quarta-feira, 20 de março de 2013

A perda...


Por: Jéssica Pauletti (Ciências Naturais / UFFS)

    Desde cedo somos acostumados a lidar com essa situação, temos que entender que perderemos nossos dentes de leite, nossos bichos de estimação (papagaio, gato, cachorro, peixe), alguns materiais escolares e assim por diante. Há aqueles que dizem: “quanto mais temos, mais perderemos”. Se analisarmos essa frase, descobriremos que ela faz sentido, se o que for perdido é realmente importante.
     No entanto, não encontrei ninguém que me falasse que está preparado para essas tais perdas sem volta, de pais, irmãos, primos, avós, amigos – amigos de verdade – nem sei se estamos preparados para perder o desconhecido, alguém com quem nunca cruzamos, mas que de algum modo sua morte nos causa um semblante entristecedor.
    Eu e todas as outras pessoas sabemos que um dia a vida se finda. Naturalmente, cada ser deveria seguir um ciclo, etapas – nascer, viver e morrer – processo os quais aprendemos nas aulas de Biologia ou no desenrolar da vida com indivíduos mais experientes. No entanto, quando esse processo é interrompido de forma drástica – um incêndio, um acidente, um assassinato – ficamos sem chão e não queremos acreditar.
    Em questão de minutos ou até mesmo segundos, vidas são perdidas … como se não fossem nada, insignificantes perto de um mundo de gente que ainda restou. Porém, a pessoa que partiu era especial para alguém, tinha uma realidade, pessoas ao seu redor, era um sonhador...e por causa dessa perda ficarão tristes e provavelmente terão o seu caminho destroçado.
    Já passei por essa dor e infelizmente eu sei que ainda muitas outras virão. Afinal, como diz meu pai: “Basta estar vivo, para as coisas acontecerem”. O que me consola e tomo como aprendizado é que temos que aproveitar o hoje. Diga aos seus pais o quanto você os ama, abrace bem apertado seus amigos (de uma forma que eles sintam as costelas doloridas) e aproveite os minutos como se fossem os últimos.
    Aproveite e permita-se viver! E ainda, se chegaram a essa parte do texto, há esse trecho de música para pensar:
“...Como é, por exemplo, que dá para entender: 
a gente mal nasce, começa a morrer.
Depois da chegada vem sempre a partida.
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão...”
( Sei lá...a vida tem sempre razão – Toquinho)

    Uma singela homenagem de uma comunicante às famílias e aos amigos das vítimas da tragédia em Santa Maria/RS em 27/01/2013.

4 comentários:

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  2. A arte de se expressar com palavras não é contemplativa a todos, o que não é seu caso,que transpassou todo o seu sentimento, parabéns Jé

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