quarta-feira, 2 de maio de 2012

100 Limites

Por Willian Moura (Ciências Naturais/UFFS)

A palavra limitar para mim é transcendentemente importante. Limite. Limitar-se. Limitado. Ilimitado. Saiba o seu limite: até onde chega, ou até onde ele pode chegar. Para onde vai? Tudo sem exageros, para depois não dar indigestão. Limite: pois é esta a palavra que vos ofereço. Que vos indico. 

Explore o seu limite. Faça um piquenique romântico bem no meio da praça central da cidade. Vamos ver até onde vai o limite da sua vergonha, da sua timidez. Deite-se ali e olhe para o céu. Observe figuras nas nuvens. Não tenha medo de dizer o que realmente lhe passa pela cabeça, pois as pessoas, ao observarem essas tais figuras, cismam em ver coelhinhos, ursinhos, borboletinhas e florzinhas, tudo no diminutivo para ficar mais fofinho. Não seja piegas, e fale o que viu; não fuja da realidade, viaje pelo limite da sua imaginação. 

Confesso que em uma dessas observadas, mais especificamente, em nuvens vespertinas, juro de pés juntos que visualizei uma pessoa sem cabeça sendo arrastada por um pássaro que tinha em suas asas uma espécie de tentáculo com bolinhas, dois tentáculos com bolinhas para cada asa, pra ser mais exato. Não sei se eu estava muito vidrado em filmes de terror, ou de ficção científica, mas sei que, naquela tarde, eu fui até o limite da minha imaginação. Cheguei a me arrepiar e disfarçar um pouco, olhando para a nuvem que estava se formando ao lado. 

Após este trauminha com as figuras nas nuvens, fui para uma padaria fazer um lanchinho. Lá havia tantas coisas que me agradavam o paladar. Podia ter me limitado a apenas um sanduíche natural com um suco de maracujá sem açúcar, mas não: me empolguei e ultrapassei meu limite. Comi muita coisa, quando digo muita coisa, foi muita coisa mesmo. Resultado: ao pagar, o meu dinheiro se limitou e o lanchinho acabou se tornando um lanchão. Se eu tivesse respeitado o meu limite, provavelmente teria saído da padaria com um pouco mais de dinheiro no bolso e um pouco menos de dor de barriga. 

Todavia, ultrapassar seu limite nem sempre acaba em desastres: às vezes pode fazer muito bem. Quando estiver que estudar para aquela prova cabulosa, daquelas que se chega a sentir um arrepio na espinha só de pensar, ultrapasse o seu limite estudando. Isso com certeza te fará um bem imenso, sem contar que a nota que obterá depois deixará sua mãe orgulhosíssima, com um sorriso de orelha a orelha, fazendo sua cota de permissões tornar-se ilimitada. Vai ser “sim” para tudo. 

Limite, essa é uma palavra que deve ser lembrada. Limite-se.


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