terça-feira, 4 de outubro de 2011

Atividades direcionadas ao espanhol são um sucesso no II SIMUFFS

Por Daiani Grohe e Lucieli Dall Canalle (Letras/UFFS)

Durante a realização do II Simpósio Multidisciplinar da UFFS (Simuffs), os acadêmicos da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Realeza, tiveram o prazer de receber vários palestrantes, entre eles a professora de literatura hispânica Janete Jorge e o professor de espanhol da rede pública e particular de Florianópolis – SC, Sérgio Roberto Gomes González. Na terça-feira dia 13, a professora Janete proferiu a palestra “Literatura Hispanoamericana: Roberto Arlt em foco”. Os alunos tiveram a oportunidade de conhecer o autor argentino contemporâneo de Jorge Luis Borges que levou a linguagem das ruas para a literatura. No dia 14 o professor Sérgio ministrou a oficina: “Música em língua estrangeira: diversão ou aprendizagem?”. Com visual de roqueiro dos anos 90, espanhol de sotaque cubano, um banquinho e um violão, González conquistou todos os 35 participantes da oficina.



Um banquinho, um violão e uma aula de espanhol

A importância da música para o ensino foi mostrada por meio de três dinâmicas. Primeiramente tocou e cantou a canção “Labios Compartidos”, do grupo mexicano Maná. Além de sugerir e realizar exercícios lexicais com a música e propor a análise da letra, abordou o comprometimento social do grupo. Em seguida, “La Flaca”, de Jarabe de Palo, foi usada para um exercício de compreensão auditiva e de aproximação à cultura espanhola e cubana. A terceira, “Versos Perdidos” de Zeca Baleiro, foi cantada e vertida para o espanhol pelos participantes da oficina, que permaneceram na sala até às 22h40min. González finalizou a oficina com “Al otro lado del río” do uruguaio Jorge Drexler, e pôs em debate a relação entre EUA e América Latina. A principal estratégia de González para prender seus oficineiros a suas cadeiras foi cantar e fazer cantar. No fim de tudo ficou a indagação sugerida pelo título da oficina, da qual se pode imaginar a resposta dos participantes, pois a noite foi, sem dúvidas, de diversão e aprendizagem.

Sérgio González falou um pouco mais sobre seu envolvimento com o ensino de língua espanhola e a música como nos mostra a entrevista abaixo.

A escolha por ensinar o espanhol foi influenciada por sua origem cubana?

Sim, influenciou muito. Pois é uma espécie de reencontro com sua cultura. É um espaço que você não sabe o que vai ocorrer, mas de alguma maneira é um reencontro com seu passado.

Como percebeu que a música e o ensino poderiam andar juntas?

A música sempre me agradou muito. Alguns professores de língua estrangeira que tive usavam música. Eu notei que poderia aproveitar melhor essa dinâmica como docente, esse método, trazer coisas diferentes.

Você pensa que ser professor é uma arte?

 O homem tem que ser artista. Não é fácil ser professor, mas é maravilhoso. Trabalhar com magistério é muito bonito e aprende-se muito. Às vezes eu saio com a impressão de que aprendo mais do que ensino. Essa sensação, essa experiência é muito boa. O problema é o quanto a nossa profissão é desvalorizada: trabalha-se muito e ganha-se pouco. No entanto não devemo nos eximir de lutar por melhores condições de trabalho. Mas isso não faz com que eu goste menos de ensinar.

Fale um pouco mais sobre sua experiência com o ensino
 
É a experiência de um professor de ensino básico público e particular. Nas escolas públicas há problemas estruturais, de material e de equipamento, mas está melhorando. Por outro lado, algumas escolas particulares exploram os professores. As salas são lotadas, há muitos alunos. E como essas instituições visam ao lucro sobrecarregam os professores. Não são todos os alunos que têm facilidade em aprender uma língua estrangeira. Para mim o mais importante é que o aluno tenha prazer pelo estudo do castelhano. Se ele sai da sala de aula, de certa forma, encantado, para mim já é uma vitória, porque desse modo ele pode seguir em frente sua vida, e vai aprender porque gosta.

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