Você acha Realeza uma cidade limpa? Para todos os nossos entrevistados a resposta foi sim. Fizemos, então, uma pesquisa de campo para saber quem são os responsáveis por isso
Por Maria Eduarda Collaço
Todos os dias, encontramos varredores de rua em grande parte da cidade de Realeza. A trabalhadora Neiva, que limpa a área ao redor da Universidade Federal da Fronteira Sul, confirmou essa informação relatando sua jornada diária. Esses trabalhadores são concursados ou contratados como auxiliares de serviços gerais pela Prefeitura de Realeza, trabalhando 8 horas por dia. Eles são divididos por bairros. Há, em média, dois varredores por bairro; porém, há alguns bairros que não são contemplados. Segundo a Prefeitura, a escolha de bairros é feita pela movimentação existente neles. Mas, segundo ela, há reclamações de alguns moradores de bairros não contemplados.
O Comunica foi atrás dos varredores de rua da cidade e, através de relatos, concluiu que, além de fazerem bem à cidade, eles fazem bem a si mesmos. Assim fala a trabalhadora Veronir Rodrigues da Silva: “Pensa bem! Você tá o dia inteiro na rua, conversa com um, conversa com outro. Além de ser uma grande terapia para mim, porque é muito melhor do que ficar só em casa sem fazer nada ou limpar o chão de casa”.
A varredora Neiva dos Santos, em entrevista, disse que também gosta do trabalho pelo motivo de que “é bom, porque você tá livre, não tem nenhum patrão em cima para ficar te mandando fazer as coisas. Assim é mais tranquilo”.
Também foi relatado que outra motivação para o trabalho é a garantia de melhores condições futuras. Após um ou dois anos de trabalho, a maioria dos trabalhadores é promovida para cargos como auxiliares de professores em creches ou escolas, considerado para eles como melhor.
Mesmo eles achando o trabalho muito bom, também há pontos negativos. Alguns acham cansativo em dias quentes, pois pegam sol forte durante grande parte do dia. Para ajudar nisso, a prefeitura distribui a eles boné e protetor solar. Outro ponto negativo é a falta de trabalhadores. Alguns deles acham importante que houvesse maior número de varredores. Para uma cidade de 354 km², há apenas 12 funcionários para limpar as ruas.
Segundo a Prefeitura, eles procuram contratar o maior número possível de funcionários para esse cargo, mas, infelizmente, há pouca procura e interesse por este. Assim sendo, uma das soluções para o problema seria aumentar o salário destes trabalhadores, pois só assim a procura seria maior.
A maioria das pessoas que entrevistamos comparou Realeza com cidades maiores, concluindo que a cidade seria muito limpa. A Professora da UFFS, Ms. Érica M. R. Ciacchi, reforçou: “Venho de grandes centros, por isso tenho referências de cidades com uma grande população, sendo muito mais sujas”. Escutando isso, a acadêmica da UFFS Charline Barbosa justificou: “Na minha opinião, as cidades grandes são menos limpas pelo maior número de habitantes e área, assim sujando um maior número de ruas”.
Concluímos que, mesmo com varredores de rua, precisamos da colaboração de todos para esta limpeza, que, para a trabalhadora que não quis se identificar, não é muito boa: “Porque os jovens vêm aí nas praças e ficam fazendo festa, jogando lixo no chão, sujando tudo. E depois ficam recolhendo foco de mosquito da dengue e falando por aí que é para a gente toma cuidado. Mas eles também ficam deixando acúmulos de água no meio das ruas”.
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