lugares para usá-lo.

Cuidado também quando forem utilizá-lo para serem o mais discretos possível, se isso for possível, pois imaginem a seguinte situação, pela qual qualquer pessoa pode um dia passar: em uma viagem, desde o momento em que embarca no ônibus, senta-se num banco, reclina-o (afinal, se está cansada de estudar, dormir é o que quer), a colega de assento está falando ou gritando com o namorado, fazendo o interrogatório do dia via linha telefônica. Céus, o que o viajante cansado de estudar e que só quer dormir tem a ver com isso! E detalhe, não era a única que ouvia aquilo.

Engraçado, quando alguns queridos avós, de 60 anos mais ou menos, ficam em pane, caso lhes dão um aparelho desses na suas mãos. Por isso os avós dizem: “só me mostre, vai que eu estrague”, como se o dono do aparelho não ficasse remexendo naquela infinidade de janelas a todo o momento, correndo o risco de o aparelho entrar em pane e não o usuário.

Outro fato interessante a ser analisado é quando os pais estão falando com o filho, preocupados com a nota escolar, com suas companhias, com seus amores, e a criatura, respeitosamente, está vidrada naquela máquina moderna ganhada de seus pais, após muitas lágrimas na véspera do Natal. A mãe loucamente chama a atenção do filho que parece estar em outro mundo e não ouve uma palavra. O que fazer? Afinal concordaram em presenteá-lo e subitamente foram deixados de lado. Depois dizem que pai e mãe não sofrem!

Mas, vamos definir aqui, um dos locais em que mais o aparelho moderno causa danos para os presentes: a sala de aula. É sério. Celular, em sala de aula, causa instantânea dor de cabeça ao professor e pode gerar consequências pouco agradáveis para o estudante(olho). Desde o primeiro dia de aula os alunos sabem as regras do “aparelhinho” dentro da sala, o professor diz: “Celulares desligados, ok?” e todos num coro, como se fosse de uma igreja, mas não é, respondem: “Sim professor!”. Mas é só uma resposta de momento, e de fato nem todos seguem essa norma.

Tudo bem, não sou tão radical assim, concordo em ter o celular na sala de aula, nunca se sabe quando uma emergência pode aparecer ou quando vai receber uma notícia, mas coloca a campainha com a opção “vibrar”, assim você sai da sala e atende.

Pois imaginem vocês, o professor no meio da aula todo empolgado dando a explicação de um conteúdo, e um toque interrompe todo o processo de ensino aprendizagem, e podemos imaginar os toques mais variados e que refletem a identidade da pessoa, desde a música mais tocada na FM, ou ainda os toques apaixonados, os mais calmos, os extremamente barulhentos, enfim, há pra todos os gostos e idades.

Mas, voltamos à interrupção do toque. Os estudantes estavam prestando atenção, mas um único barulhinho os distraiu, afinal, querem saber de onde vem esse som, será que é o meu? E o professor também. Ele procura até encontrar o dono do interruptor, lança aquele olhar, talvez fale ou não alguma coisa, porém nem posso escrever aqui tudo que ele imagina naquele exato instante.

Então, entramos no acordo de que celular tem situações para ser usado, deve-se pensar nisso para depois não ficar se estressando com as consequências, não faça um pequeno aparelho estragar a aula e causar estresse para o professor, ele já tem tantos problemas. Use e abuse dele quando puder, afinal foi a partir de seu esforço no trabalho ou através de lágrimas que você conseguiu ter um, mas isso não significa que deva usá-lo para atormentar os outros.

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