terça-feira, 23 de agosto de 2011

Comunica Recebe:

Tere da “Casa das Linhas Heluana”
 
Uma das casa mais tradicionais de Realeza

Por Marina Maria Rodrigues

Em agosto de 1980, Terezinha de Moura, mais conhecida por Tere, realizou o sonho de abrir uma loja escola, a “Casa das Linhas Heluana”, a qual seria muito mais do que um mero comércio realezense: uma casa onde as pessoas pudessem aprender e a sobreviver do artesanato.


Além de vender produtos de confecções artesanais, a intenção de Tere era oferecer cursos das diversas áreas como bordado, pintura, crochê, tricô etc., e sempre profissionais de qualidade. Tere contou ao Comunica que já passaram por sua loja, em 31 anos de trabalho, mais de cinco mil alunos. Ela falou como se sente por ter feito parte da vida de tantas pessoas: “Muitos de nossos alunos trabalham e tiram seu sustento do que aprendeu aqui, se tornaram profissionais, artesãos, para mim é maravilhoso saber como nós contribuímos para que isso acontecesse.”


Com o tempo o comércio foi ficando cada vez mais conhecido nas cidades vizinhas, como Capitão Leônidas Marques, Capanema, Planalto, Pérola D'Oeste, Pranchita, Santa Izabel e Ampére. Ou seja, o trabalho de Tere e seus artesões têm reconhecimento em toda a região.


Como tudo nos tempos de hoje, o artesanato também teve inovações. Tere comentou que teve que aperfeiçoar a Loja para as novidades “cada vez surgindo novas tendências, o crochê hoje vem sendo muito bem visto nas tendências de moda&casa, o tricô cada vez mais valorizado e os bordados também, sempre maravilhosos e temos que acompanhar essas inovações, estamos sempre buscando novos modelos, novos materiais e novos cursos. E a cada dia os trabalhos manuais estão sendo mais valorizados”.

O Artesanato, um tratamento para depressão

Hoje em dia, uma das doenças que mais vem atingindo a população é a depressão, doença que afeta o estado de humor da pessoa, deixando-a com o sentimento de tristeza. Qualquer pessoa pode sofrer de depressão, homens e mulheres,crianças e idosos. “Uma das novas técnicas que vem sendo adotadas pelos médicos contra esse mal, é o contato com os trabalhos artesanais”, é o que comenta Tere.


Uma de suas alunas, iniciou as aulas por indicação médica em maio de 2010, a senhora Zeni Amaral, que contou ao Comunica que já estava perdendo a sensibilidade das mãos e dos pés quando começou a frequentar as aulas de pintura de tela: “Eu tremia muito, e não acreditava que isso iria funcionar, mas com o passar dos meses fui notando as mudanças. Recuperei os movimentos das mãos e dos pés, e hoje pinto tela para vender. Tenho quadros encomendados até maio de 2012, foi me recuperando da depressão que achei uma profissão.”


Tere comentou que há vários alunos que estão fazendo esse tipo de tratamento, todos indicados por médicos e psicólogos: “Chegaram aqui alguns indicados por médicos e muito depressivos, ou com vícios, no caso cigarro. O artesanato tanto pintura quanto bordado, crochê ou tricô, trabalham com a ansiedade e com a mente, esse é o segredo.” Tere comentou também que uma fabricante de linhas de lã, criou um kit antidepressão, o qual é composto por: um par de agulhas, três novelos e um CD autoajuda com músicas clássicas.

31 anos em Realeza

Na terça-feira, 02 de agosto, a Casa das Linhas Heluana completou trinta e um ano desde que abriu as portas em Realeza e para comemorar esta data a loja contou com a participação de uma das figuras mais importantes do artesanato brasileiro, Vitória Quintal, a melhor tricoteira do Brasil.


Foi a primeira vez que Vitória Quintal esteve no Sudoeste do Paraná e contou com a participação de cerca de 100 mulheres que fazem tricô aqui em Realeza. Na oficina, Vitória ensinou técnicas de trico, utilização de cachecóis, roupas, terapia do tricô, e outras técnicas da área. O evento contou com o patrocínio da Loja e da Coats Corrente. Para maiores informações sobre Vitória Quintal acesse: www.vitoriaquintal.com.br.


Atualmente a Loja conta com quatro funcionárias e duas monitoras de cursos, o Comunica conversou com uma das professoras, Edy Berton, que da aulas de pintura há onze anos na loja. A oficineira comentou como aprendeu a pintar: “Iniciei pintado tecido, sozinha, quando vi estava pintando tela e assim foi, nunca tinha feito um curso de pintura, só um de pintura em madeira, o resto aprendi sozinha, eu acho é trabalhando que a gente se descobre”.


Ao comentar como se sente em trabalhar com o que gosta, Tere afirma que é muito gratificante ver o resultado de cada trabalho feito nas oficinas, além de poder trabalhar com alunos dos 8 aos 80, é essa diversidade que deixa seu trabalho sempre melhor.

CURIOSIDADE

Em conversa com o Comunica, Tere também comentou como o estabelecimento ganhou o nome de suas duas filhas mais velhas, Heloísa e Luana: “Pensei muito em como dar o nome a loja até que juntei o nome das minhas duas filhas Heluana”.


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