quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Eleições 2014: um marco na história da política brasileira!


Por Ana Paula Cigolini (Química)

Acabamos de eleger deputados federais, estaduais, senadores, governadores, e em um segundo turno histórico, o presidente da república. Mas vocês estão contentes com o resultado das eleições? Seus candidatos foram eleitos? Farei aqui um balanço geral das eleições deste ano e apresentarei alguns dados interessantes sobre o resultado das eleições dos dias cinco e vinte seis de outubro.

No estado do Paraná, elegeram-se 54 deputados estaduais, entre eles o mais votado foi Ratinho Junior, que teve 5,22% dos votos válidos - número que infelizmente arrastou outros candidatos apenas pela coligação. Dos deputados estaduais eleitos, apenas três foram mulheres. Já em relação aos deputados federais, a boa notícia deve-se ao aumento de mulheres eleitas, que cresceu 13,33% segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contudo, os números ainda são bem desproporcionais se levarmos em consideração a comparação entre homens e mulheres eleitos. Dos 513 deputados federais eleitos em todo o Brasil, as mulheres ainda são uma tímida minoria, apenas 51; o Paraná elegeu duas deputadas. Já o número de candidatas aptas que disputaram o cargo deu um salto bastante expressivo, chegando a 1.765, contra 935 em 2010. Isso corresponde a um aumento de 88,77%. Entretanto, ainda podemos notar que as mulheres estão bem atrás dos homens na política, numericamente falando.



Um dado interessante sobre os deputados federais, porém não muito admirável, é que 40% dos candidatos eleitos estão de uma forma ou outra sendo investigados pela justiça. Isso demonstra que o povo continua votando sem conhecer, depois não adianta ficar reclamando de corrupção se você não tirou cinco minutos para pesquisar sobre o seu candidato. Quem coloca determinada pessoa no poder sem antes averiguar o seu passado tem tanta culpa quanto o ‘elegido’; o mais engraçado é que não precisamos ir muito longe para ver nitidamente alguns exemplos. Temos um exemplo no nosso estado de deputado que foi barrado pela ficha limpa e que colocou a própria mulher no seu lugar, a qual foi bem votada. E quando ela não podia mais, o filho entrou e também teve expressiva votação. Esta é a sociedade que busca mudança!

No senado, o Paraná tem três representantes, sendo uma mulher. Os senadores têm um período de mandato um pouco diferente dos demais, o cargo deles dura oito anos, sendo que depois de dois mandatos a grande maioria se aposenta. Em relação às mulheres, mesmo com um terço (27) das cadeiras do senado federal em disputa nas eleições deste ano, 34 candidatas aptas concorreram ao cargo. O número supera as 29 candidatas que disputaram as eleições gerais de 2010, quando estavam em jogo dois terços (54) das vagas no senado, que tem 81 parlamentares. Assim, cinco mulheres foram eleitas senadoras no dia 5 de outubro, contra sete candidatas em 2010. Em relação aos governadores, apenas uma mulher conseguiu se eleger, pela primeira vez, nos últimos 16 anos. Foi Suely Campos, no estado do Roraima, todavia, ela só assumiu a candidatura do marido, Neudo Campos, após o registro dele ter sido indeferido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). Outro exemplo bastante desnorteante.

As eleições presidenciais de 2014 entraram para a história por alguns motivos: foram as mais disputadas desde o fim do regime militar, em 1989, além de terem sido bastante ‘movimentadas’, em decorrência da pouca diferença apontada nas pesquisas. Além disso, a população buscou mostrar sua opinião nas redes sociais, o que fez com que a disputa eleitoral motivasse cerca de 674 milhões de interações no facebook. Foi um recorde mundial!

Outros foram os acontecimentos que também movimentaram as eleições de 2014, como a morte de um candidato à presidência, Eduardo Campos, no dia 13 de agosto. Em decorrência disso, a então vice de Eduardo, Marina Silva, passou a ser candidata à presidência. Durante a disputa eleitoral, Marina passou, em determinado momento, de terceira nas pesquisas para primeira, mas, assim como subiu, desceu e nem foi ao segundo turno. Em seguida, o candidato do PSDB, Aécio Neves tomou a frente, mas as posições dele e da candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, se alternaram mantendo-se assim até o final da disputa. Com a eleição realizada, a candidata do PT se reelegeu com 51,63% dos votos válidos e agora enfrenta um país que mostrou que não está acomodado. Com um discurso de mudança e abertura ao diálogo, a candidata busca enfrentar com sabedoria um país que cresceu, evoluiu e que continuará avançando.




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