Acadêmicos
da 6ª fase do Curso de Letras realizam estágio de língua espanhola em região de
fronteira
Por Eduardo Alves dos Santos
(Letras Português e Espanhol/ UFFS)
Durante
os dias 12 e 13 de novembro, os acadêmicos das turmas das 2ª e 6ª fases do
Curso de Graduação em Letras Português e Espanhol – Licenciatura da
Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus
Realeza realizaram viagem de estudos à tríplice fronteira de Barracão, Dionísio
Cerqueira e Bernardo de Irigoyen, as primeiras no Brasil (Paraná e Santa
Catarina respectivamente) e a última já pertencendo à vizinha Argentina.
A
viagem teve, sobretudo, um caráter interdisciplinar, uma vez que envolveu ao
todo quatro componentes curriculares (Estudos de Língua espanhola VI: Sintaxe,
Estágio Supervisionado em Língua Espanhola I, Meio Ambiente Economia e
Sociedade e Linguística Aplicada ao Ensino de Espanhol), sendo que todos os
professores orientadores destas disciplinas acompanharam seus alunos para que
se realizasse de forma mais eficaz aquilo que se propunha. O grupo de
professores que acompanhou os acadêmicos de letras foi formado por Marcos
Roberto da Silva, Ana Carolina Teixeira Pinto, Ângela Della Flora e Marilene
Aparecida Lemos.
Eduardo Alves dos Santos/ Comunica
Da esquerda para a direita: os professores Marcos Roberto da Silva, Ana Carolina Teixeira Pinto, Ângela Della Flora e Marilene Aparecida Lemos. |
Na viagem, cada turma realizou atividades referentes aos seus
componentes curriculares. Para a 2ª fase, o objetivo era observar e analisar as
especificidades econômico-ambientais que se estabelecem naquele contexto de
tríplice fronteira, tudo isso de forma a utilizar-se da língua espanhola como
um “pano de fundo” de suas análises. Mais informações sobre as atividades
desenvolvidas pela turma podem ser vistas na matéria escrita pela acadêmica da
2ª fase de letras, Andressa Masetto. A matéria na integra pode ser acessada a
partir do link «http://projetocomunica.blogspot.com.br/2012/11/curso-de-letras-visita-cidades-gemeas.html»
Por
sua vez, a 6ª fase do curso realizou a viagem com o objetivo principal de
realizarem suas observações para o estágio supervisionado, as quais foram
efetuadas na Escola Estadual Theodoreto Carlos de Faria Souto, na cidade de
Dionísio Cerqueira – SC. A escola foi escolhida pelos professores orientadores
da disciplina, Marcos Silva e Ana Carolina, pelo fato da escola participar de
um projeto federal de escolas bilíngues, o Programa Escola Intercultural
Bilíngue de Fronteira (PEIBF).
Eduardo Alves dos Santos/ Comunica
Alunos da 6ª fase do Curso de Letras, acompanhados da professora Ms. Ana Carolina Teixeira Pinto. |
O
PEIBF trata-se de um programa desenvolvido em parceria pelos governos
brasileiro e argentino, no qual se objetiva trabalhar a língua e a cultura do
país vizinho no contraturno escolar (período integral). O projeto é pensado
exclusivamente para estas cidades que se localizam em zona fronteiriça, uma vez
que são os professores argentinos que vêm até o Brasil para ensinar as
particularidades da cultura hispânica e os brasileiros fazem o trajeto inverso
com a língua e a cultura do Brasil.
Questionada
sobre o porquê de terem escolhido a escola de Santa Catarina para os alunos
realizarem suas observações, a professora Ana Carolina disse ao Comunica que
são três os motivos principais. Segundo a professora, a opção pela escola veio
primeiro pelo fato de existir o interesse de aproximar os alunos de escolas que
possuam o caráter de bilinguismo, em segundo lugar, há uma carência de escolas
que tenham o espanhol na sua grade curricular, na região em que a UFFS – Campus Realeza está inserida, e por
terceiro a professora disse que também foi escolhida tendo em vista que a
universidade vem planejando abrir parceria com as escolas que fazem parte do
projeto, possivelmente com caráter de pesquisa e de extensão.
Como
o projeto observado não se passa apenas no Brasil, pois existe com a
característica de ser aplicado nas duas cidades que compõem a fronteira, os
alunos da 6ª fase também realizaram observações na escola argentina que faz
parte do projeto, a Escuela de Frontera de Jornada Completa nº 604 (Escuela
Intercultural Bilíngüe nº 1), em Bernardo de Yrigoyen. Sobre a visita à escola
argentina, o acadêmico Alceni Elias Langner disse que “é impressionante as diferenças e divergências das condições
das escolas na Argentina para com a realidade brasileira, no entanto a vontade
de estudar prevalece”.
Para a aluna Jezebel Batista Lopes: “como futuros professores de língua
portuguesa e língua espanhola, observar como é a prática de ensino da língua espanhola
para alunos cuja língua materna é o Português, contexto que provavelmente
muitos de nós vamos atuar, observando, desde os conteúdos trabalhados, as
propostas metodológicas, foi de grande proveito, pois, já podemos refletir
sobre como conciliar a teoria e a prática”.
Eduardo Alves dos Santos/ Comunica
Alunos da 6ª fase do Curso de Letras, acompanhados dos professores Marcos Roberto da Silva e Ana Carolina Teixeira Pinto. |
Para a acadêmica Marina Maria Conchi Rodrigues, também da 6ª fase,
na viagem, além de ter um contato com as realidades das escolas, ter visto, de
fato, como se configura uma escola bilíngue, os alunos puderam comparar, mesmo
que o contato tenha sido limitado, a cultura dos países. Em conversa com o
Comunica, a acadêmica falou; “Certo que o tempo que ficamos imersos naquele
espaço não foi muito grande, contudo já pudemos ver alguns pontos divergentes
entre as culturas, um exemplo disso é a comida que já se difere da que estamos
acostumados aqui, na nossa região”. Claro que não se pode ver a realidade local
daquela região como sendo a realidade da Argentina como um todo, contudo já é
um contato relevante que os acadêmicos realizaram, sendo que alguns até cogitam
a possibilidade de lecionar naquele contexto.
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