quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pense, reflita

Um texto para aqueles que falam sem pensar

Willian Henrique Cândido Moura,
Acadêmico do curso de LICENCIATURA EM CIÊNCIAS da UFFS
Orientando da PROFESSORA Luciana Vinhas


 Este texto é um desabafo sobre certas opiniões que minimizam a importância de determinadas profissões na sociedade. Decidi escrevê-lo porque sei que muitas pessoas se identificam com meu sentimento e acho que isso deve ser mostrado.

O fato de uma pessoa estar estudando ou ter se formado em um curso em que o status está bem mais presente não a torna melhor nem pior do que ninguém. De nada adianta alguém ingressar no curso de Direito, por exemplo, apenas para satisfazer a vontade dos pais que sempre sonharam em ter um filho advogado. Deve-se ter vontade própria ou dom para isso. 

Do que adiantaria uma pessoa que desmaia ao ver sangue estar cursando algum curso em que o sangue estará presente ao trabalhar como, por exemplo, Medicina, Enfermagem ou Biomedicina, apenas para se ter um “nome”, uma profissão que, para muitos, acaba se tornando bem vista pela sociedade?

Nenhum curso deve ser menosprezado, pois, apesar de existirem cursos “baratos”, tem quem goste, tem quem queira; caso contrário, as pessoas não pagariam para cursá-lo. As licenciaturas, por exemplo, são muitas vezes os cursos mais “baratos”. Mas o que seria de todos os alunos, o que seria de todos os acadêmicos, se não tivessem tido aulas com professores aptos a lecionar durante o ensino médio? Será que hoje em dia estariam onde estão?

Em uma universidade pública, independentemente dos cursos que são ofertados, desde Fisioterapia a Biblioteconomia, não importando a quantidade, se 4 ou 13 cursos, o número de acadêmicos será o mesmo. Se 30 vagas são ofertadas por determinado curso, 30 acadêmicos com certeza estarão ali no começo das aulas. Agora, dizer que o desempenho de uma universidade, ou o desenvolvimento de uma cidade universitária, se dá pelo curso que ali está sendo oferecido é completamente errado.

Tendo em vista tudo isso, observa-se que não é apenas do status do curso que é formada uma profissão ou uma universidade. O mais importante é o querer, a vontade de se fazer o que se gosta. Não seria legal nem proveitoso entrar para o curso de Nutrição sem gostar de mexer com os alimentos; cursar Letras se não gosta de ler ou escrever; entrar para o curso de Medicina Veterinária se detesta animais; fazer Ciências se não suporta ouvir falar em Química, Física ou Biologia. Assim funciona com todos os demais cursos existentes.

Algumas coisas que são ditas, muitas vezes sem pensar, acabam menosprezando, mesmo não intencionalmente, a auto-estima ou a vontade que temos em fazer o que gostamos. Isso não deve abalar o que lhe agrada. Se está onde está, é porque estudou e lutou muito para isso. Não sinta vergonha de dizer o que faz.
 

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