segunda-feira, 4 de novembro de 2013

“O céu não tem limites”

Clube de Astronomia em Realeza é formado por acadêmicos, técnico e professor da UFFS


Por Jéssica Pauletti (Ciências Biológicas)

Quem nunca olhou as estrelas? Ficou admirando a beleza de uma lua cheia? Questionando-se sobre o que existe além do que nossos olhos conseguem enxergar? Bem, essas são algumas das perguntas que inspiraram as pessoas a se envolverem com a Astronomia, uma ciência antiga e fonte de estudo e admiração. Esse foi um dos fatores que fizeram com que o Encontro Paranaense de Astronomia (EPAST) acontecesse pela primeira vez, há dez anos.

Segundo Wilson Guerra, graduado em Física (UEM) e com pós-graduação em Astrobiologia (UEL), que participa desde a 3ª edição do Encontro, o evento tem a proposta de espalhar o conhecimento científico (usando a Astronomia como motivador), para todos aqueles que gostam dos temas astronômicos, mas que nunca tiveram oportunidade de ouvir sobre, ou de ver o céu por um telescópio. Não se trata de um evento acadêmico, mas de um encontro com minicursos e palestras sobre os mais diferentes assuntos, além do concurso de astrofotografia.


Daniele Mattos
Participantes do 10º EPAST em frente à Casa da Cultura, onde as palestras foram ministradas.

Wilson ainda conta que, da primeira edição até agora, são 7 os clubes formados que participam ativamente dos encontros: Grupo de Estudo e Divulgação de Astronomia de Londrina (Gedal); Sociedade Princesina de Ciências Astronômicas (Spca); Grupo Centauro de Astronomia Amadora (Gcaa), de Maringá e Dois Vizinhos; Clube de astronomia Edmond Halley (Caeh), de Marialva; Grupo de Estudo e Pesquisa em Astronomia (Geastro), de Pato Branco; Clube de Astronomia do Colégio Estadual do Paraná (Cacep) e Clube de Astronomia da Tecnológica (Cautec), ambos de Curitiba.
Toda essa disseminação de grupos pode ser considerada como um avanço e um resultado, mostrando que o EPAST, de fato, está atingindo seus objetivos. Ainda de acordo com Wilson Guerra, o Epast vem sempre crescendo em número de participantes, tornado-se "altamente contagiosos": as cinco últimas edições inspiraram pessoas a fundar grupos para sediá-lo posteriormente (a formação do grupo Centauro e a participação dos acadêmicos da UFFS, por exemplo). Ele ainda complementa, afirmando que o reconhecimento do evento é visto com apoios oficiais de universidades, divulgação em diferentes veículos de comunicação, inserção de professores das escolas, que levam seus alunos, etc.
Em conversa com o Comunica, o acadêmico Felipe Patron, da quinta fase de Engenharia Mecânica na UTFPR de Pato Branco e membro do GEASTRO, comentou a respeito do evento, afirmando ter sido interessante, pois no curso que faz os assuntos relacionados à Astronomia não são muito abordados e o evento lhe proporcionou saber mais de temas de que gosta. Felipe ainda não decidiu que área seguir dentro da Engenharia, mas afirma que os foguetes lhe inspiram. Dentre os sorteios do evento, o acadêmico foi contemplado com um telescópio, que certamente o fará se envolver ainda mais com essa ciência.
A participação dos acadêmicos da UFFS Campus Realeza começou no ano passado, quando o professor Júlio Trevas comentou do encontro que aconteceria em Dois Vizinhos; naquela ocasião, além do professor, 12 acadêmicos e o técnico administrativo Edson participaram. Neste ano, o número aumentou: 36 acadêmicos, mais o professor Júlio Trevas e o técnico em eletroeletrônica Edson A. Santolin foram à cidade de Marialva/PR, onde o evento ocorreu no mês de maio.
O resultado da ida a esses encontros foi a criação de um clube aqui em Realeza, o Astrônomo Real – Clube de Astronomia e Astronáutica Amadora (ARCAA), fundado em meados de setembro deste ano por alguns acadêmicos da UFFS Realeza, bem como pelo técnico Edson e pelo professor Trevas. Para tanto, foi necessário formular um estatuto com todas as regularidades do clube, depois legalizá-lo como uma entidade não governamental e registrar tudo em ata.
Em conversa com o Comunica, a acadêmica Débora Regina, da oitava fase de Licenciatura em Física, nos conta um pouco da sua paixão pela astronomia e como ocorreu a criação do ARCAA: “a Astronomia é algo que me fascina. Sempre olho pro céu e me pergunto quem somos nós neste universo...?” Ela comenta que gosta de eventos que abordam esse assunto e que participar do EPAST é uma possibilidade de saciar um tanto essa busca pela compreensão de como é o espaço lá fora. Além de conhecimentos adquiridos, o encontro proporciona a socialização de um público heterogêneo (professores, pesquisadores, acadêmicos, pessoas da comunidade) e de várias regiões do Paraná, o que resulta na propagação da astronomia nas diferentes regiões.
A respeito da décima edição, a acadêmica coloca que foram realizadas palestras variadas e acrescidas de bastante conhecimento, pois houve inúmeras discussões e trocas de experiências satisfatórias. Essa comunicação se relaciona diretamente à formação acadêmica e isso será importante para a atuação em sala de aula. Ela ainda considera que percebeu que os demais colegas também aproveitaram a oportunidade, pois sempre que possível buscavam sanar suas dúvidas, curiosidades e relatar suas experiências.
Débora é uma das fundadoras do ARCAA e relata que, em conversa com os demais membros, foi proposto, ao final do encontro de 2013, que a próxima edição, em 2014, ocorra em Realeza; em votação unânime, os participantes aprovaram a ideia. Até lá, algumas atividades estão sendo realizadas e planejadas. Já foi feita uma observação de planetas e da lua em frente aos laboratórios na UFFS, e para o mês de novembro está marcada uma outra observação e uma palestra a respeito de como encontrar os principais astros no céu e sobre materiais astronômicos. Por fim, Débora deixa o recado: “no ano que vem sediaremos o EPAST em Realeza. Com muita vontade e certos de que daremos o melhor de nós, faremos um bom evento”!

Jéssica Pauletti/Comunica
Alguns membros do ARCAA em reunião.




Um comentário:

  1. O que acredito ser mais interessante na formação deste grupo, é a heterogeneidade dos participantes. São acadêmicos de Ciências, de Biologia, de Física e de Letras. Isso só prova que não precisamos cursar Física para sermos apaixonados pela Astronomia, assim, lutamos todos pela mesma causa :)

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