terça-feira, 30 de novembro de 2010

25 de Novembro - Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher

"Que nada nos sujeite. Que nada nos defina. Que a liberdade seja a nossa própria substância” (Simone de Beauvoir).

Por Ângela Roman (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O dia 25 de novembro foi estabelecido como o Dia Internacional da Não-Violência Contra a Mulher. Em homenagem às irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Tereza), esta data foi definida no I Encontro Feminista Latino-Americano e do Caribe, realizado em Bogotá no ano de 1981. Elas foram assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.

Em 1991, neste mesmo dia, foi iniciada a Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres. A campanha teve 16 dias de ativismo contra violência à mulher, vindo a terminar propositalmente no dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração dos Direitos Humanos. Entretanto, só em março de 1999 que o dia 25 de novembro foi reconhecido pelas Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.

Na esfera jurídica, violência significa “qualquer espécie de coação, ou forma de constrangimento, posto em prática para vencer a capacidade de resistência de outrem, ou a levar a executá-lo, mesmo contra a sua vontade. É igualmente, ato de força exercido contra as coisas, na intenção de violentá-las, devassá-las, ou delas se apossar”. Apesar do reconhecimento judicial, a violência está tomando dimensões cada vez maiores e visíveis, atingindo pessoas de todas as raças, etnias e classes sociais, sendo manifestada na família, no trabalho, nos lugares de lazer, na rua, no poder público, nos espaços religiosos...

A violência tem como alicerce a estrutura social em que vivemos, na qual toda a forma de opressão e agressão é uma prática justificada pelo sistema. Contudo, trata-se de uma prática silenciosa que, mascarada, humilha as mulheres pelo simples fato de serem mulheres.

Não sendo suficiente, usa-se a imagem da mulher para fins comerciais, padronizando corpo, comportamento, roupas, estilos e, inclusive, a alimentação. Esse caráter multifacetado da opressão destrói os sonhos e a dignidade das mulheres, as quais, desde crianças, através da educação tradicional, são submissas à dominação masculina e limitadas aos arredores de uma casa.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, os dados são alarmantes em nosso país. Eles revelam que a violência atinge uma faixa de 10% a 65% das mulheres, sendo essa ocorrência no âmbito doméstico, pelo marido, pai, tio, padrasto, irmão...

As conseqüências da violência para a nossa vida são graves. Manifestam-se na culpa, na vergonha, na agressão física, e no medo de reagir e de se colocar como mulher capaz de transformar esta situação e construir um outro mundo. Alguns tipos de violência podem ser citados:

Violência da opção sexual: caracterizada pelo menosprezo de lésbicas e bissexuais. Ela não tem fronteira, acontecendo em todas as classes sociais, religiões, idades e espaços.

Violência pela sobrecarga do trabalho: manifesta-se através da sobrecarga do trabalho da mulher; além de ela ser responsável pela contribuição financeira em casa, cabe a ela as “obrigações de mãe e esposa”, como a responsabilidade do trabalho doméstico, o cuidado e educação dos filhos, sendo que essas ações não são reconhecidas. Além disso, lhe é negado o direito de decidir.

Violência pela desvalorização e condição social: é expressa na dificuldade que a mulher tem de estudar, de adquirir seus documentos pessoais e profissionais, no não acesso à saúde e à informação.

Violência física: são as agressões físicas que começam com tapas e puxões de cabelo e acabam em espancamento e, muitas vezes, em morte. A violência física acontece com maior incidência no espaço familiar.

Violência moral e verbal: repetidas agressões verbais que acabam destruindo a auto-estima da mulher. A violência moral acontece quando a mulher é caluniada, injuriada ou difamada, principalmente no âmbito doméstico.

Violência psicológica: manifesta-se pela imposição do medo, por apresentar-se de foram sutil; é a que ocorre com mais freqüência, sendo a mulher criticada e comparada, seja no aspecto físico ou social. Ela é impossibilitada de sair de casa e de cultivar amizades, situação que, no futuro, poderia vir a prejudicar o opressor através da denúncia.

Violência Sexual: quando a mulher é obrigada, através do uso da força ou ameaça, a manter relações sexuais contra a sua vontade. A violência sexual ocorre em grande parte dentro do espaço familiar e é praticada por homens em quem as vítimas possuem grande afinidade e/ou confiança (pais, companheiros, irmãos, etc), revelando que as mulheres não têm o direito de decidir sobre seu corpo e o seu prazer, sendo passíveis, inclusive, da realização de aborto.

Violência de gênero - violência sofrida pelo fato de se ser mulher, sem distinção de raça, classe social, religião, idade ou qualquer outra condição. É produto de um sistema social que subordina o sexo feminino.

Violência institucional - tipo de violência causada pelas desigualdades (de gênero, étnico-raciais, econômicas etc.) predominantes em diferentes sociedades. Essas desigualdades se formalizam e se institucionalizam tanto nas diferentes organizações privadas e aparelhos estatais, como, também, nos diferentes grupos que constituem essas sociedades.

No dia 7 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei 11.340/06 – A Lei Maria da Penha, que tipifica os crimes de violência contra a mulher e possibilita que os agressores sejam presos em flagrante ou tenham sua prisão preventiva decretada no caso de ameaçarem a integridade física da mulher. A Lei prevê, ainda, medidas de proteção para a mulher que corre risco de vida, como o afastamento do agressor do domicílio e a proibição de sua aproximação física junto à mulher agredida e aos filhos(as).

Contudo, muito ainda tem que ser avançado. Estima-se que hoje metade das mulheres agredidas sofrem caladas, e é bem provável que a outra metade não se dê conta da agressão. Tem-se que o medo e a vergonha são mecanismos evidenciam esses índices.

A violência contra as mulheres afeta toda a estrutura familiar através de marcas de sofrimento que atravessam gerações, através de traumas e síndromes que toda a família violentada pode desenvolver.

A limitação da mulher não é só um problema social e emocional como um setor isolado, e sim econômico e de desenvolvimento, pois quando a mulher é violentada é também impedida de produzir e progredir.


“A luta contra este flagelo exige que abandonemos uma maneira de pensar que é ainda demasiado comum e está demasiado enraizada e adotemos outra atitude. Que demonstremos, de uma vez por todas que, no que toca à violência contra as mulheres, não há razões para ser tolerante nem justificações toleráveis” (Kofi Annan, secretário-geral da ONU, 2006).

Dia Nacional da Consciência Negra e a política de cotas

Por Leandro Hillesheim (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Na sexta feira, dia 20 de Novembro, comemora-se o Dia Nacional da Consciência Negra, data escolhida em homenagem à morte de Zumbi dos Palmares em 1695. Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, povoado formado por escravos refugiados situado na Serra da Barriga (AL), símbolo da resistência à escravidão. Esta data procura lembrar a resistência e o sofrimento dos negros ao longo da história do Brasil e sua busca pela garantia dos seus direitos.

Hoje, a garantia de igualdade é estabelecida pelas leis, mas práticas de discriminação continuam ocorrendo. Dentre estas leis, a mais polêmica é a lei que determina a destinação de cotas para negros nas universidades, pois se acredita que, desde a marginalização no período da escravidão, os negros não conseguiram conquistar os mesmos espaços de trabalho que os brancos.

Esse assunto gera opiniões opostas em toda a sociedade. São vários os argumentos contra e a favor o sistema de cotas. De um lado, os defensores da política de cotas afirmam que a dívida do país com os negros ainda não foi paga e que esta é uma forma de reduzir as desigualdades sociais entre negros e brancos. De outro, estão aqueles que se sentem prejudicados por suas chances de passar no vestibular ficarem menores e por estarem pagando por políticas mal elaboradas no passado.

Mas será que esta separação não é um ato racista? Muitos defendem que sim, pois discriminar a destinação de parte das vagas para pessoas com um determinado fenótipo é uma forma de exclusão. O argumento defendido é de que as cotas não são a solução do problema da desigualdade, ou seja, não se deve separar o que é para os brancos, os negros, etc. Sabe-se que o racismo no Brasil é fato, mas não há nenhuma garantia que substituir responsabilidades econômicas para uma causa social resolverá o problema. Não se pode transferir o descaso da educação pública para um problema racial.

O que precisa ser feito é resolver a questão econômica e, por isso, as divisões especiais no processo seletivo devem ser feitas a partir de questões socioeconômicas, e não levando em conta a questão racial. Contrário a isso, muitos defendem que as cotas para alunos negros nas universidades públicas podem compor um conjunto de medidas práticas, efetivas e imediatas que apontem para o fim das desigualdades raciais na sociedade brasileira.

Divergências à parte, esta data é de grande importância em nosso país, visto que é celebrado o orgulho dos afro-descendentes, a cultura, a resistência destes no período da escravidão e a constante luta contra o preconceito.

1º de dezembro, um dia que precisa ser lembrado sempre

A AIDS é uma doença responsável por infectar milhares de pessoas todos os dias.


Símbolo da campanha existe desde 1991.

Por Jéssica Pauletti (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O dia 1º de dezembro foi consolidado, em outubro de 1987, como o Dia Mundial da Luta Contra a AIDS. Essa data foi instituída pela Assembléia Mundial de Saúde, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Tal fato serve para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo vírus HIV/aids, bem como para despertar a consciência em relação à necessidade da prevenção. No Brasil, passou-se a comemorar esta data em 1988, por decisão do Ministério da Saúde.

A cada ano, diferentes temas são abordados, destacando aspectos que estejam relacionados com a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Já foram discutidas questões sobre a infecção de mulheres e crianças, sobre a convivência da família com o portador da síndrome e também sobre a importância da união de forças, ou seja, do envolvimento de toda a sociedade em prol da luta contra a propagação do vírus.

O símbolo de solidariedade e comprometimento, que representa a campanha de luta contra a AIDS, existe desde 1991 e foi criado por um grupo de profissionais de arte, de Nova Iorque, componentes da organização Visual Aids. A criação deste símbolo procurava homenagear os amigos que haviam morrido ou estavam morrendo em decorência desta doença. O laço vermelho foi escolhido por causa de sua ligação ao sangue e à idéia de paixão, e foi inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos da Guerra do Golfo.

Mobilização contra aids em Realeza

Por conta da importância da data, o Comunica conversou com a enfermeira Talita Tremea, que nos falou sobre o que irá acontecer em Realeza. A Secretaria de Saúde, em parceria com a Pastoral da Aids, fará uma mobilização na próxima quarta-feira, dia 01 de dezembro de 2010, no centro do munícipio, próximo à rotatória central. Nesse local, será feita a entrega de panfletos, com as orientações necessárias para os cuidados com a Aids, e entrega de camisinhas.

Além disso, segundo a enfermeira Talita, serão disponibilizados à população testes rápidos, para detecção do vírus, no posto de saúde do município. Esses testes são realizados por meio da coleta de sangue, retirado da polpa digital (ponta do dedo), ficam prontos em 15 minutos e apresentam 100% de certeza, conforme afirmou a enfermeira. Os horários para tal procedimento são os seguintes: das 8:30 às 11:30, das 13:30 às 17:00 e, por fim, das 19:00 às 21:00.

Para a enfermeira, essa data deve ser lembrada, pelo fato de "que tem-se dados que a Aids está diminuindo, e é preciso fazer essa mobilização, para que os jovens, principalmente, se conscientizem”.

Como se sabe, a Aids é uma doença muito perigosa e deve-se tomar todo o cuidado com ela. Há atualmente, com certa frequência, várias campanhas de conscientização que são realizadas em todo o país e que visam reduzir ao máximo possível o número de pessoas infectadas. A mobilização que ocorrerá aqui em Realeza é um desses exemplos e deve ganhar apoio da comunidade, para que todos os esforços feitos possam valer a pena.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

As Novas Tecnologias no Ensino de Física discutidas em Projeto de Iniciação Acadêmica



Os acadêmicos Dionemar, Willian e Mateus que participam do projeto
juntamente com o Professor Clóvis Caetano.

Por Jezebel Batista Lopes (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

A Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus Realeza, conta com muitos projetos de iniciação acadêmica que estão sendo desenvolvidos com o grande apoio da comunidade universitária.

É de grande importância que os futuros professores tenham um conhecimento dos recursos que a computação lhes proporciona, pois, além de estar a cada dia mais presente nas escolas, ela pode auxiliar, por exemplo, os professores de física, quanto há falta de laboratórios nas escolas, já que há softwares que proporcionam recursos para a aplicação de experimentos científicos virtualmente.

O projeto de iniciação acadêmica, desenvolvido pelo Professor Dr. Clóvis Caetano com o apoio dos acadêmicos Willian Henrique Cândido Moura e Dionemar Bellendé (bolsistas) e Mateus Wilians Jandrey (voluntário), todos do curso de licenciatura em ciências, visa à discussão da relevante utilização dos recursos computacionais no ensino, com a catalogação de softwares e páginas da internet dedicadas ao ensino de física.

Esta pesquisa tem o propósito de fazer com que os futuros professores tornem as aulas mais dinâmicas e eficientes, com o auxílio dos recursos da computação, pois, os recursos eletrônicos tendem a despertar a curiosidade e a vontade do aluno em observar com atenção o que se está sendo ensinado pelo docente. Além disso, podem fazer com que os alunos desenvolvam, da melhor maneira possível, as atividades propostas, melhorando, assim, seu aprendizado.

O projeto está sendo desenvolvido em três etapas. Primeiramente o grupo fez a leitura e discussão de artigos científicos relacionados ao assunto. Agora, estão catalogando detalhadamente softwares e páginas da internet direcionadas ao ensino de física, para que, ao final do projeto, os discentes tenham um melhor aproveitamento em relação á leitura, compreensão e discussão de textos científicos, além de um primeiro contato com a pesquisa científica.

Como ressalta o professor Caetano, “além dos objetivos específicos do projeto, há também o propósito de familiarizar os alunos com a pesquisa científica, com o intuito de melhorar seu desenvolvimento acadêmico. Os alunos vêm demonstrando maturidade na participação do projeto e parecem bastante motivados com os resultados encontrados”.

O acadêmico Willian, em conversa com o Comunica, destacou alguns aspectos interessantes do projeto. “No projeto catalogamos aproximadamente 35 softwares sobre física. Esses softwares são úteis para alunos universitários como eu, ou alunos de ensino médio. Facilitam a resolução de exercícios de física, além de uma melhor compreensão da matéria abordada. Agora estamos em meio a uma pesquisa de sites sobre física, que tem o objetivo de ajudar na produção de trabalhos tanto acadêmicos quanto colegiais. Os sites são divididos de acordo com o seu nível de ensino, ou seja, se é útil para alunos de ensino fundamental, médio ou superior”.

Ainda em conversa com o Comunica, Willian fala sobre a importância do projeto: “considero esse projeto de grande importância na minha formação como um futuro professor de ciências, um futuro professor de física. Poderei utilizar estes sites ou estes softwares como estratégias para minhas aulas, pois acredito que os alunos aprendem bem mais a matéria quando se utiliza de recursos diferentes na educação. Para mim, esse projeto é uma navegação no mundo da física’’.

Como vimos, o projeto traz ao discente um contato com a pesquisa científica, para que ele consiga aperfeiçoar suas habilidades quanto à pesquisa e ao ensino, e, no futuro, consiga produzir projetos visando ao aprimoramento pessoal e profissional.

UFFS já tem seus representantes no Conselho Universitário

Por Eduardo dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Na quinta feira dia 18/11, acadêmicos, servidores técnico-administrativos (STAs) e professores da Universidade Federal da Fronteira Sul foram às urnas para eleger seus respectivos representantes para o conselho universitário (CONSUNI). Este conselho foi criado com a proposta de dividir as decisões da universidade com as pessoas que são diretamente atingidas por estas decisões, já que em um ambiente democrático não é possível que estas permaneçam sob a responsabilidade de uma única pessoa ou grupo de pessoas.

O resultado sequer havia sido divulgado, porém muitas especulações rodeavam as salas de aula e os corredores do campus de Realeza a respeito dos possíveis vencedores. Havia uma grande expectativa, especialmente por parte dos alunos, para saber, de fato, quem seriam os representantes do compus. Mesmo com todo esse entusiasmo, aproximadamente 25% dos acadêmicos esqueceram ou optaram por não votar. Foram candidatas a representantes discentes duas chapas: a chapa número um dos alunos Mateus Wilians Jandrey e Gabriel Francisco Cerutti Bonatto e a chapa número dois dos acadêmicos Oséias André de Lima e Márcio Rogério Plizzari. Com um total de 103 votos contra 87, a chapa vitoriosa foi a de número dois. Após a vitória, os acadêmicos Oséias e Márcio deixaram claro que vão batalhar pelo que prometeram e que vão se esforçar ao máximo para representar bem o campus de Realeza.

Entre os professores, candidataram-se seis chapas, sendo que destas, cinco se elegeram. Em primeiro lugar ficou a chapa número quatro, composta pelos professores Marcos Roberto da Silva (titular) e Sabrina Casagrande (suplente) com vinte votos. Da segunda à quarta colocação houve um empate técnico, em dezessete pontos, entre as chapas cinco (Rozane Aparecida Toso Bleil e Érika Marafon Rodrigues Ciacchi), um (Adolfo Firmino da Silva Neto e Carina Franciscato) e seis (Wagner Tenfen e Rafael Stieler). Na quinta colocação ficou a chapa número dois dos professores Aparecido Francisco Bertochi dos Santos e Emerson Martins, eles conseguiram treze votos, dois a mais que a última colocada, a chapa número três dos docentes Marcos Leandro Ohse e Lucimar Maria Fossati de Carvalho, esta a única chapa que não conseguiu se eleger, dado o fato de que o campus poderia eleger até cinco representantes docentes.

No caso dos servidores técnico-administrativos, apenas uma chapa candidatou-se para exercer sua representatividade frente ao Conselho. Esta chapa foi constituída pelos funcionários Silvani da Silva, como titular, e Josué Mendes, como suplente, que conseguiu se eleger, obtendo vinte votos. Dentre todos os campi da UFFS, o campus de Realeza foi o único que apresentou a candidatura de apenas uma chapa para a representação dos técnicos administrativos.

O que se pode notar, durante estas eleições, é que mesmo com o, relativamente, grande número de acadêmicos que não votaram, compreendeu-se a enorme importância que terá este Conselho dentro desta Universidade. Juntamente com isso, os acadêmicos preocuparam-se em eleger a chapa que apresentou as melhores propostas e que consideraram ter maior representatividade diante dos demais membros do Conselho. O que os alunos do campus de Realeza esperam é que seus votos venham a proporcionar uma grande melhora para este campus.

EJA – Educação para Jovens e Adultos

Educar é mais que reunir aluno em sala de aula, é acreditar na capacidade do ser humano.




Por Marina Maria Rodrigues e Patrícia dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

A história da alfabetização para adultos foi iniciada quando o Brasil ainda era colônia de Portugal, pelos padres jesuítas. Ao longo do tempo o Brasil foi se desenvolvendo politicamente, economicamente e tecnologicamente, e com isso foi sendo exigida maior qualificação educacional.

Vieram com o desenvolvimento uma série de benefícios e de problemas, inclusive problemas educacionais que atingem grande parte da população brasileira, um exemplo foi, e é, a falta de profissionais qualificados não só no sentido da alfabetização, mas com uma noção mais ampla de mundo. Surgiram então uma série de medidas pedagógicas que são adotadas para tentar solucionar esse problema, como por exemplo a Campanha de Educação de Adolescentes e Adultos (CEAA), A Campanha Nacional de Erradicação do Analfabetismo (CNEA), o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), o Ensino Supletivo etc.

Uma questão que deve ser ressaltada é que a qualidade do ensino depende muito da relação aluno-professor, e o educador deve ter uma capacitação diferenciada, com curso para alfabetização para jovens e adultos, além de ser autocrítico em seu papel perante a sociedade.

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma modalidade de ensino da rede pública no Brasil e tem como objetivo desenvolver o Ensino Fundamental e Médio, além de levar o ensino às pessoas que por algum motivo não tiveram a oportunidade de estudar. O papel do professor que atua no EJA é essencial dentro de sala de aula, pois deve compreender o aluno na sua realidade. São pessoas que aprenderam a viver em uma sociedade desenvolvida sem saber ler e escrever ou não puderam concluir seus estudos.

O EJA em Realeza

O Colégio João Paulo II é a única instituição do Município de Realeza que oferece o Ensino de Jovens e Adultos. O Comunica foi conhecer essa realidade a fim de compreender a rotina tanto dos professores, quanto dos estudantes.

A instituição dispõe de duas modalidades nesse ensino, a individual e a coletiva. Na modalidade individual, o aluno escolhe quantas matérias quer cursar e a frequência se dá conforme sua disponibilidade, ou seja, é o próprio aluno que define quanto tempo demorará para concluir seus estudos. Já na modalidade coletiva, acontecem aulas todos os dias, em turmas fechadas, e o aluno reprova por falta.

A professora Dirlene de Oliveira trabalha na modalidade individual com alunos do Ensino Fundamental e Médio. Conversou com o Comunica sobre como é a experiência de trabalhar com um número reduzido de alunos, os quais apresentam particularidades que exigem que o professor utilize mais que uma metodologia durante a aula.

Segundo Dirlene, a maioria dos alunos que frequentam o EJA trabalham durante todo o dia e por isso os trabalhos extraclasse são evitados. As avaliações também são diferenciadas, pois não são aplicadas provas: “Avalio meus alunos diariamente em cada atividade realizada”.

O Comunica conversou também com a professora de Geografia Maria Vanete Siqueira, que trabalha com o EJA há treze anos, a qual afirmou que “é mais gratificante trabalhar com o Ensino de Jovens e Adultos do que com o Ensino Regular, pois o aluno está em sala por seu interesse e mesmo respondendo dentro de seus próprios limites, suas histórias de vida ensinam muito”.

A diretora do Colégio João Paulo II, Jovana Bocchi Dengo, sintetizou a missão do EJA no ensino hoje: “É ter um outro olhar. Você tem que ter consciência que está ensinando a alunos trabalhadores e de idade entre 50 e 70 anos, ter paciência, retomar conteúdos. É um trabalho de valorização do ser humano”.

A alfabetização no EJA

A Prefeitura Municipal de Realeza utiliza o prédio do Colégio João Paulo II para oferecer a alfabetização de jovens e adultos.

Atualmente o EJA conta com uma turma de 15 alunos que é coordenada pela professora Rosane Vasileske dos Santos. A professora afirmou que o interesse dos alunos vem pela necessidade de aprender: “Há duas maneiras de se aprender, pelo prazer e pela necessidade. Esses alunos estão aqui pela necessidade e percebo o prazer que eles têm em aprender”.

A vontade de aprender vai além dos empecilhos que os alunos da alfabetização do EJA enfrentam diariamente. Um exemplo de superação é a aluna Pedrolina de Fátima, 60, que contou ao Comunica que precisa tomar conta de seu neto Gabriel, de 10 anos, e que nem sempre há alguém disponível para atendê-lo quando ela está em aula. Por isso, Gabriel acompanha a avó até o colégio e a espera no saguão até que a aula termine.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Vigilância Sanitária orienta prevenção da hepatite

Salões de beleza devem adequar-se às normas

Por Leandro Hillesheim (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Nesta semana, o Comunica apresenta uma matéria de informação e esclarecimento para a população em geral, principalmente para quem reside em Realeza. O assunto abordado é decorrente dos comentários e notícias que circulam na cidade sobre a hepatite viral. Para melhor esclarecer a situação, entramos em contato com a Secretaria da Saúde e com a Vigilância Sanitária, que contribuíram com esclarecimentos.

Em entrevista concedida, a enfermeira Talita Tremer – responsável pelo setor de Epidemiologia da Secretaria de Saúde – explica que os casos detectados de pessoas infectadas com o vírus vêm crescendo desde fevereiro. “Neste ano, já ocorreram dois óbitos em decorrência das hepatites A e B juntas. No ano passado, tivemos um surto de hepatite A” Ela afirmou que a hepatite A é mais freqüente e menos grave, porém, pode ser fatal para 1% da população. O foco principal de prevenção é vírus da hepatite B.

A Secretaria da Saúde está orientando permanentemente as famílias que possuem membros portadores do vírus e, nessas famílias, é feito o exame para diagnosticar se todos estão imunes ou se a doença está se replicando. De qualquer forma, os familiares são vacinados, assim como os profissionais da saúde, gestantes e recém nascidos.

Quem falou a respeito da mobilização para a prevenção nos salões de beleza foi a bióloga da Vigilância Sanitária, Camila Eduarda Viana. Ela informou que a campanha é resultado de uma parceria entre Promotoria Pública, Vigilância Sanitária do município de Santa Isabel do Oeste e Vigilância Sanitária do município de Realeza. Num primeiro momento, a ação feita foi a convocação de todos os profissionais que trabalham na área de beleza e estética para que participassem de uma reunião com palestra, explicando como o vírus é transmitido.

A palestra, realizada no dia 26 de Outubro, contou com esclarecimentos de um farmacêutico bioquímico e de uma enfermeira de epidemiologia. Eles instruíram os profissionais para o cuidado com instrumentos pérfuro-cortantes, tais como: alicates, tiradores de cutícula e lâminas de barbear. Isso se justifica porque esses instrumentos são potenciais transmissores de doenças, como a hepatite e HIV.

No encontro, também foi esclarecida a legislação, a qual obriga os proprietários de salão de beleza a possuírem um esterilizador, ou, caso não o possuam, pedir que cada cliente leve materiais individuais. Também foi informado aos proprietários e profissionais não regulamentados que será feita uma vistoria em todos os estabelecimentos para conferir se estes estão adequados às normas. A Vigilância pretende iniciar as vistorias nas próximas semanas, com visitação de mais de 60 salões de estética e barbearias.

Questionada sobre a possível não aceitação dos proprietários de estabelecimentos e profissionais da área, Camila afirma: “A princípio, imaginamos maior, pois eles teriam que desembolsar dinheiro para fazer as melhorias. Mas eles aderiram à situação e falaram que, por não terem condições de comprar o esterilizador, eles exigiriam que cada cliente tivesse o kit.”

Camila ressalta que o município de Realeza não está com surto nem epidemia de hepatite, como há alguns comentários. Ela diz que, no ano passado, houve um surto de hepatite A, mas, nesse ano, os casos diminuíram. Quanto aos tipos B e C, apenas dois casos levaram à morte.

A hepatite é uma doença que pode ser perigosa dependendo do tipo e da gravidade. Por isso, medidas de prevenção devem ser tomadas: vacinar (no caso das hepatites por vírus A e B); usar água tratada ou fervida; lavar bem legumes, frutas e verduras; lavar bem as mãos após usar o toalete, antes de preparar os alimentos e de se alimentar; não compartilhar seringas e agulhas; usar preservativo nas relações sexuais; utilizar material de proteção, no caso de profissionais de saúde; realizar acompanhamento pré-natal para aconselhamento adequado e prevenção da transmissão; e evitar o uso abusivo de álcool, medicamentos e drogas.

Adolescência: época de amadurecimento do leitor

A biblioteca do Colégio 12 de novembro não é apenas um espaço para
leitura, mas para o desenvolvimento do aluno.

Por Marina Maria Rodrigues e Patrícia dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O Município de Realeza conta com apenas uma escola de Ensino Médio, o Colégio 12 de Novembro. Além de Educação Geral, o colégio oferece também ensino profissionalizante nas áreas de Formação Docente, Técnico Administrativo e Técnico em Informática. O colégio tem 75 alunos entre os turnos da manhã, tarde e noite.

O Projeto Comunica foi até a instituição para saber como a prática da leitura é aplicada aos alunos do Ensino Regular. O diretor Moacir Mardei Furtado comentou sobre a forma como isso vem sendo trabalhado com os alunos. Segundo o diretor, é mais fácil trabalhar a leitura com adolescentes que frequentam as séries finais do Ensino Básico, pois há um amadurecimento e maior interesse. Afirmou que apesar de não haver nenhum projeto de leitura no colégio, os professores trabalham a leitura em sala de aula. O diretor aproveitou o ensejo para dizer que a instituição se interessa em melhorar essa realidade com um futuro projeto de leitura.

A professora Valéria Barbiero vem trabalhando a leitura no Ensino Geral e também no Técnico Administrativo. Ela comentou sobre as dificuldades dos alunos que não tem o hábito de ler. Afirmou que ela mesma direciona a leitura das turmas. Seleciona os livros e leva para a sala de aula, pois há alunos que acabam levando sempre as mesmas obras pra casa. Segundo a professora, trabalhar a literatura brasileira em sala de aula é essencial, por isso é importante guiar o aluno na hora da escolha.

A biblioteca do Colégio 12 de Novembro é rica em obras não só da literatura nacional mas também internacional, inclusive clássicos e best sellers da atualidade. A variedade de opções incentiva o aluno a descobrir vários caminhos na leitura. Além do acervo literário, a biblioteca conta com um acervo de livros para pesquisa que é utilizado não só pelos alunos, mas pela comunidade realezense. O sistema de controle de empréstimos é informatizado, o que agiliza o processo tanto na retirada quanto na devolução dos livros.

A aluna Raquel Prott, 17, que acaba de ser aprovada no vestibular de Direito na UNIVEL em Cascavel, falou ao Comunica sobre sua paixão pelos livros: “Leio bastante, desde gibis até livros científicos. Meu maior incentivo desde muito cedo foi minha família, venho de uma família de leitores”.

Livros recolhidos

Uma questão importante explanada pelo diretor Moacir foi o recolhimento de algumas obras literárias da biblioteca do colégio: “Tivemos um caso em que a aluna levou o livro para casa e, durante a leitura, verificou que continha palavras de baixo calão, o que resultou na vinda da própria mãe ao colégio para verificar juntamente à direção o que poderia ser feito”. Os livros foram enviados pelo MEC no início do ano, porém, a direção acabou os recolhendo pois julgou que estes contém expressões inapropriadas para a idade dos leitores a que se destinam.

Dentre as muitas obras recolhidas estão “O cobrador” de Rubem Fonseca e “A mulher que escreveu a bíblia” de Moacyr Scliar. Um fato interessante é que ambos são livros cobrados em vestibulares: o primeiro pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) neste ano e o segundo pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) em 2008.

Este não é o primeiro caso em que livros são retirados das prateleiras por instituições que entendem que estes são inapropriados para o ensino. No Estado de São Paulo em 2009, a Secretaria da Educação determinou o recolhimento de 1.216 exemplares de um livro destinado à Educação Infantil, “Dez na área, um na banheira e ninguém no gol”, composto por onze histórias em quadrinhos sobre futebol. Segundo a VEJA em publicação on-line de 19/05/09, o livro “continha frases de conteúdo sexual e de duplo sentido”, não apropriados para a faixa etária a qual foi indicado.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Acadêmicos e Solidariedade caminham juntos

A Universidade Federal da Fronteira Sul forma cidadãos conscientes
 

Por Jezebel Batista Lopes (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

No decorrer do dia-a-dia dos acadêmicos pelos corredores da Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS, Campus Realeza, os futuros profissionais se formam. Mas acima de tudo se formam os cidadãos conscientes da importância em ajudar o próximo.

O campus de Realeza conta com uma nova moradora, uma cachorrinha que apareceu, e os acadêmicos a adotaram com o nome de Bisnaga. Encantaram-se com a cachorrinha, sendo muito cuidada pelos vários donos que conquistou.

Com a força e união dos acadêmicos, a nova companheira ganhou uma casinha e o carinho dos profissionais da cantina que auxiliam com os cuidados para proporcionar a cachorrinha um dia-a-dia melhor.

Com a aproximação das férias, os novos donos da Bisnaga se preocupam com o campus vazio, mas com a colaboração dos guardas que cuidam da Universidade a Bisnaga não vai estar sozinha.

A acadêmica Daniela Farias, do curso de Letras, opinou para o Comunica, “eu acho uma atitude muito solidária da parte dos acadêmicos, demonstra a preocupação do ser humano com os animais, mesmo vivendo tão próximos de uma realidade que às vezes nos mostra o contrário, onde há tantas pessoas que abandonam e maltratam os animais, e já os alunos da UFFS fizeram algo diferente, acolheram a cachorrinha, alimentaram, uniram-se e compraram uma casinha, ela já é nossa mascote, essas ações são muito gratificantes para nós estudantes.”

                                                                                       Christiano Castellano/UFFS
Acadêmicos Mayza, Marina, Patrícia e Mateus na entrega da casa para Bisnaga. 

Acadêmicos defendem integração entre os cursos

“Esses boatos de que o conselheiro só deve defender o seu curso são absurdos”, criticou uma acadêmica do Campus de Realeza


Por Lucas Carniel (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Todos os campi da UFFS (Universidade Federal da Fronteira Sul) estão em fase de preparação para as eleições do Consuni (Conselho Universitário). O Conselho será o maior órgão deliberativo da instituição. Os conselheiros se reunirão periodicamente para tratar de assuntos acadêmicos e estruturais dos quatro campi da universidade. Os membros do Consuni serão escolhidos por meio de eleições, que acontecem no dia 18 de novembro, e, depois de empossados, são eles que terão de auxiliar no processo de desenvolvimento da instituição.

O Consuni será formado por professores, técnicos administrativos e acadêmicos da UFFS. Nos três setores a movimentação para a formação das chapas foi intensa durante os últimos 15 dias (o prazo para a inscrição dos candidatos terminou na quinta-feira, dia 28) e, a partir das próximas semanas, todos se concentrarão na corrida eleitoral.

Os acadêmicos do Campus de Realeza estão participando ativamente do processo das eleições. Sem citar nomes e sem tecer elogios para nenhuma das chapas, os alunos entrevistados pelo Comunica ressaltaram que o conselheiro e suplente escolhidos pelos estudantes devem pensar nos interesses e nas necesidades da UFFS, defendendo melhorias para as quatro graduações.

O acadêmico do curso de Letras, Marcio Rogério Plizzari, lembrou que, enquanto o Consuni não é formado, todas as decisões da UFFS dependem do reitor, Dilvo Ristoff. “O poder não deve ficar centralizado em apenas uma pessoa. Acredito que todo o pessoal deve exercer seu poder de decisão, expondo suas ideias sobre o que a universidade precisa e, o que é mais importante, sem defender este ou aquele curso, mas todos eles”, argumentou Marcio. Ele lembrou que uma das bandeiras que devem ser levantadas pelos conselheiros é a instalação de laboratórios e melhorias no acervo bibliográfico do Campus.

Outra característica que não pode faltar aos futuros conselheiros, de acordo com a acadêmica do curso de Nutrição, Vanessa Aparecida Moschen, é a responsabilidade. “O Consuni é de extrema importância para o desenvolvimento da Universidade, pois, assim, haverá mais integração entre o corpo discente e docente. Mas penso que na hora de votar, a gente tem que pensar bem em quem são os candidatos, porque tem que votar em quem tem responsabilidade, que leve o Consuni a sério”, opinou.

Acima de tudo, a acadêmica do curso de Ciências, Jéssica de Souza, defende que os membros do Consuni não levem interesses individuais para as reuniões. “Esses boatos de que o conselheiro só deve defender o seu curso são absurdos. Penso que o maior objetivo desse conselho é trazer benefícios para todos os campi. A pessoa escolhida terá que pensar muito bem na responsabilidade que esse cargo representa e, na hora dos encontros, lá em Chapecó, terá que esquecer dos interesses do seu curso e colocar as principais necessidades do nosso Campus”, apontou a acadêmica.

sábado, 13 de novembro de 2010

Saúde dos mamíferos é destaque em projeto da UFFS

Projeto do professor Vitor Hugo Enumo de Souza analisa fitoterápico Vittis

Por Jéssica Pauletti (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Em edições anteriores do Comunica, já se divulgou que, no segundo semestre, docentes e discentes da UFFS estão realizando projetos de cunho científico. Um destes é desenvolvido na área da biologia pelo professor Ms. Vítor Hugo Enumo de Souza e as acadêmicas Jéssica Rosa de Souza (bolsista) e Maiara Vissoto (voluntária), ambas do curso de Licenciatura em Ciências. O projeto, intitulado Avaliação do efeito antimutagênico do fitoterápico Vittis (Vittis vinífera), tem como finalidade investigar se o fitoterápico protege o material genético encontrado nas células da medula óssea de mamíferos, contra danos induzidos em experimentos.

Pensou-se em desenvolver esse tipo de estudo por este estar inserido na área de pesquisa do professor. Ele fez a parte experiemental (confecção de lâminas) no laboratório de Citogenética e Mutagenêse do departamento de Biologia Celular e Genética (CDB) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a análise microscópica das lâminas é feita pelas acadêmicas no laboratório de Ciências do Colégio Estadual Doze de Novembro/ Realeza.

Além de trabalharem com os microscópios, as duas acadêmicas fazem a discussão de resultados, revisão bibliográfica e, no final, pretende-se que elas produzam artigos científicos sobre as considerações finais do trabalho.

Como esse estudo requer o uso constante do laboratório, precisou-se do apoio de alguma escola que o tivesse, já que a UFFS, por enquanto, não dispõe deste ambiente. Todavia, vale salientar que os projetos destes laboratórios já estão em andamento e logo dar-se-á início a sua construção. Para a acadêmica Jéssica, além da falta do laboratório na universidade, há ainda uma outra dificuldade que é a de deslocamento: “como moro em Francisco Beltrão, preciso vir para Realeza uma vez por semana de ônibus. No entanto, isso é algo superável, já que a parte prática é muito legal e interessante, estou aprendendo muitas coisas novas”, ressalta a aluna.

Maiara Vissoto faz a seguinte avaliação do projeto: “ele é um complemento dos meus estudos, um conhecimento a mais, dado que é nessa área que eu quero seguir, a biologia, principalmente na questão da saúde”. Ela ainda comenta que gostaria muito que se desse sequência ao projeto, pois pretende continuar participando dele, seja como voluntária, seja como bolsista de iniciação científica.

Sobre a continuidade do projeto, o professor Vítor Hugo salienta o desejo de desenvolvê-lo no próximo semestre, “talvez não mais com esse fitoterápico; há a possibilidade de buscar alguma propriedade medicial em extratos de sementes, das acículas (folhas) e das grimpas da araucária (Araucaria angustifolia)”.

Como podemos notar, então, este projeto busca novas alternativas para cuidados com a saúde dos mamíferos, tendo em vista sua finalidade de uso do fitoterápico Vittis como auxílio no combate de danos à medula óssea destes mamíferos. Para a realização completa do estudo há ainda a necessidade desenvolver várias etapas, o que não é um obstáculo, a partir do momento que as participantes e o próprio orientador são amantes da biologia e consideram tudo como um grande aprendizado.

Realeza apresenta a ExpoReal 2010

Por Ângela Roman (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Do dia 12 ao dia 15 de novembro, não só a comunidade de Realeza e região como, também, os acadêmicos e servidores da UFFS, estarão tendo a oportunidade de participar da ExpoReal. Trata-se de uma exposição comercial, industrial, agropecuária e gastronômica que ocorre anualmente na cidade e acontecerá no centro de eventos municipal.

O campus da universidade em Realeza está presente na comemoração com um estande onde será apresentada toda a trajetória da UFFS na região. Serão divulgadas informações sobre os primeiros passos para a construção da instituição, a organização, os serviços que estão em desenvolvimento, bem como propostas para o seu futuro, o direcionamento de políticas e ações.

Em conversa do Comunica com o Prof. Dr. Alfredo Braida, diretor do campus da UFFS em Realeza, destacou-se o fato de que a ExpoReal é um momento especial para apresentar a Universidade à comunidade da região. Outro ponto importante relevado é a interação que a Universidade terá nesse período com outras instituições e com os visitantes, havendo a divulgação da Universidade, pois futuros acadêmicos poderão visitar o evento.

Nos três dias da exposição, o estande da UFFS contará com material de divulgação, informações sobre os cursos oferecidos e os trabalhos de extensão desenvolvidos pelos bolsistas desse semestre. Nos horários de visitação, haverá sempre a monitoria de professores e de técnicos para que qualquer dúvida possa ser esclarecida.

A Universidade também disponibilizará computadores para o uso dos visitantes. Dessa forma, eles poderão acessar o site da instituição e verificar os trabalhos expostos em páginas associadas a ela, como a do Projeto Comunica. Também merece destaque a divulgação do processo seletivo do ano 2011, para que os interessados possam sanar suas dúvidas durante o evento.

Além desse veículo de informação, o Comunica exporá um mural de divulgação das matérias e entrevistas desenvolvidas pelos comunicantes. Os textos escolhidos ficarão a critério dos próprios produtores, sendo selecionados aqueles de maior interesse regional.

Como divulgado em matérias anteriores, a UFFS contribuirá com a composição da Trilha Ecológica, na qual o grupo de teatro da UFFS provocará nos visitantes questionamentos em relação à problemática ambiental através de elementos artísticos. Fatores como o desenvolvimento acelerado e as conseqüências do modelo de produção baseado no capitalismo serão questionados. Com isso, pretende-se que os visitantes entendam a importância da harmonia entre o ser humano e a natureza.

Para Flávia Rommel, acadêmica do curso de Licenciatura em Ciências e participante das oficinas de teatro da UFFS, “a construção da trilha tem incentivado os integrantes do projeto teatral da universidade no processo de sua construção, em que nós mesmos seremos os monitores. Assim, contribuiremos, também, com o funcionamento da ExpoReal”.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ensino de Línguas Estrangeiras: um passaporte para o futuro

CELEM: Curso de Língua Espanhola é oferecido gratuitamente nas escolas públicas

Por Josiane Ribeiro (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

O CELEM, Centro de Línguas Estrangeiras Modernas, é ofertado gratuitamente nas escolas estaduais de educação básica aos alunos, professores, funcionários e também à comunidade como um curso extracurricular. No estado do Paraná, o CELEM trabalha com os idiomas: espanhol, inglês, alemão, francês, mandarim, polonês e ucraniano.

Professores e funcionários da rede pública podem frequentar as aulas do CELEM, aos quais são disponibilizadas 10% das vagas. Já para os membros da comunidade que comprovem ter no mínimo ensino fundamental inicial completo são ofertadas 30% das vagas.

Na cidade de Santa Izabel do Oeste é ofertado, desde 2006, o espanhol nos períodos vespertino e noturno no Colégio Estadual Guilherme de Almeida (CEGA). Os alunos, em sua maioria, estudam no outro período e frequentam as aulas, com duração de duas horas, durante dois dias.

O ponto de vista docente

Ter o espanhol na grade curricular do Ensino Médio em escolas públicas e particulares tornou-se obrigatório a partir da Lei nº 11.161, de 8 de agosto de 2005, e o CELEM entra como uma opção para as escolas. No CEGA, tiveram início em 2006 as aulas de espanhol já com duas turmas, bem como na Escola Estadual Marquês de Maricá (EEMM).

Hoje, porém, o principal problema encontrado dentro da escola é a evasão, fato que se estende às aulas de espanhol. No Paraná, segundo a professora Mirian Fatima Santin, responsável pelo CELEM no CEGA, cerca de 25% a 30% dos alunos que iniciam se formam. Em sua maioria esses alunos são do ensino médio, em especial do terceiro ano que, ao iniciar o curso superior, veem dificuldade em conciliar as aulas e acabam por desistir. Outro grupo delicado são os alunos da formação de docentes que, por frequentar os estágios no período contrário, também sentem dificuldade em estar por mais dois dias no colégio. O mais comum ainda é que ocorra evasão por motivos econômicos, visto que o aluno deixa de estar presente nas aulas para passar a contribuir nas despesas domésticas com seu trabalho.

Conforme a fala da professora Mirian, outra alternativa para atrair o aluno às aulas seria utilizar as novas tecnologias como substituição ao Livro Folhas oferecido pelo governo, “levando histórias em quadrinho, trabalhando os desafios contemporâneos, a consciência política, tiras da Mafalda que têm textos críticos e acabam envolvendo o aluno; e através da formação continuada hoje se trabalha bastante o ensino de línguas através dos gêneros textuais”. Outra medida seria conversar com o aluno, o que acontece em muitas vezes é que “ele termina nos desarmando com seus argumentos: não posso, estou trabalhando, preciso ajudar minha família”, faz parte da realidade de muitos dos jovens de hoje, que infelizmente, nesse caso acabam por abandonar as aulas de espanhol.

Uma grande característica presente nas turmas de espanhol é a diferença de idades entre os alunos, onde se tem desde pré-adolescentes no auge dos seus 12 anos até adultos com 53 anos, destacam-se ainda os adolescentes que ocupam mais da maioria do total. Para a professora Mirian é necessário “mais critérios ao selecionar o conteúdo em si, a análise linguística é a mesma, mas o modo de conduzir é outro, mesmo porque eu tenho alunos que já conhecem aquele conteúdo em língua portuguesa e transferem o aprendizado para a língua espanhola, e existe aquele que não viu o conteúdo”.

O discente

Ou para aperfeiçoar o idioma ou visando um melhor futuro, o espanhol surge na vida dos alunos como um passaporte para o futuro.

Para Marilene Dornelas Flech, aluna do primeiro ano noturno do CELEM no CEGA, o espanhol surgiu como um modo para aperfeiçoar a escrita “eu tinha bastante saudade de acompanhar a matéria”. Marilene morou por alguns anos no Paraguai e teve contato com a língua durante esse período, seu contato com o espanhol trouxe também dois frutos, suas filhas Michelle Gabriela Dornelas Flech, aluna também do primeiro ano noturno no CEGA, e Iury Achiney, que está no segundo ano na Escola Estadual Guilherme de Almeida no período vespertino. Para Michele, 12 anos, acredita que “talvez quando eu for maior eu precise dele e ganhe uma vaga a mais que outra pessoa que não tem”; essa é a mesma opinião de Neide Eudacia Stefanski Hrabar, que também com 12 anos cursa o segundo ano noturno do CEGA.

O convívio com a língua espanhola ajuda, por exemplo, a compreender e entender filmes, e conforme Antonia Salete da Silveira, o CELEM “não é uma faculdade, mas ele te abre caminhos”. Antonia Salete tem 53 anos e concluindo o curso demonstra interesse em dar continuidade a esse estudo.

Novos projetos

Oferecer a Língua Inglesa juntamente com a Espanhola é um objetivo dos professores de inglês da cidade. Alguns já estão buscando que esse desejo seja de fato concretizado, como é o caso das professoras Carmen Pezenti Bacin e Marizete Baldin, professoras de Inglês do Ensino Fundamental e Médio que demonstram grande interesse na implantação do Inglês nas escolas públicas de Santa Izabel do Oeste.

A leitura frente às dificuldades da escola hoje


                                                                        Patrícia dos Santos
Alunas da 5ª à 8ª séries do Colégio Estadual João Paulo II, Luciane, Elaine, Nicole,
Graziela e Marlize, que contaram suas experiências com a leitura dentro e fora da escola.

Por Marina Maria Rodrigues e Patrícia dos Santos (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

A abordagem da prática da leitura nas escolas começa logo nas primeiras séries, mas é no Ensino Fundamental que ela se consolida. É nessa fase que o aluno aprimora o gosto pela leitura, suas preferências por gêneros e estilos e também desenvolve o senso crítico, que é vital para que a leitura se torne um hábito.

Para fomentar o interesse do adolescente pela prática habitual da leitura, um agente essencial é a biblioteca. Para isso, é importante que esta esteja sempre à disposição do estudante, seja dentro da escola ou fora dela.

Entretanto, nem sempre o aluno tem o respaldo necessário para acesso às obras, tanto didáticas quanto literárias. Algumas escolas encontram adversidades no funcionamento de suas bibliotecas, e um exemplo presente no Município de Realeza é o Colégio Estadual João Paulo II.

Segundo a diretora Leila Leão, há um desfalque no quadro de funcionários do colégio, devido às licenças maternidade ocorridas neste ano. Por este motivo, a biblioteca ficou sem atendimento, o que impossibilita principalmente os alunos da 5ª e 6ª séries de realizar seus empréstimos. Já os alunos da 7ª e 8ª séries têm a autonomia de irem até a biblioteca e eles próprios realizarem as trocas de livros.

Para suprir essa carência de orientação e instigar a prática da leitura nos alunos, existe no Colégio João Paulo II um projeto de rodízio semanal de leitura, que é praticado durante uma aula por semana, em todas as matérias, com leituras de obras clássicas e material didático. Há também um círculo de leitura, em que são trabalhados geralmente contos, que são previamente lidos pelos alunos e posteriormente analisados e discutidos em encontros semanais.

O Comunica foi ao encontro dos alunos para saber como funciona o relacionamento de cada um com os livros, a frequência com que praticam a leitura e suas preferências literárias. Dentre as meninas, a poesia é quase que unanimidade, já para os meninos, os livros de aventura e suspense têm maior procura. A aluna Nicole Lopes, 10 anos, está na 5ª série e contou como é sua experiência com a leitura: “Leio mais em casa, pois na escola, além de estarmos sem acesso à biblioteca, não temos muito tempo em sala de aula. Geralmente empresto livros de amigos ou na biblioteca pública”. Afirmou ainda que sentiu uma diferença considerável no nível de leitura exigido entre a 4ª e 5ª séries, pois está tendo o primeiro contato com obras renomadas da literatura e também iniciando trabalhos com gêneros textuais e discursivos, que variam desde o teatro com fantoches até a produção de textos.

Outra instituição de Ensino Fundamental visitada pelo Comunica foi a Escola Estadual Dom Carlos Eduardo, que conta com uma biblioteca ativa dentro da escola e, do outro lado da rua, possibilitando acesso imediato, com a Biblioteca Pública Municipal.

A coordenadora pedagógica da escola, Elizete Zamarchi, comentou sobre como tem sido a prática da leitura e sobre os problemas que influenciam não apenas essa prática, mas o desenvolvimento escolar dos alunos: “Há um grande interesse pela leitura por parte dos alunos e a frequência na biblioteca é considerável, o que os incentiva é o fácil acesso, tanto na escola quanto na biblioteca pública. O problema que temos enfrentado e que é mais preocupante é a violência, pois o aluno se dispersa em meio a um ambiente cheio de conflitos”.

A professora Roselei Estrai, que trabalha com as turmas de 6ª e 7ª séries, afirma que, apesar do interesse, a maior dificuldade dos alunos é descobrir quais são suas próprias preferências na hora da leitura. Segundo a professora, trabalhar com a interpretação e o resumo das obras lidas possibilita não só o desenvolvimento do raciocínio, mas também da escrita.

Um dos aspectos relevantes é o incentivo da leitura em casa, que tem um papel importante na formação do leitor. Em conversa com o Comunica, a aluna da 6ª série Ariane Kozerski, de 11 anos, afirma que o incentivo da mãe é fundamental: “Tenho um horário de leitura em casa e meu acesso a livros é pela escola e pela biblioteca pública, que frequento com minha mãe. O que gosto de ler são histórias infantis, gibis e agora estou conhecendo a poesia”.

Apesar dos empecilhos existentes no caminho do adolescente para se tornar um sujeito leitor, deve-se ressaltar que são fatores alheios à vontade dos professores. É notável o esforço que cada escola emprega para contornar essas dificuldades e trabalhar em prol de construir pontes para que o aluno tenha acesso ao mundo da leitura.

sábado, 6 de novembro de 2010

Esdrúxulos de uma civilização

Crônica de Jéssica Pauletti (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Num vilarejo chamado Nobreza, situado no sudoeste do estado de Nirvana, a convivência na natureza era harmoniosa. Os bichos e as plantas se relacionavam de forma que um auxiliava o outro dentro das possibilidades de sua espécie e todo o ecossistema percorria seu curso natural. Porém, esse passivo ambiente sofreu mudanças que o afetou drasticamente.

Essa localidade foi invadida por um povo desconhecido, tratava-se dos Tecno-entendidos, vindos da província chamada Desenvolvimento. Estes, a partir do momento em que chegaram, implementaram suas ideologias de opressão e não permitiam contestações a elas.

Mais e mais Tecno-entendidos chegavam com o passar dos dias. Não tinha mais espaço para os animais/plantas habitarem o vilarejo. Sem as possibilidades de se contraporem à situação, foram deixados de lado, afinal eles não tinham importância para o progresso de Nobreza.

A construção de prédios e casas, o desmatamento e o acúmulo de lixo, jogado aos “trancos e barrancos”, se expandia assustadoramente. Claro que o hábitat dos bichos foi modificado. Como eles sobreviveriam a tal situação? Simples, não iriam sobreviver, dia a dia eram mortos, sem piedade. A rapidez de um invento dos Tecno-entendidos, denominado autómovel, se encarregava da grande parte dos homícidios, realizados na grande estrada de cimento que atravessava Nobreza. As demais mortes eram em decorrência de depressão, já que seu lar não era o mesmo...quanta saudade pairava sobre eles!

De vez em quando, aparecia alguém, que lutava pela vida dos seres indefesos. Adivinha o que acontecia com estes indivíduos? Eram exilados para uma província, ao lado do vilarejo, chamada Destruição. Ali eles não tinham como contestar, não tinham pessoas para conversar, ideias não surgiam, era um imenso cemitério.

O excesso de indivíduos presentes, agora, em Nobreza, acabou por provocar divergências. A ordem estava abalada, uns queriam mandar mais que os outros. Ninguém queria ser o subalterno. Pairava sobre Nobreza, o medo da explosão de uma guerra a qualquer momento.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Dia Nacional do Livro

Essa importante data é comemorada no dia 29 de Outubro

Por Leandro Hillesheim (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Na última sexta-feira, dia 29 de outubro, comemorou-se o Dia Nacional do livro, data escolhida em homenagem à fundação da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, que ocorreu em 1810 e hoje é a oitava maior do mundo. A fundação da Biblioteca nasceu da transferência da Real Biblioteca portuguesa para o Brasil, juntamente com a família real. A partir de 1808, quando D. João VI fundou a Imprensa Régia, o Brasil passou a editar livros, sendo o primeiro livro editado “Marília de Dirceu”, de Tomás Antônio Gonzaga. No entanto, um expressivo crescimento editorial só aconteceu em 1925, com a criação da Companhia Editora Nacional pelo escritor Monteiro Lobato.

O livro sempre foi o principal meio de transferência de conhecimento e, mesmo na atualidade, com o avanço dos meios de comunicação, ele permanece com função quase insubstituível. Desde os livros da antiguidade, ainda fabricados em cilindros de papiro ou pergaminhos feitos de pele de animais, até os de papel, os quais abriram caminho para a impressão, a importante função do livro permanece. No cenário atual, ganham força os livros eletrônicos ou e-books, os quais, gradativamente, devem substituir os de papel, devido à praticidade e ampla disponibilidade que possuem.

Vale destacar também as obras adaptadas para os deficientes visuais. Estas incluem os livros em braille, falados e digitais acessíveis. Segundo dados da Fundação Dorina Nowill para cegos, uma das pioneiras na criação de obras em Braille no Brasil, usuários da Biblioteca Circulante de Livro Falado lêem cerca de nove livros por ano. Contrastando, a população brasileira lê aproximadamente 1.3 livros anualmente. Contudo, o número de bibliotecas que conta com essa tecnologia é reduzido.

A leitura emancipa o ser humano, resgata a cidadania e devolve a auto-estima. Toda leitura, seja ela qual for, transforma o indivíduo através do desenvolvimento da capacidade crítica. A partir desses adjetivos, não faltam incentivos para tornar o Brasil um país de leitores.

Na semana, vários eventos relacionados com o tema aconteceram no Brasil. Com maior destaque, estão as diversas feiras do livro espalhadas pelo país. O atrativo desses eventos é a imensa variedade de obras apresentadas, os descontos oferecidos e o contato direto com alguns autores. Uma das principais do sul e uma das mais antigas do país, a Feira do Livro de Porto Alegre, possui programação de mais de duas semanas, com encontros com autores, apresentações artísticas e sessões de autógrafos.

Esclarecimentos, críticas e apontamentos sobre o domínio comum

Por Ângela Roman (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Na perspectiva de se almejar o desenvolvimento multidisciplinar dos acadêmicos, a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) propõe uma nova grade curricular. Por essa nova grade, eles iniciariam a vida acadêmica através de uma perspectiva plural da educação superior, a qual foi chamada de domínio comum.

O domínio comum é constituído por 11 disciplinas, cujas ementas variam entre as ciências exatas, sociais e agrárias. Essa discussão envolvendo a inclusão de disciplinas de caráter abrangente sempre esteve presente ao longo do processo de construção da Universidade, tendo sido aprovada pelo MEC.

As onze disciplinas são: “Meio ambiente, economia e sociedade”, “Matemática Instrumental”, “Leitura e Produção Textual I”, “Leitura e Produção Textual II”, “Introdução ao Pensamento Social”, “Iniciação à Prática Científica”, “História da Fronteira Sul”, “Fundamentos da Crítica Social”, “Introdução à Informática” e “Direito e Cidadania”.

A UFFS quer desmistificar o conceito de ensino superior e superar o produtivismo no processo de formação. O ensino superior não deve se limitar simplesmente ao cientificismo de cada área; é necessário que os egressos sejam capazes de ler e de se situarem no contexto sócio-histórico, sendo dele sujeitos transformadores.

Sendo assim, por ser esta uma proposta que beneficiaria os acadêmicos, entramos em contato com alguns deles para que pudessem expressar sua opinião. Segundo Jéssica Pauletti, do curso de Licenciatura em Ciências, o domínio comum serve como uma base para toda a graduação. As matérias nele presentes, mesmo que não sejam de interesse dos alunos, são de suma importância, e eles só perceberão isso no decorrer da faculdade.

Em consenso com a acadêmica de Ciências, Jonas Bettanin, do curso de Medicina Veterinária, ressalta a importância do domínio comum. No entanto, o acadêmico adverte que, por outro lado, “não precisaria de tanta ênfase nessas matérias, como, por exemplo, duas matérias de leitura e produção textual”.

Contribuindo e apresentando uma opinião mais crítica, o acadêmico Daniel Vargas, também de Medicina Veterinária, destaca uma prática que preocupa: “Devido à falta de estrutura, bem como de professores, muitos acabam tendo que assumir disciplinas que não são necessariamente de sua área de formação. Nestes casos, todos saem perdendo, Universidade, alunos e professor”. O acadêmico aponta para a possibilidade de o número de disciplinas que constituem o domínio comum ser reduzido.

A idéia do domínio comum vem ao encontro da ideologia da UFFS, na medida em que busca formar um profissional ciente do seu papel na sociedade. Dessa forma, acontecerá o desenvolvimento da região da Fronteira Sul, principalmente. O egresso deverá levar consigo a capacidade de interagir e de transformar a realidade. Contudo, a temática do domínio comum traz à tona inquietações que fazem parte das reflexões das personagens que estão construindo a Universidade Federal da Fronteira Sul e, por isso, não pode escapar da reflexão coletiva.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Curso de Nutrição dialoga com a comunidade sobre o Dia Mundial da Alimentação



Por Giovana Giombelli Paludo (Projeto Comunica/UFFS-Realeza

Em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, os alunos de Nutrição do campus Realeza, juntamente com suas professoras orientadoras, fizeram uma atividade na feira do produtor da cidade. Nessa atividade, proporcionou-se uma aproximação maior da universidade com a população.

A atividade desenvolvida foi planejada pelas professoras Érika Marafon Rodrigues Ciacchi e Camila Elizandra Rossi, auxiliadas pelos acadêmicos. O planejamento foi feito na universidade a fim de garantir o sucesso da proposta. Em sala de aula, a turma foi dividida em pequenos grupos, e cada um ficou encarregado de pesquisar sobre quais eram as propriedades nutricionais dos alimentos vendidos na feira. Em seguida, foram feitos cartazes com os principais nutrientes desses alimentos. Posteriormente, foi explicado como deveria ser medido o Índice de Massa Corporal (IMC) da população. O objetivo era fazer um levantamento de dados referentes ao peso da população de Realeza, para, futuramente, desenvolver projetos com a própria comunidade.

Na manhã do dia 23 de outubro, o grupo de professores e acadêmicos da UFFS promoveu a atividade na feira do produtor rural. Foram colocados cartazes nas barraquinhas e a medida do IMC dos feirantes e consumidores foi calculada. Inicialmente, as pessoas passavam e olhavam com um pouco de desconfiança, mas, em seguida, iam em busca de informações sobre o que estava acontecendo para poderem participar também.

Foram quatro horas de atividades bastante interessantes, pois foi uma dinâmica nova para a população e para os próprios feirantes. Muitos pediram para que fossem feitos mais cartazes, com todos os produtos que há na feira.


 

Projeto de Iniciação Acadêmica faz estudo de enzimas usadas em diagnósticos de Medicina Veterinária

Por Leandro Hillesheim (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Como já discutido em postagens anteriores, neste segundo semestre a UFFS possui em andamento diversos projetos de Iniciação Acadêmica com o intuito de disponibilizar ajuda financeira e contribuição profissional aos seus acadêmicos com maior vulnerabilidade. Dentre estes, está o projeto intitulado “Estudo das principais enzimas usadas como auxílio ao diagnóstico de enfermidades em Medicina Veterinária”.

O projeto está sob coordenação da professora Dra Carina Franciscatto e tem como bolsistas os alunos de medicina veterinária Maurício Iakmiu, Jeferson Moura e Fábio Bernardo. Seu objetivo central, além da ajuda financeira, é aprimorar o conhecimento científico do acadêmico do curso de Medicina Veterinária com relação às enzimas utilizadas como auxílio ao diagnóstico das enfermidades dos animais domésticos, visto que o assunto tem grande importância nas disciplinas que ainda estão por vir.

As atividades desenvolvidas consistem em pesquisas bibliográficas, tanto leitura de livros disponíveis na biblioteca, como estudo de artigos científicos encontrados na internet, grupo de estudo, apresentação de seminários e estudo e discussão de casos clínicos. Estas atividades objetivam estudar o mecanismo de ação, função e localização tecidual e celular das enzimas. Segundo Carina este projeto proporciona melhor formação na questão de interpretação de exames, preparo para as disciplinas de diagnóstico laboratorial e clínica.

Em entrevista ao Comunica, o aluno bolsista Fábio Bernardo salienta a importância do projeto. Segundo ele, a bolsa tem grande contribuição na ajuda financeira, mas, principalmente, por ser diretamente relacionada ao curso, está trazendo bons resultados. Para o bolsista, o melhor resultado do projeto será visto quando do estudo de disciplinas específicas e na realização de pesquisas.

Ao final do projeto, a expectativa é que o acadêmico tenha adquirido conhecimento científico suficiente sobre o assunto, para que possa realizar a interpretação de exames laboratoriais.

“Só sente as correntes que os prende quem se MOVIMENTA”

Por Ângela Roman e Leandro Hillesheim (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)

Em meio a tantas criticas e objeções aos movimentos sociais, o Comunica, em sua intenção de informar a comunidade acadêmica, busca sintetizar essa temática. Sendo assim, os movimentos sociais são compreendidos como entidades que têm o objetivo de fazer com que a sociedade civil adquira uma coesão de pensamento, na qual o bem comum e a luta pela hegemonia seja priorizada. A luta de classe nasce da necessidade de organização quando expostos a uma situação de desigualdade no meio social, podendo ser oriunda de discussões de gênero, classe, etnia, etc. Além disso, o presente texto pretende desmistificar a idéia que está sendo introduzida através dos meios de comunicação monopolistas de que os Movimentos sociais são precursores de ações violentas e evasivas.

Dessa forma, entramos em contato com o Professor Ms. Jaci Poli, coordenador administrativo da Universidade Federal da Fronteira Sul – campus Realeza. Além de ser atuante em movimentos sociais da área agrária, desenvolveu seus estudos de mestrado com enfoque nessa área.

Qual é a relevância dos movimentos sociais para a sociedade?

Eu acredito que os movimentos sociais são a forma de a sociedade se organizar em busca dos seus direitos, das suas demandas e das suas causas. Eles são a única forma efetiva de se promover transformações dentro da sociedade. Vejo que governantes eleitos têm condições de fazer muitas coisas pela sociedade utilizando os instrumentos do estado, mas eles não conseguem transformá-la, não conseguem fazer as grandes mudanças que a sociedade promove durante toda sua caminhada. Os movimentos sociais, por organizarem a base da população, a busca de direitos e das causas populares, têm essas condições, sendo a base de todas as transformações sociais.

Em relação aos meios de comunicação, como contribuem e como prejudicam a imagem dos movimentos?

Hoje, no Brasil, temos uma situação em que a imprensa como um todo é, talvez, o maior monopólio existente. Poucas famílias, poucos grupos, dominam praticamente todo o processo de comunicação do Brasil e se garantem dentro de uma legislação que não consegue fazer uma regulamentação adequada. Na realidade, o que o próximo governo precisa enfrentar de forma decisiva é criar uma regulamentação. Não é controlar, não é cercear o direito de falar, cercear o direito de imprensa, mas é começar a regulamentar. Enfrentar esse empecilho e pensar nos movimentos sociais diante de tudo isso é um grande desafio de uma nova constituição dos movimentos sociais e de novas formas de luta, que vão aparecendo e que nós precisamos compreender melhor.

Como o senhor imagina um Brasil sem movimentos sociais?

Se não existissem os movimentos sociais, hoje nós seríamos praticamente escravos do capital. Nós estaríamos na pior das ditaduras, ou seja, a ditadura da opinião única, do partido único, da idéia única. Daríamos razão a aquilo que aconteceu quando ocorreu a queda do muro de Berlim. Os grandes ideólogos do capitalismo, especialmente nos EUA, falavam no fim da história. Para eles, o fim da história, o fim da ideologia, era derrubar todas as contestações ao capital, ao neoliberalismo que é hoje o domínio absoluto do capital. Isso só não se configura tão fortemente pela existência dos movimentos, que reagem. Se os movimentos sociais não existissem, não consigo imaginar que sociedade teríamos, ou se seríamos uma sociedade.

Na opinião do senhor, por que tanta resistência de uma parcela da população pelos movimentos sociais?

O que ocasiona isso é um conjunto de fatores que faz com que grande parte da população não se dê conta, não faça uma leitura correta da sua realidade. Hoje, muitas pessoas moram em situação precaríssima e não admitem uma relação com os movimentos sociais. São contra, condenam todos os tipos de reação popular que possa existir em busca de direitos. Eu vejo que existe a formação de uma grande massa ideológica do capital, que consegue criar essa idéia de que a solução vem pelo fortalecimento das empresas, sendo contra quem está por defender quem está na miséria, justamente porque não compreende a realidade da situação. Isso acontece, justamente, porque nós ainda não temos um sistema de educação capaz de politizar a educação, isto é, de dar condições para que, pela educação, as pessoas possam se situar na realidade.

Qual é a relação dos movimentos sociais com a UFFS?

Talvez esse seja um dos grandes pontos de apoio que a gente tem pra fazer uma análise da presença dos movimentos sociais na sociedade. Se fosse pela mão do Estado, a região da fronteira sul não teria nem uma universidade pública. Inclusive, quando os movimentos sociais começaram a pleitear uma universidade federal para a região, houve, por parte do Ministério da Educação, a oferta da construção de um Instituto Federal de Educação. Esse instituto ofereceria educação tecnológica e os movimentos sociais disseram que não, eles não queriam isso, isso não era o mais necessário. Fazia-se necessário a formação de uma universidade com caráter e proposta diferenciada, capaz de formar pessoas que tivessem condições de gerar um novo tipo de desenvolvimento. Por isso, foi criada a UFFS com proposta curricular inovadora, justamente por ter nascido de um debate junto com os movimentos sociais e que pretende formar pessoas capazes de gerar o desenvolvimento. O discurso da maioria dos políticos é que eles, quando ajudaram a criar a UFFS, trabalharam para construir o desenvolvimento. Diziam: “a universidade vai trazer o desenvolvimento para a região”. A universidade não traz o desenvolvimento, mas, sim, a universidade educa para a construção do desenvolvimento. Ela constrói pessoas que podem ser capazes de desenvolver a sua comunidade a partir da sua ação, da sua articulação e da sua compreensão de mundo. É nesse sentido que a gente precisa olhar: os movimentos sociais conseguiram dar um papel para a educação e para a universidade. Agora, querem acompanhar a universidade na sua trajetória. É o movimento social se mantendo permanentemente em debate com a universidade pra rediscutir o papel que a educação pode ter. Então, essa relação é uma via de mão dupla, na qual os movimentos formaram um grande debate que criou a UFFS e, agora, a universidade precisa debater com os movimentos pra que a educação desejada realmente aconteça e forme cidadãos capazes de pesquisar e construir na sua sociedade uma nova realidade social. É isso que nós precisamos e é esse o papel que os movimentos conseguiram dar para a nossa universidade.

Professora da UFFS participa do Décimo Congresso Latino Americano de Botânica



Professora Caroline em frente ao seu pôster.
 Por Josiane Ribeiro (Projeto Comunica/UFFS-Realeza)
 
Entre os dias 4 e 10 de outubro, Caroline Heinig Voltolini, professora do curso de Ciências da UFFS participou do Décimo Congresso Latino Americano de Botânica na cidade de La Serena localizada na Região de Coquimbo, Chile. O evento contou com a presença de participantes vindos de países além da América Latina como, por exemplo, os Estados Unidos e a Inglaterra.

Em entrevista ao Comunica, a professora Caroline conta que “o projeto foi uma parceria”, que surgiu com uma tese desenvolvida por Thaysi Ventura de Souza, aluna do mestrado da Pós-Graduação em Biologia Vegetal da UFSC, juntamente com as professoras Terezinha Paulilo e Marisa Santos sobre dormência em sementes. Foi feito um estudo sobre a semente do garapuvu, em que se observou os acontecimentos que levam-na a germinar, tirando por conclusão que o fator que influencia a quebra da dormência nessa espécie é o aquecimento. A apresentação foi em forma de pôster, no qual o assunto da tese foi dividido em pequenas partes, de acordo com o tempo tido para apresentar, cerca de uma hora.

A participação de professores da UFFS em congressos internacionais engrandece não apenas o currículo de cada um como também aponta novas possibilidades de trabalhos a serem desenvolvidos em sala. A professora Caroline enfatiza um trabalho que foi apresentado que tratava: “sobre etnobotânica, buscando o conhecimento das pessoas de comunidades tradicionais com relação às plantas, o que elas utilizam no dia-a-dia para fazer processos educativos. Era um processo de educação partindo do conhecimento tradicional.” Visto que hoje o campus de Realeza não dispõe de laboratórios para que sejam desenvolvidas pesquisas, muitas das explanações não poderiam ser aproveitadas, porém, para o futuro “praticamente tudo poderá ser utilizado aqui, dependendo dos assuntos, do enfoque”, salientou a professora.

Sobre a importância da valorização da pesquisa básica, a professora Caroline afirma que: “um trabalho como esse, no futuro pode colaborar com o reflorestamento, ter um processo de quebra de dormência mais eficiente, mais barato para fazer as mudas.”

Um ponto positivo de viagens internacionais é a oportunidade oferecida para treinar a fala e principalmente a leitura de línguas estrangeiras, neste caso, o espanhol, já que as palestras eram em sua maioria no idioma do país. Prova disso é o depoimento da professora Caroline: “eu iria mil vezes.”