Por: Jéssica Pauletti (Ciências Naturais / UFFS)
Desde cedo somos acostumados a lidar com essa situação, temos que
entender que perderemos nossos dentes de leite, nossos bichos de
estimação (papagaio, gato, cachorro, peixe), alguns materiais
escolares e assim por diante. Há aqueles que dizem: “quanto mais
temos, mais perderemos”. Se analisarmos essa frase, descobriremos
que ela faz sentido, se o que for perdido é realmente importante.
No entanto, não encontrei ninguém que me falasse que está
preparado para essas tais perdas sem volta, de pais, irmãos,
primos, avós, amigos – amigos de verdade – nem sei se estamos
preparados para perder o desconhecido, alguém com quem nunca
cruzamos, mas que de algum modo sua morte nos causa um semblante
entristecedor.
Eu e todas as outras pessoas sabemos que um dia a vida se finda.
Naturalmente, cada ser deveria seguir um ciclo, etapas – nascer,
viver e morrer – processo os quais aprendemos nas aulas de Biologia
ou no desenrolar da vida com indivíduos mais experientes. No
entanto, quando esse processo é interrompido de forma drástica –
um incêndio, um acidente, um assassinato – ficamos sem chão e não
queremos acreditar.
Em questão de minutos ou até mesmo segundos, vidas são perdidas …
como se não fossem nada, insignificantes perto de um mundo de gente
que ainda restou. Porém, a pessoa que partiu era especial para
alguém, tinha uma realidade, pessoas ao seu redor, era um
sonhador...e por causa dessa perda ficarão tristes e provavelmente
terão o seu caminho destroçado.
Já passei por essa dor e infelizmente eu sei que ainda muitas
outras virão. Afinal, como diz meu pai: “Basta estar vivo, para as
coisas acontecerem”. O que me consola e tomo como aprendizado é
que temos que aproveitar o hoje. Diga aos seus pais o quanto você os
ama, abrace bem apertado seus amigos (de uma forma que eles sintam as
costelas doloridas) e aproveite os minutos como se fossem os últimos.
Aproveite e permita-se viver! E ainda, se chegaram a essa parte do
texto, há esse trecho de música para pensar:
“...Como é, por exemplo, que dá para entender:
a gente mal
nasce, começa a morrer.
Depois da chegada vem sempre a partida.
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão...”
( Sei
lá...a vida tem sempre razão – Toquinho)
Uma singela homenagem de uma comunicante às famílias e aos amigos
das vítimas da tragédia em Santa Maria/RS em 27/01/2013.
Muito Lindoo Jéssica!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA arte de se expressar com palavras não é contemplativa a todos, o que não é seu caso,que transpassou todo o seu sentimento, parabéns Jé
ResponderExcluirParabéns Jéssica, bem legal!
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