segunda-feira, 30 de junho de 2014

“A Química não é só visual, ela vai além das cores, da liberação de bolhas de gases, daquilo que enxergamos”

PIBID de Química da UFFS, Campus Realeza, realiza viagem de visita à NECTO

Por Vanessa Pagno (Química/ UFFS)

Arquivo pessoal do PIBID de Química
Acadêmicos e coordenadores do PIBID - subprojeto de Química, com professores da UNIOESTE


O Comunica entrevistou os coordenadores do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), subprojeto de Química da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Realeza, Professor Ms. Bruno dos Santos Pastoriza e Dr. Jackson Cacciamani. Falamos também com a acadêmica bolsista do projeto, Maiara Fantinelli, da 9ª fase do Curso de Licenciatura em Química. Os professores e a acadêmica falaram da viagem de interação do projeto PIBID de Química com professores da Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Campus Toledo - Paraná, realizada no mês de maio.

O projeto PIBID de Química

Comunica: Quais são os bolsistas e supervisores do PIBID subprojeto de Química? Todos foram nesta viagem à UNIOESTE?
Professores Bruno e Jackson: Acadêmicos: Alexandra Aparecida do Amaral (7ª fase), Aline Bonfanti (9ª fase), Cleiton José Paz (9ª fase), Dioni Angelin (9º fase), Edson Frozza (9ª fase), Fernanda Cássia Baú Morgan (9ª fase), Giseli Aparecida Trevisan (9ª fase), Gleiciéli Steinke (9ª fase), Maiara Fantinelli (9ª fase) e Mayara Cristina Mombach (5ª fase). Professores supervisores: Miro Alfonso Klinger e Rosane Aparecida Bettin Baldissera. Todos foram na viagem.

Comunica: Quais são os objetivos do PIBID de Química?
Professores Bruno e Jackson: Realizar uma profunda articulação de parceria entre escola e universidade para pensar, produzir e qualificar a formação de professores – dos que já são professores, como nós e os supervisores, e dos que virão a ser [acadêmicos]. Isso se mostra possível na constituição de um espaço-tempo de formação, conversa, partilha.

Comunica: Em quais escolas o projeto atua?
Professores Bruno e Jackson: Na escola Estadual Guilherme de Almeida, em Santa Izabel do Oeste, e na Escola Estadual Doze de Novembro, em Realeza.

Comunica: Quais são as atividades desenvolvidas no projeto?
Professores Bruno e Jackson: Temos desenvolvido uma parceria em sala de aula com os professores, ao mesmo tempo em que temos trabalhado com projetos e atividades no período contrário às aulas, tanto no período matutino, quanto vespertino.


Sobre a viagem à UNIOESTE

Comunica: Quais foram os objetivos desta viagem de estudos à UNIOESTE e qual a sua importância para os integrantes do PIBID de Química?
Professores Bruno e Jackson: O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) é um espaço e um tempo de formação de professores que agrega licenciandos, professores das escolas de Educação Básica e professores da Universidade, sendo que no subprojeto de Química Licenciatura propusemos coletivamente uma articulação com outras universidades, no intuito de potencializarmos o trabalho, de forma muito mais colaborativa. Nesse sentido, as nossas colegas professoras da Universidade do Oeste do Paraná (UNIOESTE) – Campus Toledo (PR), nos convidaram para partilharmos experiências vividas no espaço do PIBID, bem como conversarmos com o professor Francisco Galindo, da Universitat Jaume I, de Castellón (Espanha).
A relação de coleguismo, afetividade e de trabalho estabelecida com o grupo de licenciandos e professores da UNIOESTE foi muito especial, produtora de sentidos! É muito interessante (re)conhecer as diferentes propostas de formação de professores dos projetos institucionais e subprojetos do PIBID, uma vez que atendem aos diferentes contextos e realidades. Por isso, esse programa é especial demais! A narrativa, a música, o teatro, os jogos didáticos, as metodologias de ensinar e de aprender contribuem no sentido de nos constituirmos professores coletivamente.
Acrescentando grandes contribuições a esse encontro, a conversa com o professor Galindo pôde nos trazer um cenário de formação e profissionalização no Ensino Superior no contexto europeu. Com ele, pudemos ter noções acerca, principalmente, da formação em química e sua ação no ensino de nível Médio e Superior. Entendemos que contatos como o que tivemos com o professor Galindo potencializem as articulações com outras instituições (dentro e fora do país) e, assim, estabeleçam uma relação de cooperação em pesquisas, aprendizagens e partilha de experiências. Além disso, esperamos desenvolver em nossos estudantes um conhecimento de outras políticas de formação e, em certo sentido, evidenciar o privilégio que é estudar num país como o nosso que, diferentemente de outros modelos, tem apresentado uma constante preocupação com a formação de docentes, com o ensino público e com a qualidade de todo esse processo.

Comunica: Para você, Maiara, como foi a viagem de estudos do PIBID de Química? Atendeu às suas expectativas?
Acadêmica Maiara: A visita à UNIOESTE de Toledo, especialmente ao NECTO (Núcleo de Ensino de Ciências), foi sensacional, pois rever os amigos e conhecer novos colegas da área, assim como partilhar as experiências vivenciadas é sempre animador e nos impulsiona a querer sempre fazer estas viagens. Espero que outras oportunidades como esta que tivemos vire rotina em nosso Curso.

Comunica: Quais atividades foram desenvolvidas durante este evento?
Acadêmica Maiara: Durante conversa com o PIBID de Química, eles [integrantes da NECTO] nos mostraram os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos neste e em outros projetos que se inserem no NECTO. Dentro do próprio espaço do NECTO, eles criaram uma tabela periódica com caixas de leite, e em cada face do quadrado que corresponde a cada elemento químico existem diferentes informações referentes a ele (eletronegatividade, onde se encontra, estado em que se apresenta etc). Desta forma, a tabela periódica não necessita ser organizada pelo número atômico, mas por outras propriedades periódicas. Uma ideia muito bacana, assim como a proposta de trabalhar a tabela periódica com alunos cegos. Quem participa deste projeto desenvolve ali mesmo na UNIOESTE a resina que recebe o sistema braille. Este tipo de trabalho com alunos cegos e também com surdos é pouco investigado na área da Educação Química e a produção do material didático é um movimento interessante que contribui na elaboração, pelos professores, de seus próprios materiais. Durante a tarde também conversamos com o professor da Espanha, Francisco Galindo, o que foi muito interessante. Conhecemos a realidade dos cursos de formação de professores daquele país acerca dos custos, forma de entrada no curso, grade curricular. No período da noite, o professor espanhol proferiu palestra a respeito do uso da cor na Química, o que me fez pensar que a Química não é só visual, ela vai além das cores, da liberação de bolhas de gases, daquilo que enxergamos.

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