terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Aids: o preconceito diante da soropositividade


Acadêmicos da UFFS saem na frente quando o assunto é combate ao preconceito.

Por Jéssica Pauletti e Willian Moura

Trabalhar com questões que envolvem a Aids, tanto na escola quanto em qualquer outro espaço da sociedade, é desafiador. Por vezes, é um processo árduo; afinal de contas, com os diferentes avanços médicos no tratamento das pessoas que apresentam os sintomas provocados pelo vírus HIV, ainda encontramos em grande escala o preconceito social, o qual torna a vida das pessoas com Aids bastante conflituosa. Na perspectiva de mudar isso, movidos pelos trabalhos/estudos desenvolvidos há anos pela professora Dra. Renata Orlandi, a turma da 8ª fase do curso de Ciências Biológicas organizou diferentes atividades com o intuito de promover o debate sobre esse tema e incentivar a construção de uma geração que aprenda a lidar com essa realidade e seja de fato mais cidadã.

As atividades foram elaboradas durante o componente curricular Saúde e Educação Sexual, em que a turma e a professora planejaram o que seria feito para o dia 03 de dezembro, em alusão ao dia 01 de dezembro, mundialmente conhecido como “Dia Internacional da Luta Contra a Aids”. Foram confeccionadas caixinhas contendo algumas frases curtas como: “divirta-se”, “envolva-se”, “me curte”. Dentro destas caixas, foram colocados preservativos masculinos e femininos e as frases tinham o intuito de despertar a curiosidade e, também, a aquisição das camisinhas pela comunidade da UFFS.


Foram selecionados trechos de diferentes filmes que trabalham com a temática do HIV e da Aids e, em parceria com o projeto Cinedebate, eles foram exibidos no auditório da UFFS. Em cada pausa nos trechos dos filmes, eram debatidos e sistematizados os acontecimentos das cenas. A professora Renata conduzia a discussão trazendo várias informações para os que ali estavam presentes que, em sua grande maioria, foram os acadêmicos da UFFS e de alguns colégios do município, com maior presença dos alunos da Casa Familiar Rural de Realeza. 
Maiara Vissoto
O auditório esteve lotado durante a exibição e discussão dos filmes.
No intervalo desse dia, foram cantadas músicas homenageando Cazuza e Renato Russo, personagens que morreram por causa da Aids. Ademais, a turma apresentou um flash mob com canções de artistas que também tiveram alguma relação com essa doença. 

No sábado, 07 de dezembro, houve também um Cinedebate em alusão ao dia da Luta Contra a Aids. O projeto, em sua última sessão no ano de 2013, exibiu o filme “Filadélfia”, um filme que, ao ser lançado, no ano de 1993, foi uma quebra de tabus em alguns aspectos sociais como: orientação sexual, homofobia, racismo, Aids e HIV, alguns destes que estavam no auge dos preconceitos em meados da década de 1990. Após a exibição do filme, o debate foi realizado pela professora Renata em parceria com o professor Emerson Martins, os quais ajudaram para que o público compreendesse e descobrisse um pouco mais sobre determinados assuntos que foram expostos no decorrer da obra.
 Luciana Vinhas
Debate realizado durante a última sessão do Cinedebate 2013.
É importante destacar que, em todo esse trabalho, nota-se que há muito o que se fazer, e, infelizmente, é preciso começar isso de dentro dos muros da universidade. Este local, que às vezes se diz tão sábio, ainda não possui a visão da sabedoria da não discriminação ao outro, ainda mais se tratando da Aids. A jornada apenas começou e não pode parar.

2 comentários:

  1. Adorei a reportagem!!! Vocês estão de parabéns!!
    Falar de combate ao preconceito e do estabelecimento de relações de alteridade, de alguma maneira é também falar de amor.
    "Lição primeira e única - amar não é coisa para amador".
    (Millôr Fernandes)

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