O Centro Juvenil Padre Ludovico Redin tem como principal objetivo
formar cidadãos dignos e preparados para a vida
Por Marina Rodrigues e Patrícia dos Santos
Em 1979, o Município de Realeza passou a contar com a “Casa da Criança Padre Ludovico Redin”, que foi fundada por uma organização não governamental (ONG) chamada “Promoções Humanas”, que tinha como presidente o próprio Pe. Ludovico. Essa ONG preocupava-se em diminuir os problemas educacionais das crianças de baixa renda do município e que passavam a maior parte do dia na rua, trabalhando como engraxates, pedindo esmolas e vivendo à beira da marginalização.
Passado alguns anos, houve mudanças na direção e no projeto da Casa da Criança. A prefeitura passou a contribuir com verbas, a fim de colaborar com o funcionamento da entidade (compra de alimentos, remuneração dos colaboradores etc.). O conselho tutelar e as escolas locais passaram a apoiar a iniciativa, o que possibilitou um fluxo maior de crianças atendidas.
Após 29 anos de funcionamento, em 2008, a Casa da Criança foi nomeada “Centro Juvenil Padre Ludovico Redin”, e a Secretaria da Educação Municipal assumiu a coordenação e passou a ser responsável pelas as atividades pedagógicas do Centro.
O Comunica procurou a secretária municipal de Educação de Realeza, Leocárdia Andrioli, para que comentasse sobre as mudanças ocorridas no atual Centro Juvenil: “Quando assumimos a coordenação queríamos dar continuidade ao projeto da Escola Integral, mas só podíamos oferecê-la aos alunos do Ensino Fundamental I. Por isso resolvemos fazer no Centro as mesmas atividades feitas nas escolas, para que os alunos de 5ª série à 8ª série tivessem as atividades no contraturno”.
A secretária esclareceu que o investimento é todo da prefeitura, mas a associação responsável pelas questões burocráticas do Centro Juvenil é a entidade “Promoções Humanas” da Paróquia Cristo Rei. O atual presidente, Pe. Caetano, em conversa com o Comunica, disse que o trabalho do Centro Juvenil é fundamental: “O desenvolvimento do ser humano requer um progresso, seja enquanto criança ou adolescente. Esse desenvolvimento deve ser harmônico, seja com a escola, com a família e com a sociedade, pois não podemos pensar só em alfabetização, pois a formação de um cidadão deve ser completa”.
O Centro Juvenil e a sua realidade
O Centro Juvenil atende atualmente 128 crianças e adolescentes entre 10 e 16 anos. São oferecidas 10 oficinas, sendo: arte circense, teatro, dança de salão, tae-kwon-do, patinação, oficina de conhecimento (reforço), artesanato, violão, informática e esportes. Além das oficinas, as crianças ganham café da manhã, lanche da manhã, almoço e lanche da tarde.
A diretora da entidade, Rosana Socovoski da Gama, falou que “a essência do Centro Juvenil vai além da formação escolar, pois se torna uma preparação para o campo do trabalho”. Além disso, comentou a experiência de conviver com esses jovens: “O vínculo criado com as crianças é muito forte. Para elas, nós somos uma família, elas têm uma cumplicidade muito grande conosco. Isso vai além do foco de tirarmos as crianças da rua”.
Rosana comentou ainda sobre o projeto musical “Tarzan”, que é um projeto que trabalha com o teatro e a expressão corporal dos alunos. Segundo a diretora, são produzidas apresentações abertas à comunidade, em que as crianças têm a possibilidade de mostrar seus talentos, o que “é muito importante, é um incentivo para que não desistam de frequentar o Centro”.
A professora Eliane Locatelli Frarão, que está há seis anos no Centro Juvenil, trabalha com oficinas de conhecimentos e artesanato. Ela comentou sobre a importância dessas oficinas: “Na oficina de conhecimento, auxilio os alunos com os temas e as pesquisas escolares. Esse auxílio é importante, porque nem sempre a criança recebe isso em casa. Já na oficina de artesanato, trabalhamos com diversos materiais, desde bordados até produtos recicláveis. Todo artesanato é cultura”.
O Comunica conversou com uma mãe, Solange Sampaio da Silva, que foi matricular seu filho de 11 anos no Centro Juvenil. Ela comentou sobre o apoio que o Centro dá a ela, pois, ao sair para o trabalho, seu filho não fica mais sozinho em casa: “Me sinto mais segura enquanto estou trabalhando, sabendo que meu filho está aqui estudando e aprendendo coisas novas, ao invés de estar em casa ou pela rua”.
O Centro Juvenil Padre Ludovico Redin está localizado no bairro João Paulo II, e funciona de segunda à sexta, das 7h30 às 17h00.
Marina Rodrigues/Comunica
Crianças atentidas pelo Centro Juvenil Padre Ludovico Redin durante o almoço: "As crianças tem o Centro Juvenil como um referência de vida", afirma a diretora Rosana da Gama. |
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