Por Jéssica Pauletti (Ciências - UFFS)
Outro feriadão em novembro
e o povo brasileiro comemora. Mas, comemoram a simbologia em torno do
dia 15 de novembro ou a longa folga? Para escrever um texto, confesso
que uma boa dose de inspiração ajuda muito no desenrolar das
ideias. Em plena segunda-feira pensando no que publicar no Comunica,
para a próxima semana, me faço o seguinte questionamento: quantos
realmente sabem o que significa o dia 15 de novembro ou, pior, eu
mesmo sei o significado?
Na inquietação de responder essa pergunta, procurei por
informações em vários textos e sites e gostaria de compartilhar
tais informações. Para os que nada sabem ou não lembram, no
Brasil, o dia 15 de novembro faz alusão à Proclamação da
República. Inicialmente, a palavra “proclamar” está vinculada
ao ato de pronunciar-se publicamente com voz alta e de forma solene.
Com o desenrolar da explicação aqui, acredito que os leitores
entenderão a história por completo.
Em meados de 1889, o país era governado, sob a égide da monarquia,
por D. Pedro II. Nesta forma de governo, o poder se detém em uma
família que rege as normas da sociedade, da política e da cultura.
Surge, então, nessa época, uma grande crise devido à abolição da
escravidão, simbolizada pelo nome da Princesa Isabel, que assinou a
Lei Áurea, no ano de 1888. Com essa situação, os imigrantes
passaram a ocupar as terras que antes eram desbravadas pelos negros,
só que cobrando pelos serviços prestados, o que gerou indignação
dos latifundiários e, por consequência, dos coronéis que haviam
investido nas “mercadorias africanas”.
Soma-se
a isso, a guerra no país vizinho, o Paraguai (1864 a 1870),
na qual soldados brasileiros que se aliaram aos exércitos do Uruguai
e da Argentina recebiam orientações para implantarem a república
no Brasil. Os movimentos republicanos já ocorriam nas terras
brasileiras com a imprensa que trazia politização à população
civil, com o intuito de que esta lutasse pela libertação do país
dos domínios de Portugal. Isso desencadeou a criação de vários
partidos nessa época.
A igreja
também não aguentava mais a subordinação à Coroa, muito menos as
punições ditadas pela monarquia. Com o cenário ficando fora de
controle, D. Pedro II e a família foram para o Rio de Janeiro, o
que culminou de forma mais rápida no golpe militar, a mando do
Marechal Deodoro da Fonseca. Segundo a história, com espada em punho
na Praça da Aclamação, o Marechal declarou que a partir daquela
data o país seria uma república.
À família real bastou retornar a Portugal, para evitar maiores
problemas.
Na
República, um grupo de pessoas é responsável pela conduta geral do
Estado, o que gera uma decentralização de poder, uma divisão de
tarefas. Com o passar do tempo, essa maneira de governar teve
pequenas alterações, no entanto, é a base utilizada até hoje no
Brasil.
Voltando a falar da data, parece-me até curioso ter uma segunda
comemoração de algo no dia 15. Primeiro foi o dia do professor, que
possui um árduo caminho para buscar sua valorização e espaço
adequado na vida escolar e social. Agora é a Proclamação da
República, pela qual poucos se interessam, e isso geralmente
acontece em outras datas comemorativas também. Não me entendam mal,
eu até gosto do dia 15, mas que é uma coincidência interessante de
análise, isso é. Assim, espero que todos tenham tido um bom feriado
e caso não pensaram nisso antes, que pensem agora. O que coloquei
aqui foi apenas uma pincelada de uma grande história que pode ser
aprofundada e apreciada.
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