Por Ana Paula Cigolini (Química)
Acabamos de eleger deputados federais, estaduais, senadores, governadores, e em um segundo turno histórico, o presidente da república. Mas vocês estão contentes com o resultado das eleições? Seus candidatos foram eleitos? Farei aqui um balanço geral das eleições deste ano e apresentarei alguns dados interessantes sobre o resultado das eleições dos dias cinco e vinte seis de outubro.
No estado do Paraná, elegeram-se 54 deputados
estaduais, entre eles o mais votado foi Ratinho Junior, que teve
5,22% dos votos válidos - número que infelizmente arrastou outros
candidatos apenas pela coligação. Dos deputados estaduais eleitos,
apenas três foram mulheres. Já em relação aos deputados federais,
a boa notícia deve-se ao aumento de mulheres eleitas, que cresceu
13,33% segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contudo, os
números ainda são bem desproporcionais se levarmos em consideração
a comparação entre homens e mulheres eleitos. Dos 513 deputados
federais eleitos em todo o Brasil, as mulheres ainda são uma tímida
minoria, apenas 51; o Paraná elegeu duas deputadas. Já o número de
candidatas aptas que disputaram o cargo deu um salto bastante
expressivo, chegando a 1.765, contra 935 em 2010. Isso corresponde a
um aumento de 88,77%. Entretanto, ainda podemos notar que as mulheres
estão bem atrás dos homens na política, numericamente falando.
Um dado interessante sobre os deputados federais, porém
não muito admirável, é que 40% dos candidatos eleitos estão de
uma forma ou outra sendo investigados pela justiça. Isso demonstra
que o povo continua votando sem conhecer, depois não adianta ficar
reclamando de corrupção se você não tirou cinco minutos para
pesquisar sobre o seu candidato. Quem coloca determinada pessoa no
poder sem antes averiguar o seu passado tem tanta culpa quanto o
‘elegido’; o mais engraçado é que não precisamos ir muito
longe para ver nitidamente alguns exemplos. Temos um exemplo no nosso
estado de deputado que foi barrado pela ficha limpa e que colocou a
própria mulher no seu lugar, a qual foi bem votada. E quando ela não
podia mais, o filho entrou e também teve expressiva votação. Esta
é a sociedade que busca mudança!
No senado, o Paraná tem três representantes, sendo uma
mulher. Os senadores têm um período de mandato um pouco diferente
dos demais, o cargo deles dura oito anos, sendo que depois de dois
mandatos a grande maioria se aposenta. Em relação às mulheres,
mesmo com um terço (27) das cadeiras do senado federal em disputa
nas eleições deste ano, 34 candidatas aptas concorreram ao cargo. O
número supera as 29 candidatas que disputaram as eleições gerais
de 2010, quando estavam em jogo dois terços (54) das vagas no
senado, que tem 81 parlamentares. Assim, cinco mulheres foram eleitas
senadoras no dia 5 de outubro, contra sete candidatas em 2010. Em
relação aos governadores, apenas uma mulher conseguiu se eleger,
pela primeira vez, nos últimos 16 anos. Foi Suely Campos, no estado
do Roraima, todavia, ela só assumiu a candidatura do marido,
Neudo Campos, após o registro dele ter sido indeferido pelo Tribunal
Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR). Outro exemplo bastante
desnorteante.
As eleições presidenciais de 2014 entraram para a
história por alguns motivos: foram as mais disputadas desde o fim do
regime militar, em 1989, além de terem sido bastante ‘movimentadas’,
em decorrência da pouca diferença apontada nas pesquisas. Além
disso, a população buscou mostrar sua opinião nas redes sociais, o
que fez com que a disputa eleitoral motivasse cerca de 674 milhões
de interações no facebook. Foi um recorde mundial!
Outros foram os acontecimentos que também movimentaram
as eleições de 2014, como a morte de um candidato à presidência,
Eduardo Campos, no dia 13 de agosto. Em decorrência disso, a então
vice de Eduardo, Marina Silva, passou a ser candidata à presidência.
Durante a disputa eleitoral, Marina passou, em determinado momento,
de terceira nas pesquisas para primeira, mas, assim como subiu,
desceu e nem foi ao segundo turno. Em seguida, o candidato do PSDB,
Aécio Neves tomou a frente, mas as posições dele e da candidata do
PT à reeleição, Dilma Rousseff, se alternaram mantendo-se assim
até o final da disputa. Com a eleição realizada, a candidata do PT
se reelegeu com 51,63% dos votos válidos e agora enfrenta um país
que mostrou que não está acomodado. Com um discurso de mudança e
abertura ao diálogo, a candidata busca enfrentar com sabedoria um
país que cresceu, evoluiu e que continuará avançando.
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