segunda-feira, 30 de junho de 2014

Mundo alternativo

Por José Demarchi (Medicina Veterinária)  

Muitas pessoas falam sobre o autista como se conhecessem com propriedade essa síndrome comportamental. Além de afetar a comunicação o autismo pode ocasionar até retardo mental. Porém, existem vários fatores que se devem conhecer antes de dizer que autismo não é algo relevante, pois o preconceito é eminente, isto é, demonstram menos importância para essa doença.

Em uma leitura leiga da síndrome, pode-se dizer que indivíduos assim vivem em seu próprio “mundo” e que interagem apenas no mundo particular que criaram; mas isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela necessariamente está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo. Pode ser que essa criança simplesmente tenha dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente algum tipo de interação.

Outro exemplo claro de que os sujeitos diagnosticados autistas apresentam capacidades de manter intacto sua inteligência e entre outros fatores, é o caso do jovem estadunidense Jacob Barnett, que aos dois anos de idade foi diagnosticado com autismo, e o prognóstico era ruim: especialistas disseram à sua mãe que ele provavelmente não conseguiria aprender a ler ou sequer a amarrar seus sapatos. Mas Jacob acabou indo muito além. Aos 14 anos, o adolescente estuda para obter seu mestrado em física quântica, e seus trabalhos em astrofísica foram vistos por um acadêmico da Universidade de Princeton como potenciais para o recebimento do prêmio Nobel.

Segundo pesquisa realizada em 2006 pelo Center of Disease Control and Prevention (CDC - Centro de Controle e Prevenção de Doenças), nos Estados Unidos, 1 em cada 110 crianças de oito anos de idade, preenchem critérios para serem consideradas autistas. A incidência da síndrome se caracteriza mais comum em meninos, sendo 1 caso em cada 70 indivíduos. No gênero feminino, a incidência é de 1 para 315, o que representa uma proporção de 4 a 5 meninos para 1 menina. No Brasil, estima-se que existam em torno de 570 mil pessoas com autismo.

Além disso, estima-se que possa haver uma cura para essa síndrome, se de fato isso ocorrer será uma grande evolução para a ciência. Contudo, algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e a fala intacta, passando às vezes despercebido que possuem essa disfunção do desenvolvimento.

Em termos educacionais, cabe ressaltar algumas medidas para melhor compreender e atender as crianças diagnosticadas autistas. Primeiramente, devem-se tomar providências adequadas para melhor compreender essa síndrome, por exemplo, escolas mais equipadas, profissionais preparados para atender essa demanda... visto que há estudos em andamento sobre isso, ate mesmo na busca da sua cura. Segundo, e mais importante, superar a concepção de que eles são inferiores e em seu lugar promover a cultura do respeito à diversidade, o que se torna possível por meio de maiores informações a respeito do autismo, justamente ao contrário, são pessoas que possuem autismo, nada além disso. Portanto, sem preconceitos! 

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