Por José Demarchi (Medicina
Veterinária/UFFS)
Ouviram do Ipiranda
às margens plácidas... Quem
não se comove com a execução do hino nacional no inicío de uma
partida de futebol? Ah, nossa
seleção... nosso país sendo representado na pessoa daqueles 12
jogadores. O assunto mais comentado nos últimos dias com
certeza é o futebol. Todo ano, todo mês, toda semana, enfim, todos
os dias fala-se de futebol, mas desta vez é diferente, é a Copa
do Mundo no Brasil. É claro, concomitante à grandiosidade
atribuída a esse esporte – que é como outro qualquer – vem a
insatisfação de diversos setores da sociedade, por meio da
manifestação popular que buscam reivindicar seus ideias.
Nada mais justo. Se
por um lado o governo pode gastar bilhões de reais com tal evento,
por outro, o povo também tem o direito
de manifestar-se como bem entender (sem violência e degradação ao
bem público, é claro). Desde um autônomo até um servidor público
do alto escalão, pois nada mais oportuno do
que manifestar contra um governo corrupto em ano de eleição,
juntamente aos jogos. Pois com toda a mídia focada em mostrar a copa
do mundo, eles, por sua vez, obrigatoriamente darão atenção aos
grevistas que lutam por melhorias, visto que sem essa data festiva,
que são os jogos, a televisão brasileira faz de tudo para acobertar
e deixar de mostrar os verdadeiros fatos, para que a greve não ganhe
proporções maiores.
Óbvio, “brasileiro”
é um povo otimista, uma nação que acredita que a copa do mundo
está trazendo muitos benefícios... Se a seleção canarinho for
campeã nossas vidas irão mudar, meu povo! A realização de um mega
evento feito a copa do mundo, indubitavelmente pode até trazer lucro
para o comércio, turismo, trazer visibilidade para o país no
cenário mundial e aumentar a empregabilidade nesse curto período de
tempo. Porém, toda esta festa camufla
na verdade uma grande manipulação... faz com que o povo acredite
que está tudo perfeito no Brasil. Infelizmente é sabido que uma
minoria observa a grande jogada por trás da copa e que de fato ela
representa para você trabalhador e cidadão brasileiro. É triste
pensar e até é revoltante observar que
essa farsa perdurará muito tempo, pelo visto ainda vivemos na
mesma época em que os romanos previam o provimento de comida e
diversão ao povo, com o objetivo de diminuir a insatisfação
popular contra as atitudes de nossos governantes.
Contudo, vale a
ressalva de que os jogadores não têm culpa alguma, visto que apenas
estão fazendo o seu “trabalho”. Alguns com salários
exorbitantes comparado a outros que fazem o mesmo “trabalho”,
injusto isso, não? Parece que jogar bola e fazer algumas firulas em
campo se configura como uma função de maior prestígio do que
outras menos reconhecidas socialmente como a função do professor
que precisa reivindicar algum grau de reconhecimento social e
financeiro via greve e manifestações.
Enfim, o que fica
depois do evento são as escolas abandonadas, professores ganhando
misérias, discrepância entre classes sociais, crimes de toda ordem,
presídios super lotados, pessoas morrendo em filas de hospitais...
Esses são somente alguns exemplos, e ainda sim é o país que deve
sediar uma copa? Sediar, talvez sim, mas não condicionar a sua
realização à salvação da lavoura. Se pensou em sim, caro
amigo, reveja seus conceitos sobre sociedade e releia este último
paragrafo. Se pensou em não, parabéns, a união faz a força,
apesar de parecer impossível mudar os rumos do
Brasil atual, mas o que importa é que entre outras mil és tu
Brasil oh pátria amada dos filhos deste solo és mãe gentil pátria
amada Brasil.
Artigo de opinião sobre a Copa do mundo no Brasil.
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