terça-feira, 4 de outubro de 2011

Abordando Metodologias de ensino

Projeto "Ampliando conhecimentos em linguística e literatura" realiza a quinta oficina do ano

Por Vanessa Pagno (Ciências/UFFS)

O projeto de extensão "Ampliando conhecimentos em linguística e literatura", coordenado pela professora Dra. Sabrina Casagrande, realizou, no último dia 24 de setembro, na UFFS campus de Realeza, mais uma oficina. Esta foi ministrada pelos professores da área de Letras, Ana Carolina T. Pinto e Marcos Silva.


O encontro contou com a participação de vários acadêmicos do curso de Letras e de Ciências, além de professores de escolas de Santa Izabel do Oeste. A oficina foi realizada em dois turnos, na parte da manhã e na parte da tarde. O tema desta oficina foi "Metodologias de Ensino", que foi abordado de uma forma bem dinâmica e interativa.

Primeiramente, na parte da manhã, os professores Marcos e Ana Carolina discutiram um breve conceito de "metodologia", explicando que ela nada mais é do que a maneira ou fórmula de se aprender o conteúdo. Eles destacaram ainda que atualmente muitos educadores buscam ensinar os alunos da mesma maneira que se ensinava há muitos anos atrás. No entanto, de acordo com a professora Ana Carolina, "com tanta tecnologia existente, não se deve abordar as mesmas metodologias, tentando ensinar os alunos a aprenderem como fomos ensinados, dizendo, por exemplo, se eu aprendi assim porque eles não vão aprender?".

Logo após essa explicação, eles situaram as cinco etapas do Ensino-Aprendizagem que seriam abordadas no decorrer da oficina e que são fundamentais para que um plano de ensino possa envolver os alunos diretamente com o conteúdo abordado. Os professores ainda fizeram uma breve explicação de cada etapa, exemplificando-as, algumas com trechos de filmes.

O tema da primeira etapa foi "Investigação do conhecimento prévio". Para exemplificá-la, os professores exibiram um trecho do filme Ratatouille, direção de Brad Bird, em que o ratinho usa seus conhecimentos prévios para preparar um prato sofisticado ao maior crítico culinário da França. De acordo com a professora Ana Carolina, esse exemplo "mostra que os educadores precisam primeiramente obter um conhecimento prévio da aprendizagem dos alunos e trabalhar em cima disso. É preciso fazer com que as coisas tenham significado para os alunos".

Depois disso, os professores exibiram um trecho do filme Titanic, direção de James Cameron, para exemplificar a segunda etapa, "Contextualização e sensibilização". No trecho exibido, os atores encontram o colar com o coração do oceano. Segundo a professora Ana Carolina, esse trecho mostra que devemos estabelecer relações dos conteúdos com a realidade. "É o momento de expor a importância e a pertinência do estudo em questão, de acordo com a realidade do aluno. Por isso, não basta apenas passar o conteúdo, é preciso envolver os alunos, ter uma maneira diferente de trabalhar para que eles sintam-se motivados".

A terceira etapa discutida foi "Problematização". Para exemplificá-la, foi apresentado um trecho do filme Forrest Gump, direção de Robert Zemeckis, em que mostrava um menino que se achava impossibilitado de correr, no entanto, ao ser incentivado pela menina que estava com ele, conseguiu correr. A professora Ana Carolina destacou, durante o encontro, que "a partir desse trecho podemos perceber que os alunos precisam ser desafiados e, ao mesmo tempo, motivados pelos professores, para que eles possam, com isso, buscar soluções para esses desafios e para que possam se superar fazendo coisas que acreditam, muitas vezes, ser impossíveis".

Na quarta etapa, "Sistematização do conhecimento", os professores falaram sobre a importância de elaborar sínteses em forma de textos com as novas aprendizagens adquiridas durante o processo, envolvendo: valores, procedimentos construídos, conceitos entre outros. A professora Ana Carolina ainda falou que "o professor deve procurar variar sua forma de expor o conteúdo, com aulas expositivas, mapas conceituais, relatórios, esquemas, leitura de livros didáticos, fichas [...]."

"Generalização para outras situações" é a quinta etapa no processo de ensino-aprendizagem. Nesta, os professores destacaram que se tem a confecção do produto final, de uma forma que ofereça uma contribuição cultural, social, ecológica, entre outras. "É preciso pensar diferente o tempo todo e refletir sobre nossas práticas", destacou Ana Carolina.

Logo após esta explicação, os participantes da oficina foram, através de uma dinâmica, divididos em cinco grupos. Cada grupo teve de ler uma das etapas e pensar em uma forma diferente de apresentar esse conteúdo, contido em cada etapa, aos demais participantes.

Na parte da tarde, os grupos apresentaram as cinco etapas, alguns grupos apresentaram em forma de teatro, outros através de desenhos, e ainda outros através de frases, que deveriam ser interpretadas pelos demais alunos para que montassem peças teatrais a partir desta interpretação. O objetivo dessa dinâmica era a de mostrar aos participantes que os educadores precisam, primeiramente, "avaliar os conhecimentos prévios dos alunos e passar o conteúdo de uma forma diferente, que os envolva, para que eles possam obter um melhor aprendizado", salientou Ana Carolina, durante o encontro.

                                                                                                            Vanessa Pagno/ Comunica
Participantes da oficina apresentando um teatro
referente a uma das etapas de ensino-aprendizagem

 Após essa apresentação, foram debatidas as cinco etapas, relacionando-as com as fases de aprendizagem de Piaget, que são a assimilação, a acomodação e a equilibração.

Logo após, os participantes foram divididos em dois grupos, estes que receberam o dever de escolher um tema de qualquer área e preparar um plano de aula. Esse plano deveria conter uma dinâmica, que os participantes do encontro deveriam apresentar aos demais explicando como ela seria trabalhada com os alunos. Para o planejamento do plano de aula, os participantes deveriam considerar um fato que já havia sido comentado, que é o de ter os alunos como protagonistas, e não os professores.

Após as apresentações, o professor Marcos encerrou a oficina falando da importância de buscarmos novos métodos de ensino, saindo do cotidiano, buscando inovar os métodos tradicionais, envolvendo os alunos de uma maneira diferente e mais dinâmica do que as que aprendemos quando éramos alunos. "Temos que buscar ensinar os alunos de uma forma diferente daquela que nós aprendemos" e não tentar impor aos alunos aquilo que nos foi imposto quando éramos alunos, precisamos envolvê-los com o conteúdo para que eles possam compreendê-lo de acordo com a realidade vivenciada.

O acadêmico Eduardo Alves dos Santos, da 4ª Fase do curso de Letras, contou ao Comunica como foi participar dessa oficina. De acordo com ele, os métodos que os professores utilizaram ajudaram muito para a compreensão das metodologias de ensino. "Eu gostei muito dessa oficina, pois nela aprendemos que o professor não deve ser apenas um transmissor de conhecimento, mas deve ajudar os alunos a construírem este conhecimento. Gostei também do método utilizado pelos professores para passar o conteúdo, pois ele era bem dinâmico e interativo, nos envolvendo com o conteúdo, fazendo com que nós utilizássemos nossa criatividade", destacou Eduardo.

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