Por: Jéssica Pauletti e Willian Moura (Ciências Naturais/UFFS)
O que esperar de um lugar lamacento, cheio de lodo e fedendo a enxofre? Durante a viagem ao litoral paranaense, feita pelos acadêmicos da 5a fase do curso de Ciências Naturais, um dos lugares mais aguardados para a visita era o manguezal, uma vez que o contato com essa paisagem não havia passado, até o momento, dos livros ou da TV. Na viagem, os acadêmicos entraram um pouquinho no manguezal, situado na Ilha das Peças, tendo um contato direto com este tipo de ecossistema.
O que esperar de um lugar lamacento, cheio de lodo e fedendo a enxofre? Durante a viagem ao litoral paranaense, feita pelos acadêmicos da 5a fase do curso de Ciências Naturais, um dos lugares mais aguardados para a visita era o manguezal, uma vez que o contato com essa paisagem não havia passado, até o momento, dos livros ou da TV. Na viagem, os acadêmicos entraram um pouquinho no manguezal, situado na Ilha das Peças, tendo um contato direto com este tipo de ecossistema.
José Claro
Acadêmicos entrando no manguezal
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Para entender melhor quais as características desse habitat, o Comunica conversou com o biólogo e guia da viagem, Dr. José Claro. Em primeiro lugar, segundo Claro, é importante entender o que é o manguezal, pois este é o ecossistema que ocorre na planície de inundação adentrada pela maré. Por sua vez, os mangues são as espécies de árvoreS que existem nessa região, e que no litoral paranaense são de 3 tipos: o mangue branco, preto e vermelho.
Dentre os benefícios ambientais do manguezal, José Claro coloca que um deles é a atuação deste local como filtro-biológico, ou seja, retendo algumas partículas aéreas nas folhas do mangue e as partículas aquáticas em suas raízes. Este ecossistema também ajuda a manter a linha de costa, atenuando as correntes da maré quando o mar está sob o fenômeno de ressaca, o que evita que ele avance sobre o continente. Outro benefício é desfrutado pelas formas jovens da fauna que encontram refúgio e alimentação nesse lugar. Além disso, como aponta o guia, o manguezal é o responsável pelo suporte da cadeia alimentar da área costeira.
Em termos de flora, Claro afirma que existem outras espécies associadas às árvores de mangue, como o marisma (espécie de capim), hibisco-do-mangue (um tipo de arbusto) e acrosticum (samambaia). Já em termos de fauna, a diversidade é notável. O biólogo diz que existem 3 tipos de fauna nesse ecossistema: a residente, que seriam as ostras, caranguejos e mexilhões; a visitante (alguns animais que vêm com as marés), por exemplo, larvas de peixes e siris além de outros como aves (guarás e garças), mamíferos (mão pelada) e répteis (jacarés e cobras). E ainda existe a “infauna”, que poucos conhecem, e que é constituída por micro-organismos como anelídeos e helmintos.
Dentre os benefícios ambientais do manguezal, José Claro coloca que um deles é a atuação deste local como filtro-biológico, ou seja, retendo algumas partículas aéreas nas folhas do mangue e as partículas aquáticas em suas raízes. Este ecossistema também ajuda a manter a linha de costa, atenuando as correntes da maré quando o mar está sob o fenômeno de ressaca, o que evita que ele avance sobre o continente. Outro benefício é desfrutado pelas formas jovens da fauna que encontram refúgio e alimentação nesse lugar. Além disso, como aponta o guia, o manguezal é o responsável pelo suporte da cadeia alimentar da área costeira.
Em termos de flora, Claro afirma que existem outras espécies associadas às árvores de mangue, como o marisma (espécie de capim), hibisco-do-mangue (um tipo de arbusto) e acrosticum (samambaia). Já em termos de fauna, a diversidade é notável. O biólogo diz que existem 3 tipos de fauna nesse ecossistema: a residente, que seriam as ostras, caranguejos e mexilhões; a visitante (alguns animais que vêm com as marés), por exemplo, larvas de peixes e siris além de outros como aves (guarás e garças), mamíferos (mão pelada) e répteis (jacarés e cobras). E ainda existe a “infauna”, que poucos conhecem, e que é constituída por micro-organismos como anelídeos e helmintos.
Eliangela Lotici
De verde, o biólogo José Claro dando explicações aos
acadêmicos dentro do manguezal
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Muitas comunidades situadas nas proximidades do manguezal acabam por usar deste para sua geração de renda e próprio consumo, por meio da alimentação com a caça de ostra e caranguejos. Ainda, usam os galhos mais grossos das árvores do mangue como lenha para cozinhar alimentos e outros fins. Ainda colocam caixas de abelha para produção de mel. Ele salienta que tais usos são em pequena escala e devem ser feitos com cuidado para não prejudicar essa área.
Infelizmente, tamanha biodiversidade não é respeitada pelo homem e, como o resto do meio ambiente, a região do manguezal também possui problemas. Como aponta Claro, esse ecossistema é afetado drasticamente pela ocupação humana, sendo usado como aterro sanitário. Além disso, em muitos lugares, é realizada a produção de camarão (carcinicultura), em que é devastado todo o manguezal, já que é necessário abrir tanques no chão. E ainda existe a caça desenfreada dos animais em épocas erradas, por exemplo, a caça do caranguejo e siri.
A respeito do cheiro forte que o lugar possui, o biólogo José diz que em função da grande biomassa que cai no sedimento e é decomposta neste mesmo lugar, isso gera a liberação do gás sulfídrico (H2S) que caracteriza o cheiro ruim, mas não é esgoto como a maioria das pessoas pensam.
Sobre as visitações que são feitas nesse local, Claro diz que é uma questão de custo-benefício. Ele sabe que caminhar nesse local acaba comprometendo este espaço, porém os turistas ativos que visitam o manguezal conhecem mais desse ecossistema e estão aptos a contribuir com a preservação do mesmo, por meio da prestação de informação para as pessoas que não puderam ter esse contato direto ou pouco sabem sobre essa área.
José Claro
Acadêmicas registram a visitação no manguezal
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Para saber como foi a sensação da visitação ao manguezal, o Comunica conversou com Suelen Felicetti. A acadêmica afirma que visitar o mangue foi muito legal, um momento único: “Eu pude ver que o manguezal tem sua importância para a biodiversidade, isso ajudou a tirar da minha cabeça a ideia de um banhado sem serventia”. Ela salienta que quando trabalhar com esse assunto com seus alunos, ela terá a possibilidade de ensinar com melhor embasamento o conteúdo por ter estado ali, literalmente afundada no manguezal.
Com esse depoimento e a entrevista do biólogo José Claro, o Comunica espera que seus leitores entendam melhor a importância do manguezal e, se um dia tiverem a oportunidade, que conheçam de perto mais esse atrativo da natureza cheio de vida. Preserve o manguezal e ajude a salvar vidas!
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