terça-feira, 26 de abril de 2011

Editais do Programa de Bolsas 2011 da UFFS sofrem complicações e geram descontentamentos

Por Charline Barbosa

As discussões anteriormente realizadas por todo o grupo da UFFS, Universidade Federal da Fronteira Sul, ocorreram pelas mudanças dos editais que promovem as especificações do Programa de Bolsas que a instituição disponibiliza aos seus acadêmicos. A seleção dos alunos se dá por meio da análise do índice de vulnerabilidade socioeconômica (IVS).

O ano de 2011 iniciou com a troca do representante da reitoria da UFFS, acarretando na entrada de uma nova Diretoria de Assistência Estudantil (DAE). Essa nova direção tem o entendimento de que o aluno, ao ter um desempenho satisfatório, deve ter aprovação em qualquer componente curricular. Isso isentou a possibilidade de alunos bolsistas reprovados em alguma disciplina no 2° semestre de 2010 participarem do Programa de Bolsas.

Com isso, os critérios estabelecidos pelo edital n° 011/UFFS/2011, que permitia a inscrição de alunos com média 6,0 (seis) no conjunto dos componentes curriculares, mediante a apresentação de justificativa assinada pelo docente, foram reavaliados e reorganizados. Esta nova reorganização implicou na criação do edital n° 031/UFFS/2011, composto por novos critérios para avaliação.

O então novo edital trouxe consigo a proibição para alunos bolsistas que não obtiveram média 6,0 (seis) em qualquer componente curricular, não podendo, então, participar da análise do IVS. Isso gerou a exclusão de alunos e o descontentamento destes, assim como o descontentamento de professores e assistentes sociais.

Sendo assim, o diretório acadêmico do campus Realeza, juntamente com outros campi e toda a direção, realizaram pedidos à Diretoria de Assuntos Estudantis, que se encontra no campus-sede em Chapecó, para reavaliação do referido edital. Eles tiveram como propósito beneficiar os excluídos, trazendo o direito para todos, pois acreditam que o desempenho acadêmico vai além de questões envolvidas com notas e que na reprovação podem estar contidos problemas socioeconômicos, pessoais e familiares.

Após a realização do pedido à Diretoria de Assuntos Estudantis, esta achou ser de caráter autônomo e decidiu criar o edital n° 045/UFFS/2011 de maneira não planejada, gerando, assim, problemas a posteriori, como a falta de orientadores para assessoria aos Grupos de Estudos. O Edital n° 045/UFFS/2011, que veio como resposta aos descontentamentos, permite a participação dos estudantes bolsistas do 2° semestre de 2010 que não obtiveram a média estabelecida pela instituição. Ao mesmo tempo, permite, também, a inscrição de outros alunos que simplesmente correspondem às especificações de estarem cursando a 2ª ou 3ª fase do respectivo curso de graduação, terem cadastro ao programa de bolsas 2010 da Diretoria de Assuntos Estudantis (DAE) e cursarem, no mínimo, 12 (doze) créditos semanais. Isso implica na possibilidade de os acadêmicos reprovados em algum componente curricular obterem maiores possibilidades de conseguirem ajuda financeira e, consequentemente, afirmarem sua permanência na Universidade.

Com as definições impostas no Edital n° 045/2011, bolsa de estudos orientados, fica visível a existência de limitações errôneas e excludentes dos editais anteriores, pois o novo edital oferece outra forma de favorecimento aos alunos que não foram excluídos dos editais n° 011 e n° 031 diante dos que sofreram tais limitações.

Houve casos específicos nos deferimentos das bolsas. Um deles foi o da acadêmica Danielle Cristina. No ano de 2010, ela era aluna do curso de Licenciatura em Ciências, passando a cursar Nutrição desde o primeiro semestre de 2011. A estudante, por ter sido bolsista e não ter obtido em 2010 desempenho acadêmico exigido, não teve sua inscrição deferida, em atendimento ao item 2.1 do Edital nº 031 para análise socioeconômica. Com essa restrição, a estudante preocupou-se com as dificuldades de permanecer na Universidade, buscando ajuda junto à assistência estudantil do campus. Os argumentos apresentados pela assistência foram de que, como o edital contemplaria apenas aos alunos da 2ª fase e 3ª fase, ela não poderia, da mesma forma, inscrever-se no programa, já que o edital não foi direcionado aos alunos da 1ª fase. Após a saída do edital n° 045, a aluna inscreveu-se no programa, não obtendo êxito. Ela ainda afirma, “fiquei extremamente preocupada, pois teria que abandonar o curso”.

Por estas duas complicações, fica visível uma contradição. A princípio, a acadêmica não pôde inscrever-se por entrar na especificação de ter sido bolsista e não apresentar desempenho exigido. Em seguida, não conseguiu ser contemplada por estar cursando a 1ª fase do curso de Nutrição.

Em entrevista ao COMUNICA, a Assistente Social do campus Realeza, Aline Scher, explicou falhas detectadas no decorrer deste processo criticando, em especial, o tempo limitado e a falta de profissionais capacitados. Além disso, afirma: “os campi não puderam participar da discussão das mudanças dos editais, porém, contraditoriamente, deviam seguir na íntegra as regras dos mesmos”. Considera problemático também as insuficientes explicações dos editais que, por não os acadêmicos estarem habituados à escrita formal e a termos usados nos editais, ocasionaram dificuldade na compreensão da escrita, gerando entendimentos ambíguos. “A cultura de ler e entender os editais ainda precisa ser construída. Notoriamente, a leitura e o atendimento das minúcias dos editais ainda é feito com bastante dificuldade”, diz a Assistente Social.

Também relatou a falta de valor com o profissional responsável pelas atividades relacionadas à análise socioeconômica, já que este tem a função de promover ao aluno carente a permanência na instituição. Porém, a autonomia dos profissionais é altamente restrita, subjugada pela Planilha que calcula o IVS. “Considero que esta planilha privilegia o econômico em detrimento do social, ou seja, questões bem específicas não são validadas pelo sistema, mesmo que a Assistente Social as perceba devido à sua formação, qualificação e imersão no processo”, relata Aline.

Outra falha que ocorreu em meados do processo foi a impossibilidade do cumprimento da função das Assistentes Sociais, como, por exemplo, não poder, após a entrega dos envelopes lacrados, fazer o requerimento aos alunos dos documentos complementares necessários para finalizar a análise. Esta atividade é de total discernimento da profissional em questão, pela capacidade a ela atribuída. Ao que a Assistente afirma: “não pudemos efetuar nosso trabalho, pois não tínhamos a permissão para juntamente com os alunos, após o resultado, verificar os documentos complementares que foram esquecidos pelos mesmos”. Ela, então, teve que se sujeitar a executar o previsto pelo edital, que estabelecia a desclassificação aos que não entregaram todos os documentos e não se previa momento posterior para a entrega destes.

Enquanto para a Assistente as falhas ocorridas no edital foram desgastantes em função da carga horária exercida além daquela estabelecida e a falta de valor para com o profissional, para muitos alunos, o prejuízo foi ainda maior. Isso é evidenciado no caso da aluna Dalila Kurpel, do curso de Licenciatura em Ciências. O provimento da bolsa lhe foi indeferido por falta da apresentação dos documentos necessários. Dalila conta: “Corri atrás de tudo. Fui também solicitar orientação com a Assistente Social. Faltavam alguns documentos. Consegui, em seguida, o restante, mas já estava em cima do prazo, não dando tempo para revisar com cautela. Fechei o envelope e mandei. Marquei uma entrevista para o dia 14, acabei esquecendo”. Felizmente, ela conseguiu a bolsa de estudos orientados firmando, assim, sua permanência na Universidade.

Em entrevista, a aluna Raquel de Oliveira, também do curso de Licenciatura em Ciências, comentou não ter se preocupado com a questão referente aos editais, pois, por ter sido repetente em um componente curricular, mas por não ter sido bolsista no ano de 2010, pôde participar do processo de análise socioeconômica deste ano. Ela conseguiu bolsa do “Programa de Estudos Orientados”.

Assim como muitos estudantes, Rayanne Ribeiro, do curso de Nutrição, relata não ter se inscrito nas bolsas de iniciação acadêmica, pois perdeu o prazo de entrega dos documentos. Ela ainda comenta que, pela restrição das bolsas destinadas aos projetos de pesquisa e extensão específicos do curso de nutrição, acabou sendo prejudicada.

A forma de cadastro às bolsas mudou em comparação ao ano passado. Neste ano, os alunos interessados no programa primeiro responderam o formulário socioeconômico, podendo marcar entrevista com a assistente social para tirar dúvidas. Em seguida, era feita a análise dos formulários, juntamente com os documentos entregues à Assistente Social. Após a realização dessa análise, foi delimitada a situação que cada aluno se encontra, com base na fórmula:

(IVS = (Renda Familiar - ([GM] + [GS] + [GT]) + Bens patrimoniais ) - Agravantes

Número de pessoas incluídas no grupo familiar

Onde: GM= gasto com moradia; GS= gasto com saúde; GT: gasto com transporte.

Assim, o resultado do IVS é apresentado aos alunos, os quais examinariam em qual programa de bolsas compensaria se inscrever e, então, passar pelo processo de seleção final. Finalmente, ganharia (ou não) a bolsa de iniciação acadêmica ou bolsa permanência e um auxílio, conforme sua necessidade.

Os alunos contemplados com as bolsas de iniciação poderiam, em seguida, escolher um projeto para o qual deverão ter disponibilidade de 20 horas semanais para a realização do projeto escolhido, juntamente com o professor orientador responsável pelo projeto. Vinte e seis projetos foram abertos por professores. Esperava-se um número maior de alunos no programa; por este fato, houve projetos que ficaram sem a participação de alunos. Aproximadamente 110 alunos de 226 inscritos tiveram o pedido indeferido, ou seja, 48% dos alunos.

Ainda em entrevista, Aline Scher afirma que “tudo seria mais flexível se tivessem mais pessoas capacitadas e um processo mais bem elaborado”. Também refere que o assistente social está ali para exercer o trabalho dele.

A partir disso, percebe-se que o processo ainda está bastante falho, principalmente por não cumprir com seu objetivo maior. Ainda assim o aluno também deve buscar ter uma relação mais próxima com o Setor de Assuntos Estudantis, seja antes, durante e/ou depois da avaliação socioeconômica. Desta forma, o processo deveria se adaptar às condições do aluno, assim com o aluno ao processo, como via de mão dupla.

Com tudo isso, fica visível a falha que propicia dispensáveis obstáculos para a permanência dos alunos na Universidade.

De cara na UFFS




Por Will Cândido

Patrícia dos Santos,

Idade: 26 anos.

Graduanda da terceira fase do curso de Licenciatura em Letras, Português e Espanhol no campus Realeza – PR.

Bolsista do Projeto de Iniciação Científica “Ensino de gêneros orais e escritos”, coordenado pelo Prof. Clóvis Butzge, e voluntária do Projeto Comunica Realeza.

Relacionamento: Solteira

Uma frase: “A leitura nos proporciona orgasmos linguísticos” (Autor desconhecido).

Uma música: “Eu te amo” - Tom Jobim e Chico Buarque

Um livro: “O retrato de Dorian Gray” - Oscar Wilde

Um filme: Closer, perto demais.

Uma palavra: Essencial

Um hobby: Formula 1

Veio de: Francisco Beltrão.

Animal de estimação: Felipe (daschund).

De quem sente mais saudades: Da Dona Preta (mãe).

Por que a UFFS? “Escolhi a UFFS porque ela oferece o curso dos meus sonhos.”

O melhor da UFFS é: O curso de Letras.

O que está achando da UFFS? “Gosto daqui, aqui tem muita gente boa!”

Deu samba!

A história, a cultura e a poesia, que fazem morada nas letras da MPB,
são temas de curso promovido por professor da UFFS

Por Patrícia dos Santos

No dia 16 de abril, a Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza foi o ponto de encontro para uma tarde cultural. Alunos da graduação e comunidade participaram da primeira oficina do curso “História, cultura e poesia através das letras da Música Popular Brasileira”, que é coordenado (e ministrado) pelo Prof. Dr. Sérgio Roberto Massagli.

Sob os olhares curiosos do jovem público, Sérgio iniciou sua fala explanando a linha evolutiva da MPB nos séculos XIX e XX, e também sobre a estreita relação existente entre música e poesia. Mas o tema principal da oficina era o samba que, segundo ele, “foi gerado na Bahia e nascido no Rio de Janeiro”.

O tema rendeu muita conversa. Durante a aula os alunos visualizaram a história do gênero, desde a primeira gravação no Brasil, os estilos que o influenciaram (segundo Mário de Andrade), os principais sambistas, as transformações e a influência europeia (no caso a Bossa Nova que, ao unir o jazz e o samba na década de 50, ganhou repercussão internacional). Além disso, foi discutida a relação entre o samba e a malandragem durante a Era Vargas, os malandros na literatura e a politização destes durante o Estado Novo.

A oficina contou com a participação de dois alunos colaboradores no projeto. O bolsista Ivan Lucas Faust, acadêmico da terceira fase do Curso de Letras, fez uma mostra do duelo entre Noel Rosa e Wilson Batista, que teve início em 1933 e rendeu diversas canções para a história da música no Brasil. O aluno comentou a importância que o projeto está tendo na sua formação: “Aprendo muito sobre a história da nossa música, o projeto está ampliando meu conhecimento. A gente passa a entender melhor como a música foi utilizada na história do Brasil para demonstrar características do povo, expressar opiniões e impor regras de conduta”.

A acadêmica da primeira fase do Curso de Letras, Eline Barbosa, voluntária no projeto, apresentou um vídeo que falava sobre o Samba Exaltação e a construção da identidade nacional. Eline falou ao Comunica que se interessou pela iniciativa assim que soube de sua existência. Além disso, comentou a participação do público: “Compareceram pessoas de Realeza e de municípios vizinhos, o que me deixou contente. Ouvi muitos comentários dizendo ‘pena que é só uma vez por mês’”.


 Prof. Sérgio Massagli tratou de diversos temas
relacionados à história do samba no Brasil.

Em conversa com o Comunica, o professor Sérgio Massagli, comentou sua abordagem à representatividade da nossa música no exterior, nas figuras de Carmem Miranda e Ary Barroso, que, “com sua Aquarela do Brasil, tornaram-se estereótipos da nossa identidade. Através de filmes produzidos por Hollywood, como os longas-metragens da Disney, o samba, o carnaval, a mulher brasileira e o Rio de Janeiro, que se constituíram em clichês que ainda hoje nos identificam no exterior”.

Falou também sobre esse primeiro contato com os alunos: “Minhas expectativas em relação a nossa primeira oficina foram atingidas. Tivemos um bom público, com alunos dos diversos cursos da UFFS e também da comunidade”. Ao ser questionado sobre a receptividade do público ao tema abordado, foi positivo: “Pareceu-me que o tema (as relações da MPB com o contexto histórico em que as letras são produzidas), desperta um grande interesse e provoca um olhar diferente no papel que a música desempenha como mediador entre a sociedade, a história, a política...”. Finalizou dando uma prévia de como será a próxima oficina: “Iremos ao momento seguinte, que ficou conhecido como "os anos dourados" - a década de 1950. Tentaremos mostrar nessa oficina como a Bossa Nova representou um salto de qualidade na história da música popular brasileira, e a influência que teve e continua tendo nas gerações seguintes”.

A segunda, das quatro oficinas que compõe o curso, está prevista para o dia 18 de junho. É possível acompanhar os temas trabalhados e obter informações sobre horários e certificação através do blog do projeto: http://www.poesiampb.blogspot.com/ ou pelo e-mail: poesiampb@gmail.com .

¿ Por qué hablar español?


Por Bruna Madey Dalarosa e Daniela Zerbielli

O ensino de línguas vem se expandindo cada dia mais, não apenas em escolas especializadas e universidades, mas também no Ensino Médio. No Paraná, existe o Centro de Estudos de Línguas Estrangeiras Modernas – CELEM, que oferta atualmente nove idiomas: alemão, espanhol, francês, inglês, italiano, japonês, mandarim, polonês e ucraniano.

No Município de Realeza, o Colégio Doze de Novembro oferece, desde 2008, o Curso de Língua Espanhola através do CELEM.

Devido ao número expressivo de interessados na aquisição de uma língua estrangeira, surgiu a oportunidade de proporcionar esse aprendizado aos alunos da Rede Estadual de Educação Básica, matriculados no Ensino Fundamental (anos finais), no Ensino Médio, Educação Profissional e na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Também se estende aos professores e funcionários que estejam no efetivo exercício de suas funções na rede estadual, bem como à comunidade.

Em entrevista ao Comunica, a professora de língua espanhola Geraldina Gamla Bedin, afirma que: “O CELEM é uma oportunidade para os alunos e para a sociedade, porque hoje em dia aprender uma nova língua estrangeira auxilia na busca do emprego e também na hora de realizar o ENEM”.

Em Realeza, o trabalho produzido através do CELEM tem contribuído de maneira significativa na realidade educacional, com oportunidades de melhoria na perspectiva profissional, conhecimento das línguas e preservação da cultura das etnias formadoras do seu povo. É importante ressaltar que o domínio de uma segunda língua reelabora conceitos e visões de mundo, partilhando os saberes necessários para o exercício da cidadania.

Segundo Alvarino Andrade, aluno já formado pelo CELEM em língua alemã, na cidade de Toledo, “o Curso de línguas estrangeiras proporciona ao aluno a oportunidade de aprender novos costumes, hábitos e tradições, que são totalmente diferentes das que conhecemos”. O ensino de língua estrangeira possibilita ao aluno uma visão de mundo mais ampla, inserindo-os na sociedade como participantes ativos, não limitados à suas comunidades locais, mas capazes de se relacionar com a sociedade. A aluna Laura Siqueira, que está no 1° ano do curso de língua espanhola, confirmou: “O curso é muito bom e, além disso, é de extrema importância aprender uma nova língua, ainda mais o espanhol que é falado em nossos países vizinhos.

O Colégio Estadual Doze de Novembro conta com um Curso Básico de Espanhol com dois anos de duração. São quatro horas/aula semanais noturnas: na terça-feira e na quinta-feira o 1º ano e na quarta-feira o 2º ano, sempre das 19h00 às 22h15. Aos interessados, entrar em contato com a direção do Colégio Doze de Novembro pelo telefone (46) 3543 – 1172.

Comunica recebe: Diêh, o chargista da UFFS

 “É ele o cara das charges”
O entrevistado acredita ser reconhecido dessa forma pelos acadêmicos do Campus

Por Jéssica Pauletti (Ciências/UFFS)

Quem disse que só textos podem comunicar algo? Para contrariar essa indagação, o Comunica entrevistou o mais recente “famoso” da UFFS, Dieison Telles Dolinski, o chargista Diêh. Espera-se que desse modo todos da universidade possam conhecê-lo e apreciar de forma mais abrangente a arte desse simpático graduando de Licenciatura em Ciências e realezense de 18 anos.

Autorretrato de Diêh

 Com o apelido carinhoso dado pelos seus amigos, o chargista diz que assina os seus textos como Diêh ou Dick, desde seus 14 anos, época em que começou a desenhar. Seus trabalhos tiveram início quando ele estava em um cursinho de desenho usando grafite, mas desistiu na metade, só fez 5 meses. Segundo ele, por “falta de vontade”, o que não o fez parar de desenhar. Perguntado se haveria alguma inspiração específica para suas obras, Diêh diz que “depende do momento, do que vou desenhar, é tudo relativo”.

Sobre a opção por colocar caricaturas em suas artes, o chargista admite que sempre gostou de tirar uma “ondinha” de seus amigos, professores e colegas, mas sempre de forma sadia, e que por meio das caricaturas isso é possível. Do mundo dos chargistas mais badalados, Diêh gosta de Maurício Ricardo.

Questionado a respeito da remuneração pelos desenhos, o chargista Diêh comenta que para os amigos não cobra, afinal é uma forma de presente, sem dinheiro e, completa,“tenho isso como hobby”. Além disso, ganhasse dinheiro pelo seu trabalho isso poderia tirar sua liberdade de expressão bem como sua autonomia para fazer o que lhe seja conveniente, e isso o mesmo não quer.

A ideia de colocar os desenhos no mural da UFFS foi dele e de sua amiga Rayane, pois ele passava pelos corredores e via os folhetos na parede só com informações sérias, e aquilo o estava cansando, então a intenção dos desenhos conforme Diêh era “quebrar a seriedade dos murais” e se fosse possível descontrair os acadêmicos. Assim, segundo ele, os desenhos que vão para os murais estão relacionados com os acontecimentos diários e que podem render uma boa sátira. Além dos murais da universidade, ele publica as charges no Orkut e Facebook.

Perguntado a respeito da repercussão das charges pelos corredores universitários, Diêh acredita que as obras estão sendo bem recebidas, ele diz que é legal estar andando e o pessoal dizer “é ele o cara das charges”. Apesar de nem todos os admiradores não conhecerem o Dieison, mas conhecem o “cara das charges” e para ele isso já está bom. Ele acredita que as charges dentro ou fora da universidades podem ser consideradas uma forma de comunicação, pois “nas entrelinhas delas existe uma mensagem, uma alfinetada ou algo desse tipo” enfatiza.

Sobre sua charge favorita, Diêh diz ser a “The End”: “Gosto dessa porque vai chegar um momento em que o SENHOR G não vai mais ter festa nenhuma para ele acabar, então festinhas de criança seria uma boa opção”.


 “The end”


Para evidenciar seu bom humor ao final da entrevista, o Comunica solicitou que Diêh deixasse algum comentário ou recado e ele aproveitou o momento para deixar seus agradecimentos que foram exprimidos dessa forma: “Queria mandar um abraço à minha mãe, ao Trevas, à Rayane, à Josy e em especial pro meu fã club DIÊH LOVER'S e dizer pras minhas fãs que tenham calma que tem Diêh pra todo mundo”. Portanto pode-se considerar Diêh um artista que não esquece de ninguém, como pode ser observado.

A acadêmica de Ciências Maiara Vissoto, falou ao Comunica a respeito das charges no Campus. Ela diz que gosta das charges, porque elas expressam de forma sarcástica e engraçada o que acontece na realidade dos acadêmicos da UFFS – Realeza: “Os desenhos são incríveis”, enfatiza a acadêmica. Além disso, Maiara espera que as charges sejam fonte de inspiração para mais alunos publicarem atividades criativas e interativas.

Campanha de Educação contra a Dengue em Realeza


Por Maria Eduarda T. P. Collaço

A Prefeitura Municipal de Realeza com parcerias de escolas do Município, iniciou uma Campanha de Educação Contra a Dengue no dia 8 de abril. Essa atividade tem como objetivo, conscientizar os habitantes de Realeza e procurar possíveis focos do mosquito dengue. Essa atitude foi tomada, pois já foram comprovados 13 casos da doença na cidade.

O trabalho foi uma iniciativa da Prefeitura de Realeza que obteve a colaboração das principais Instituições de Ensino da cidade: Colégio Dom Carlos, Colégio Independência, Colégio João Paulo II, Colégio Menino Jesus, Colégio Real, Colégio Santo Antônio e a Universidade Federal da Fronteira Sul, totalizando aproximadamente mil jovens e crianças.

Com orientação da Secretária Municipal da Saúde, Camila Eduarda Viano, os jovens que foram separados em grupos por bairro, na sexta feira pela manhã e pela tarde, efetivaram a campanha, fiscalizando os terrenos em busca de possíveis focos de mosquitos e conscientizando os moradores. Mesmo com esse trabalho, a aluna do Colégio Real, do 2º ano do Ensino Médio, Juliana Gregal, achou que não foi o suficiente para conscientizar os moradores: “Acredito que para as crianças que ali estavam com o grupo do colégio e professora, elas se conscientizaram. Já para os moradores do bairro, ajudou apenas na forma de pensar.”

Os moradores receberam muito bem a maioria dos jovens. Além dos elogios, também os convidavam para entrar, como ocorreu na casa de dona Rosângela: “Meus queridos, vocês não desejam comer alguma coisa? Tomar um tererê? Podem entrar, fiquem a vontade!” A estudante do Colégio Real do 2ª ano de Ensino Médio, Bianca de Toni conta sobre a sua experiência na Campanha: “Fomos bem recebidos pelas casas, todos bem humildes sem nenhum preconceito conosco. Mas percebemos que há uma desigualdade entre as famílias, uns tem mais outros menos, faz parte da sociedade”.

Os jovens coletaram aproximadamente 3 toneladas de lixo, que continham ou poderiam vir a conter água parada. Um verdadeiro perigo, pois é aí que as larvas se desenvolvem.

Além de atingir seu objetivo, a campanha também trouxe outros benefícios para a comunidade de Realeza. Como a promoção de interação dos jovens, adolescentes e crianças de todos os bairros. O coordenador Pedagógico do Colégio Real, Sr. Samir Woof comentou a respeito da importância do acontecimento: “Foi uma ótima experiência para os nossos alunos, porque viram uma realidade diferente da deles e alguns até ficaram muito surpresos com a baixa qualidade de vida que perceberam em sua própria cidade”

A campanha foi concluída com sucesso. Grande parte dos moradores foi conscientizada sobre as medidas que devemos tomar para ajudar a combater a dengue. E, para reforçar, vale lembrar: fique atento a objetos que podem acumular água parada, procure sempre retirar a água acumulada e lavá-los.

Universitários da UFFS/Realeza participam da I Mostra de Iniciação Acadêmica

                                                                                                Sara Marciniak
 “Este projeto me fez ver que o que realmente quero
 é Biologia”, Maiara Fantinelli, durante a Mostra

Por Will Cândido

Foi realizada no sábado, 16 de Abril, a I Mostra de Iniciação Acadêmica da UFFS/Realeza. Ex-bolsistas, professores, técnicos e a comunidade acadêmica em geral participaram do evento. Foram expostos banners dos projetos de iniciação desenvolvidos ao longo do segundo semestre de 2010.

Os acadêmicos que eram bolsistas desses projetos realizaram a apresentação oral dos mesmos e responderam a perguntas feitas pelo público ali presente. Os projetos estavam relacionados aos quatro cursos que constituem o campus, a saber, Letras, Nutrição, Veterinária e Ciências.

Nos projetos do curso de Letras, foram expostas as diversas maneiras de se escreverem diferentes tipos de textos. O Projeto Comunica tem como objetivo “estimular a leitura e a produção de diferentes gêneros textuais”, enfatiza a acadêmica Patrícia dos Santos sobre o projeto do qual era bolsista.

As experiências obtidas pelos acadêmicos do curso de Nutrição serão indiscutivelmente úteis para a sua formação futura. Nos projetos, foram buscadas soluções para problemas com relação à higiene de cantinas e padarias, tendo sido formulado, através disso, um manual de boas práticas. Em algumas pequenas cooperativas de produtores de bolachas, “fizemos fichas técnicas para a padronização, melhorando, assim, a qualidade dos produtos oferecidos”, conta ao Comunica Sarajane Marciniak.

Os acadêmicos do curso de Medicina Veterinária realizaram projetos sobre as doenças bovinas: brucelose, mastite e tuberculose. Eles procuraram casos das doenças no interior de Realeza. Cada um dos bolsistas expôs os sintomas, vacinas e o que fazer caso a criação adquira uma dessas doenças. “Fomos muito bem recebidos nas comunidades e residências onde estivemos. Os produtores rurais demonstravam uma excelente expectativa em relação à Universidade Federal da Fronteira Sul aqui em Realeza”, responde Doglas Lunardi a uma pergunta feita durante a apresentação.

Os projetos do curso de Ciências estavam ligados às áreas de Física e Biologia. No projeto de Física, foram buscados métodos para melhorar o desempenho dos alunos nesta disciplina. Já no projeto de Biologia, pesquisaram em escolas, tanto urbanas quanto rurais, como estava sendo vista a questão do meio-ambiente, e se estava sendo praticada com os alunos a educação ambiental. Ao fim do projeto, foi constatado que a educação ambiental era muito mais efetuada nas escolas do meio rural do que nas do meio urbano.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Projeto “Ampliando Conhecimentos em Linguística e Literatura”

Primeiras oficinas aconteceram no
dia 09 de abril e contaram com boa
participação do público

Por Patrícia dos Santos

A Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza recebeu no sábado, dia 09 de abril, professores do Ensino Básico e graduandos de Letras, tanto da própria Universidade como de outras instituições, para participar das primeiras oficinas promovidas pelo projeto “Ampliando Conhecimentos em Linguística e Literatura”, coordenado pela Profa. Dra. Sabrina Casagrande.

No turno da manhã, os alunos assistiram à primeira parte da oficina “Tratamento da variação linguística em sala de aula", ministrada pelo Prof. Ms. Clóvis Alencar Butzge, que tratou sobre o ensino de línguas. O professor falou ao Comunica sobre esse trabalho: "A oficina 'Tratamento da variação linguística em sala de aula' visa abordar alguns conceitos teóricos da perspectiva variacionista de língua, defendida pela Sociolinguística, e articular tais conceitos ao ensino de língua através da pesquisa sociolinguística e dos gêneros textuais orais e escritos. A aceitação da diversidade linguística, assim como da cultural, é um passo importante para uma escola democrática e inclusiva."

Já no turno da tarde, a própria coordenadora do projeto fez uma explanação sobre Linguística, desde seu surgimento, seu reconhecimento como Ciência até seus mais recentes estudos. A professora Sabrina, em conversa com o Comunica, afirmou que “as oficinas de sábado foram bastante produtivas, em termos de discussão dos assuntos abordados”. Além disso, comentou que a participação dos professores do Ensino Básico trouxe grande contribuição às discussões. Finalizou frisando a importância da participação do público: “Ainda foi muito tímida a participação desses professores. As turmas, em sua maioria, estavam compostas por alunos do curso de Letras. Esperamos que, para as próximas oficinas, tenhamos uma maior participação dos professores e, além disso, convidamos os alunos do curso, que não participaram, que participem, pois avalio ser uma ótima oportunidade de complementar seus estudos”.

O aluno Alceni Lagner, acadêmico da terceira fase do Curso de Letras da UFFS, participou da oficina sobre Linguística e falou sobre a experiência: “Participar da oficina foi gratificante, pois, além de nos proporcionar um deleite na retórica da linguística, ainda nos levou a debates com assuntos que envolviam desde o pensamento estruturalista ao gerativista, sem contar que a presença de professores da rede pública abrilhantou o evento”.

Os próximos encontros ocorrerão no dia 14 de maio. Pela manhã, o professor Clóvis Butzge ministrará a segunda parte da oficina “Tratamento da variação Linguística em sala de aula”, e, pela tarde a professora Sabrina Casagrande dará continuidade à sua fala sobre Linguística.

As inscrições seguem através do e-mail: formacaocomplementar.inscricao@gmail.com, e, mais informações sobre os próximos encontros poderão ser encontradas no blog do projeto: http://formacaocomplementar.blogspot.com/. A participação é gratuita e o aluno receberá um certificado de 8 horas/aula para cada oficina.

Special Service e sua equipe

O Comunica entrevista a equipe de vigilantes do Campus Realeza para conhecer seu trabalho
  
                                                              Christiano Castellano/UFFS
A vigilante Rosilene em mais um dia de trabalho
no campus provisório

Por Marina Maria Rodrigues

No dia 01 de março de 2010, a empresa Special Service deu início aos serviços prestado à Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS na cidade de Realeza, foi a primeira empresa terceirizada a dar início ao trabalho no campus provisório.

A partir desta data, se forma a primeira equipe de vigilantes a trabalhar na UFFS - Campus Realeza, com esforço e com muita dedicação tem o seu trabalho reconhecido a cada dia, não apenas pela administração do Campus e pelos técnicos, mas também pelos professores e alunos.

“A qualidade dos serviços e o profissionalismo da empresa vem se ressaltando entre as outras dos serviços terceirizados do Campus Realeza”. É o que afirma o assistente da Coordenação Administrativa, Maikel Douglas Florintino, o qual comentou ainda sobre a responsabilidade e a organização dos vigilantes e que nunca teve nenhuma reclamação a respeito da empresa Special Service.

Vigília Diurna

Em conversa com o Comunica, o vigilante líder do grupo, Orivaldo Lauriano Barbosa, conhecido como “Seu Barbosa”, comenta sobre a união do grupo de vigilância: “Nós temos uma equipe ótima, não há intrigas entre nós, somos unidos”. Segundo ele, foi essa mesma união que fez com eles conseguissem comprar uma geladeira para a guarita, um fogão, um armário improvisado e agora um sofá, pois o trabalho do grupo é de 24 horas.

Seu Barbosa ainda comenta sobre a preparação da equipe: “Temos reciclagem do nosso curso a cada dois anos em Cascavel, o que nos deixa capacitados cada vez mais para trabalhar, é claro que aqui, na Universidade, é bem diferente que um banco, mas se for necessário imobilizar uma pessoa e tomar as devidas providências faremos da maneira certa”.

O Campus Realeza conta com uma vigilante mulher, Rosilene Aparecida Ghizzo Alves Soares, que há pouco mais de um ano iniciou a carreira como segurança, a qual relata ao Comunica a importância de trabalhar na UFFS: “Eu faço o que eu gosto, e recebo por isso! Quer coisa melhor? Para mim a experiência não tem igual, a cada dia gosto mais daqui, tem seus prós e os contras, mas são coisas do ofício”. Ela ressalta também o reconhecimento de estar atuando numa área em que predominam homens, e que nunca passou por uma situação preconceituosa ou constrangedora por ser uma vigilante feminina.

Vigília Noturna

O segurança José Carlos Rama, que neste dia 18 de abril se aposenta como segurança, diz ao Comunica que sentirá saudades da profissão, principalmente de trabalhar na UFFS: “Vou sentir saudades, mas vou curtir minha aposentadoria, é claro que virei visitar meus colegas”. Comenta nunca ter imaginado que depois de 28 anos de profissão se aposentaria como segurança de uma universidade federal, ainda mais em Realeza.

Há três meses, o segurança Cleberson Barbosa começou a trabalhar na UFFS e comenta que sentiu muita diferença entre trabalhar em um banco e trabalhar em uma universidade: “A nossa própria segurança é a principal diferença, estar aqui é mais seguro e ter contato com as pessoas, a circulação de pessoas é grande, os tiozinhos bêbados tinha lá também, só não tinha “casaizinhos” em volta do banco, aí temos que mandar eles voltarem para a aula”.

Há seis anos Adilar Luiz Baroni atua na área de vigilância e há um ano e um mês está trabalhando para a Special Service, antes de trabalhar na Universidade trabalhou no Instituto Nacional do Seguro Social – INSS, compara os dois ambientes e afirma: “No INSS, trabalhava sozinho e movimento é quase o mesmo, a diferença mesmo é não trabalhar armado”.

Já Edson Amaro iniciou sua carreira de vigia na UFFS, e conta ao Comunica como tem sido essa experiência: “É um ótimo lugar para trabalhar, que nem meus colegas disseram, não precisamos trabalhar armados. Eu imagino quando tiver mais alunos aqui ou no campus novo, provavelmente teremos mais companheiros de trabalho”. Edson explica ainda sobre a importância da reciclagem do curso, que é um componente para a formação dos vigilantes e que acontece a cada dois anos, pois eles reveem e apreendem novas técnicas, além de terem aulas de legislação, “afinal as leis mudam”, diz o vigia.

Os seguranças deram importância ao fato de não trabalharem armados, o que dá a eles mais segurança, e de como os seus serviços têm sido reconhecido no Campus Realeza. Ainda comentaram o contato com os alunos, as amizades que fizeram e com os funcionários não só da instituição, mas os de outras empresas terceirizadas.

Sobre os fatos do dia a dia, contaram as situações inusitadas como encontrar animais silvestre pela Universidade: tatus, cobras, aranhas, lebres, raposas, graxaim (cachorro do mato), entre outros.

Special Service

Com objetivo de oferecer segurança e serviço de qualidade, em 1996 foi criado o Grupo Special Service. A empresa atua nos setores de escolta armada, segurança eletrônica, segurança pessoal, vigilância armada, serviços especiais e fretamento rodoviário.

Hoje, a Special Service tem seus serviços consolidados em todo o Brasil, com sede em Curitiba/PR, Itajaí/SC e Santa Cruz do Sul/RS. Para conhecer melhor a Special Service acesse: http://www.specialservice.com.br/.


Representantes estudantis da UFFS participaram do 59º CONEG

                                                                                               Jéssica Pauletti
A plenária final teve integração acadêmica e 
concluiu os trabalhos dos 3 dias de CONEG


Por Jéssica Pauletti


Mais de 500 estudantes se reuniram em São Paulo, na Universidade Paulista
(UNIP), Campus Paraíso, nos dias 08, 09 e 10 de abril de 2011, para o 59º Conselho Nacional de Entidades Gerais (CONEG) da União Nacional dos Estudantes (UNE). A representação dos diretórios acadêmicos (DAs) e diretórios centrais dos estudantes (DCEs) de todo o país estavam concentrados nos debates acerca dos temas de assistência estudantil e melhoria na qualidade do ensino superior, do Plano Nacional de Educação (PNE), além da convocação e início do processo rumo ao Congresso Nacional da UNE (CONUNE).

Programação

A programação iniciou na sexta-feira, dia 08, às 9h30, com a abertura do Seminário Nacional de Assistência Estudantil da UNE. Nessa mesa principal, havia convidados do Ministério da Educação (MEC), Universidade Federal do ABC (UFABC), Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace) e a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. Na ocasião, os participantes dialogaram com a plateia sobre o tema: “Qual política de assistência estudantil nós queremos para o Brasil?”

À tarde, continuaram os trabalhos com mesas simultâneas de discussão entre os acadêmicos ainda com o enfoque principal na área assistência estudantil. Nas mesas, foram debatidos temas como da questão acadêmica (xerox, bolsas de pesquisa e extensão etc). Ademais, houve uma mesa que abordou questões de gênero e raciais nas políticas da assistência e, por fim, outra mesa que discutiu as condições de permanência na universidade (restaurante universitário, moradia estudantil e transporte).

No sábado dia 09, as atividades começaram por volta das 9h00 com a realização de 12 grupos de discussão (GDs) que ocorreram ao mesmo tempo. Os temas foram os seguintes: conjuntura política nacional; movimento estudantil e o papel dos DCEs na rede da UNE; PNE: financiamento público da educação no Brasil; PNE: regulamentação do ensino superior privado; PNE: valorização dos profissionais e a luta por qualidade; PNE: pacto nacional pela erradicação do analfabetismo; PNE: democratização do acesso ao ensino superior; PNE: gestão democrática na educação; preparatório para o encontro de mulheres estudantes da UNE; preparatório para o encontro de negros e cotistas da UNE; movimento de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e trangêneros (LGBT).

À tarde, no auditório da UNIP, concentraram-se todos os estudantes para a realização da Conferência Especial sobre Política Internacional. Quem comandou a mesa foi o convidado Celso Amorim (ex-ministro das Relações Exteriores). Na oportunidade, ele pôde destacar qual a importância de haver uma boa integração com os outros países, pois isso enriquece as bases econômicas, políticas e educacionais do desenvolvimento interno do Brasil.

A programação foi finalizada com a plenária final, no domingo, às 10h00, na qual foi apresentada a “Carta de São Paulo – Convocação do 52º Congresso da União Nacional dos Estudantes”, a qual elencou a importância desse fórum, pois está em disputa o novo PNE, e portanto essa é a hora das reivindicações serem postas no papel para o governo cumprir. Nessa plenária também foi aprovado o regimento do congresso, bem como a “Carta do I Seminário de Assistência Estudantil da UNE”, a qual aponta as políticas que presisam ser cumpridas para que o estudante possa ter condições de se formar, e por último e, não menos importante a aprovação de inúmeras moções ligadas à vida acadêmica das várias instituições do país.

UFFS no evento
 
Pela primeira vez a representação dos estudantes do Campus Realeza tive a oportunidade de participar de um conselho tão importante como este, visto que todos os assuntos que envolvam educação estão diretamente ligados aos acadêmicos da UFFS (a representação do campus Laranjeiras também se fez presente no evento). Também foi o momento de conversar com lideranças da UNE para explanar quais são as dificuldades gerais sofridas pelos acadêmicos desse e demais campi, devido a isso, no final da plenária, foi aprovada a “Moção de apoio à efetivação da Universidade Federal da Fronteira Sul através de infraestrutura e contratação de professores e funcionários”, a qual pode ser encontrada na íntegra no site www.une.org.br

Em conversa com o Comunica, o representante do DCE do Campus de Laranjeira do Sul, Cheilon Fabiano Maczewski destacou que está na hora dos acadêmicos da UFFS e seus representantes participarem desses eventos pois há troca de informações, aprendizagem e cultura entre todos os DCEs. O representante Cheilon Maczewski ainda salienta que essa foi a oportunidade de mostrar que a UFFS existe, pois muitos nem sabiam disso, assim UFFS passa a se integrar com as demais instituições públicas e privadas do Brasil, bem como com a UNE e UPE.

O presidente da UNE, Augusto Chagas, também falou ao Comunica e demostrou satisfação pela realização do 59º CONEG, pois foi a oportunidade das lideranças estudantis discutirem o PNE, levantarem dificuldades que ocorrem em suas instituições. Chagas também chamou atenção para a aprovação do regimento para o 52º CONUNE, que será o próximo grande evento da UNE, a ser realizado entre os dias 13 e 17 de julho de 2011 em Goiânia, quando delegados estudantis de todo o país elegerão a nova diretoria da UNE e suas diretrizes para os próximos 2 anos.

Sobre a participação das novas instituições universitárias em programações da UNE como neste conselho e demais eventos, Augusto Chagas ressaltou que os novos estudantes são sementes plantadas no terreno da UNE e que são essas lideranças que passam a rejuvenescer e fortalecer os trabalhos da UNE, e ainda podem trocar informações e aprenderem mais.

terça-feira, 19 de abril de 2011

De cara na UFFS


Por Will Cândido

Mateus Wilians Jandrey, Idade: 20 anos

Graduando da terceira fase do curso de Licenciatura em Ciências, Biologia, Química e Física no campus Realeza – PR.

Relacionamento: Solteiro

Uma frase: “o mundo que você quer depende do que você faz” (desconhecido)

Uma música: Zaluzejo – O Teatro Mágico

Um livro: Vinte Mil Léguas Submarinas – Júlio Verne

Um filme: V de Vingança

Uma palavra: Felicidade

Um ídolo: O professor Bertochi

Um Hobby: Jogar ioiô

Veio de: Cascavel - PR

Do que sente mais falta: Do direito de ir e vir

Por que a UFFS? “Sempre quis ser professor de física, e eu gostei da proposta do curso de ciências que engloba a minha área. Não podia abrir mão de uma universidade federal, por isso estou aqui. O curso está ampliando a minha visão do conhecimento.”

O melhor da UFFS é: “A interação entre diferentes pessoas, culturas e ideias que cada um tem a passar e aprender.”

Nutrição é primeira turma da UFFS a ter aulas em laboratórios

                                                                                                                                     Dianir/FAG
Alunos de Nutrição em aula prática na FAG de Cascavel


Por Charline Barbosa

Pela necessidade que se dá na realização de aulas práticas em laboratórios, a turma da 3° fase de Nutrição da UFFS - Universidade Federal da Fronteira Sul - através de uma parceria com a FAG - Faculdade Assis Gurgacz - de Cascavel, pôde realizar aulas práticas, ministradas pelas professoras Ms. Cassiani Pedroso e Dra. Susana Schleemper nas disciplinas de ‘Bases da Técnica Dietética e Culinária' e 'Anatomia', respectivamente.

Vale salientar que as viagens aos laboratórios estão se desenvolvendo pelo fato de a Profa. Dra. Rozane Bleil ter se disponibilizado para tal realização. Também se faz importante o fato de que os alunos não estão tendo custo com ônibus pois, foram custeados pela Universidade. Apenas estão tendo gastos com alimentação.

As aulas que já aconteceram, foram realizadas nas quartas-feiras dos dias 06/04 e 13/04. Após estas duas aulas, o restante se efetuarão quinzenalmente. Serão no total sete aulas práticas realizadas nos laboratórios da FAG com as duas disciplinas mencionadas, até o mês de junho.

Em entrevista, a Profa. Coordenadora do Curso, Camila Rossi, que acompanhou os 36 acadêmicos na viajem, conta que as aulas foram realizadas com a ajuda de técnicos da Faculdade, houve a divisão dos alunos em duas turmas para se realizar com mais eficácia as aulas; no período da manhã uma turma participou da aula de Anatomia e a outra teve Bases da Técnica Dietética e Culinária. Invertendo no período da tarde.

No mês de junho, que encerrará as sete aulas práticas destas disciplinas, serão analisados as condições dos laboratórios do UFFS - Realeza. Em caso de condições adequadas para uso, contendo os equipamentos necessários, as aulas práticas do próximo semestre ocorrerão no próprio campus. Na falta de recursos necessários nos laboratórios, as aulas serão realizadas em outras instituições, podendo ser novamente na FAG e havendo possibilidades de serem realizadas na UTFPR, de Francisco Beltrão, Dois Vizinhos ou Pato Branco.

Ainda em entrevista, a Profa. Camila disse que para o próximo semestre, caso não estejam prontos os laboratórios do campus e seja necessário o deslocamento dos acadêmicos, além da disciplina de 'Técnica Dietética e Culinária Aplicada', será encaixada outra disciplina nas grades do curso a fim de aproveitar a viajem.

O acadêmico do Curso de Nutrição, Gabriel Bonatto, em entrevista disse que as aulas práticas são importantes pois, “são nas aulas práticas que os conhecimentos adquiridos em sala de aula são entendidos, aprendidos e gravados de forma mais clara e definitiva. Muitas das dúvidas que temos em sala de aula, são esclarecidas nas aulas práticas com o contato mais próximo com as situações que possivelmente encontraremos em nossa prática profissional”.

Tanto os professores quanto os alunos sabem da importância que se dá na realização de aulas práticas mas, na visão do acadêmico Gabriel, nem todos entendem que, no momento, a melhor opção é está. E ainda diz, que entende qual são as reais situações que a UFFS está passando mas, acredita que esse deslocamento é necessário para suprir as necessidades de aprendizagem, estando disposto a aproveitar estas viagens.

Fitoterapia para animais

Trabalho acadêmico busca investigar o uso de fitoterápicos nas propriedades rurais de Realeza

Por Vanessa Pagno

No início deste primeiro semestre de 2011, acadêmicos do curso de medicina veterinária da UFFS receberam do professor Dr. Adolfo Firmino da Silva Neto uma proposta de aulas práticas, para a disciplina de Iniciação à prática científica. Essa proposta consiste em um desafio aos alunos, no qual eles mesmos terão que desenvolver um projeto de pesquisa.

O professor Adolfo salienta que um aspecto fundamental da pesquisa, que não pode ser negligenciado, é a formulação de uma pergunta inicial, que servirá como guia para o projeto. "A partir da criação dessa pergunta científica, começou-se um estudo dos diferentes modos de elaborar pesquisa. Essas práticas ajudam o aluno a entender a dimensão e o conteúdo da disciplina, auxiliando em sua formação”.

Nesse trabalho, estão sendo desenvolvidos vários temas de pesquisa, entre eles está o de fitoterapia de animais, investigado por cinco acadêmicos da primeira fase do curso de medicina veterinária (Josiane Gaggiola, Maria Luiza Bassanesi, Luana Bombana, Juliana Geraldi e Jean Boesing), com o auxílio do professor Dr. Valfredo Schempler.
A fitoterapia consiste na utilização de diferentes ervas medicinais no tratamento de diversas doenças. Diante da carência financeira, ela seria uma alternativa viável para a maioria dos pequenos produtores rurais. Outra vantagem para esses produtores é que há uma grande diversidade dessas ervas, o que facilitaria o uso dessa técnica de tratamento. Diante da importância da fitoterapia e da escassez de pesquisas em medicina veterinária sobre esse assunto, fato destacado pelo professor Valfredo, torna-se necessário estudar essa técnica.

Para a pesquisa, os acadêmicos estão realizando um levantamento de dados por meio de um questionário, no qual a pergunta inicial é: “quais as plantas medicinais utilizadas por produtores como fitoterápicos no tratamento de animais, em Realeza-Paraná". O grupo já realizou visitas a produtores rurais da cidade, que responderam ao questionário. O que se observou, nas respostas dos produtores, foi que há pouco uso desses fitoterápicos. Em geral, opta-se por medicamentos, pois têm resultados mais rápidos, embora o custo seja maior.

A partir dessa pesquisa, pretende-se ter o conhecimento sobre quais plantas medicinais podem ser usadas, entender como usá-las de forma adequada e, posterioremente, instruir os produtores rurais sobre a utilização dessas plantas no tratamento de doenças. Além disso, um outro objetivo é divulgar os resultados encontrados em revistas científicas, ou outros meios de comunicação, com o intuito de levar esse conhecimento sobre o uso de plantas medicinais a outros, resgatando, assim, a cultura popular, para que ela não se perca.

Atividades do CEEG pautam temas relacionados à educação

Representantes estudantis dialogam a situação das politicas educacionais do Paraná e do Brasil

Por Jéssica Pauletti

Na sexta-feira, dia 08 de abril, antes de partirem para o 59º Conselho de Entidades Gerais (CONEG) da UNE, cerca de 45 representantes de diretórios acadêmicos (DAs) e diretórios centrais dos estudantes (DCEs) se reuniram em Curitiba – PR, no casarão da União Paranaense de Estudantes (UPE), para a realização do Conselho Estadual de Entidades Gerais (CEEG) da UPE. Na ocasião, houve a discussão sobre temas relacionados com a educação e reforma política, bem como o reforço da luta nacional dos estudantes por 10% do PIB e 50% do fundo social do pré-sal para a educação.

De início, pode-se conhecer O Grupo Tortura Nunca Mais – Paraná, que é uma das entidades responsáveis pela luta dos direitos humanos no estado. Por meio desse grupo, houve a criação do “Projeto resistir é preciso” que procura abrir um espaço de discussão acerca de elementos sociais e políticos através do aprendizado lúdico. Esse trabalho é feito pela banda “Homens Vermelhos” que exibiu parte do seu repertório de músicas e atividades.

A mesa de discussão formada pela manhã contava com a presença do secretário de Ciência e Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, Alípio Leal Santos Neto, o qual afirmou que a educação sempre está em evolução e desse modo é necessário pensar em meios de fazer essa evolução se concretizar. Um dos grandes problemas destacados pelo secretário Alípio é que a sociedade está cheia de seres formatadores (tecnicistas) e não formadores (críticos) e isso acarreta prejuízos para o desenvolvimento humano, político, social e cultural.

Em seguida, houve o pronunciamento do deputado federal Angelo Vanhoni (PT/PR) que acrescentou outros pontos vindos ao encontro com o que seu companheiro jé estava discutindo. O deputado federal ainda salienta que as políticas educacionais, no momento, estão proporcionando mais desigualdade entre os brasileiros, pois não há valorização do educador e nem do educando. Entre 0 e 6 anos existem cerca de 13 milhões de crianças fora da escola. De 30% a 40% dos jovens não conclui o ensino médio. Conforme o deputado federal Vanhoni para que haja ampliação das universidades e o suporte adequado dos estudantes, os recursos necessários devem ter um destino adequado e beneficiar de forma eficiente esses estudantes.

                                                                                                                              Jéssica Pauletti
Participação considerável das entidades
estudantis do Paraná no CEEG

Pela tarde, a mesa foi composta pelo deputado federal Florisvaldo Fier (Dr. Rosinha) do (PT/PR) que destinou sua fala para a questão da reforma política, em que só com democracia as pessoas conseguem ter uma representação perante a sociedade. Para o deputado Rosinha, grande parte da população pensa somente que a educação tem problemas, mas há outros setores que apresentam falhas, é o caso da justiça eleitoral do estado paranaense que têm pessoas incapacitadas para ocuparem cargos, assim ele indagou sobre a criação da defensoria pública no Paraná.

Seguindo a programação, o presidente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) no Paraná, Milton Alves, apontou alguns obstáculos da política que acabam gerando problemas na educação, como o baixo financiamento público nessa área, que implica em uma visão conservadora e de controle social mais eficiente, com a repressão dos estudantes que lutam por reformas. Ele salienta que o governo destina um número exorbitante de verbas públicas para campanha políticas, ao invés de investir, por exemplo, no ensino superior que, infelizmente, 30% dos que começam na universidade conseguem concluí-la.

Depois do evento, a representante da faculdade União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC), da cidade de Foz do Iguaçú, Jenifer Oliveira, conversou com o Comunica, a qual disse que os debates de sexta foram produtivos, pois abordaram os temas que estavam no CONEG, como a questão da reforma política. Jenifer Oliveira ressalta que o evento no estado antes de outro, a nível nacional, possibilitou esclarecer dúvidas e discutir o Plano Nacional de Educação, que acaba influenciando nas políticas educacionais do Paraná.

Quem também falou ao Comunica foi o representante estudantil da UFFS Campus Laranjeiras do Sul, Cheilon Fabiano Maczewski, que afirma o quanto foi importante os diretórios acadêmicos participarem do evento tanto estadual quanto nacional. Ele destacou que todos os envolvidos no CEEG da UPE querem lutar pela educação no Brasil e, portanto os acadêmicos da UFFS devem estar cientes do que está acontecendo no cenário nacional, pois as decisões podem influenciar diretamente na vida acadêmica. Ele ainda comenta que esse momento foi a oportunidade de conhecer e debater com políticos do Paraná e que somam-se aos estudantes na luta por nossos ideais.

“Corpo são, mente sã”

Mudança no cardápio da merenda escolar contribui com saúde dos alunos

Por Daniela da Rosa e Michelle Batistella

A alimentação escolar do Estado do Paraná melhorou nos últimos anos, especialmente em 2011. Um exemplo é o Colégio Estadual Doze de Novembro, que está seguindo a Lei Estadual n° 14.423, que está em vigor desde o dia 02 de junho de 2004. Essa lei determina padrões de qualidade nutricional nas unidades educacionais públicas e privadas. Atendendo ao preceito nutricional, ficou expressamente proibida a venda de alimentos industrializados como: refrigerantes, sucos artificiais, salgados fritos, doces em geral.

O diretor do Colégio Doze de Novembro, Moacir Marchi Furtado, que está há dez anos na direção, conta ao Comunica que hoje em dia há mais diversidade de alimentos mandados pelo Governo do Estado, e que anteriormente o governo enviava uma cota para aquisição de produtos perecíveis, os quais eram adquiridos pelo colégio. O diretor Moacir complementa que “a partir do ano de 2011, o colégio passou a fazer parte de um programa do Governo Federal, no qual são repassados produtos da agricultura familiar através da Coopafi (Cooperativa de Comercialização da Agricultura Familiar Integrada)”.

A merendeira Otilha Pivatti, que trabalha no Colégio há doze anos, comenta que no início havia muita comida industrializada, que não agradava os alunos. Atualmente, a alimentação escolar teve muitas melhorias, inclusive há uma nutricionista responsável no Estado, mas, segundo Otilha Pivatti, o ideal seria haver uma nutricionista por município. A merendeira Santina Veloso, há 26 anos atuando em escolas, concorda que as mudanças foram boas, especialmente o acompanhamento de uma nutricionista, que faz o cardápio composto por comidas saudáveis, como saladas, carnes e frutas.

A professora de Educação Física, Adriana Sassi, há três anos atuando no Colégio Doze, argumenta que “uma coisa ótima foi o fechamento das cantinas, pois mesmo que os alunos gostem de comer comidas industrializadas, isso foi um beneficio para a sua saúde, antes as comidas eram industrializadas, e hoje em dia é mais natural, mais saudável. Para a alimentação isso foi maravilhoso. A ingestão de carboidratos, proteínas, vitaminas, fibras, ficou mais equilibrada. Agora, os alunos têm comida à vontade.”

Ouvida pelo Comunica, a professora Ms. Camila Rossi, coordenadora do Curso de Nutrição da UFFS, concordou com as proibições impostas pela lei estadual. Inclusive, como mãe, ela vê dificuldade na educação alimentar: “Tenho um filho numa escola privada e tenho dificuldade de fazer sua adequação alimentar”, segundo ela, porque se ele vê os colegas comendo lanches não saudáveis, também quer.

Para a professora Camila, o acompanhamento constante de um nutricionista é muito importante, até porque a Lei 14.423 é bastante simplista quanto aos alimentos que devem ser consumidos. Ela destacou o trabalho do Centro Colaborador em Alimentação e Nutrição Escolar (Cecane), o qual poderia assessorar órgãos públicos, dando cursos e orientações às merendeiras e às direções das escolas.

As alunas Bruna Madey e Daniela Zerbielli destacam que, com as mudanças de cardápio, a merenda escolar deixou de ser uma comida industrializada requentada e ficou com gosto e cheiro de comida caseira. As alunas destacam que até mesmo as merendeiras passaram a ter mais prazer em preparar as refeições, pois a variedade de alimentos lhes permitiu serem mais criativas. Para Bruna e Daniela, a boa alimentação tem contribuído, inclusive, com o rendimento escolar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Estudantes do Ensino Médio participam do Projeto Comunica

Projeto de extensão da UFFS auxilia na produção de textos e contribui
 na preparação para o vestibular e ENEM


Por Daniela da Rosa (Col. Est. Doze de Novembro) e Maria Eduarda Collaço (Colégio Real)

A Universidade Federal da Fronteira Sul está promovendo o Projeto Comunica que tem como objetivo desenvolver a capacidade de leitura e escrita dos participantes, estudantes do Ensino Médio e Ensino Superior.

O Projeto Comunica iniciou em agosto de 2010, porém se tornou um Projeto de Extensão em março de 2011, visando o envolvimento da comunidade com a Universidade. O coordenador do projeto, Prof. Ms. Clóvis Alencar Butzge, afirma que, além de trabalhar a produção e interpretação de textos, o aluno do Ensino Médio também terá um contato maior com a Universidade se acostumando com o ambiente acadêmico.

Um dos colaboradores do projeto, Prof. Ms. Marcos Roberto da Silva, percebeu um grande destaque nos textos dos acadêmicos integrantes do projeto: “Eles escrevem com mais coerência e coesão”.

Os acadêmicos participantes do projeto acreditam que o envolvimento do Comunica com os estudantes do Ensino Médio é importante para seu desenvolvimento na prática de ensino, como diz a acadêmica do Curso de Letras, Marina Maria Rodrigues: “Este é o nosso primeiro contato com os alunos do Ensino Médio, e tem sido de suma importância para a nossa formação como professores e para eles, futuros acadêmicos”.

A professora de Língua Portuguesa Valéria Barbiero, do Colégio Estadual Doze de Novembro, afirma que o Projeto Comunica pode contribuir para a formação dos alunos de Ensino Médio: “Ajuda, porque auxilia o aluno, esclarece suas dúvidas, proporciona ao aluno o conhecimento de novas opiniões e ambientes de estudo. Ajuda na produção de redação e na resolução de questões de interpretação.”

O interesse dos alunos do Ensino Médio pelo projeto partiu da necessidade de melhorar a habilidade de produção textual. Os estudantes preocupam-se com os vestibulares e ENEM, nos quais um dos critérios avaliativos de maior peso é a capacidade de escrita. É o caso da aluna do Colégio Estadual Doze de Novembro, Bruna Madey Dalarosa, a qual acredita que o Comunica contribuirá na sua formação e na sua preparação para os vestibulares.

Além do interesse do aluno, há o interesse dos pais que incentivam seus filhos a participarem, como por exemplo a Prof. Ms. Ana Carolina Teixeira Pinto, mãe da aluna do 2º ano do Colégio Real, Maria Eduarda Collaço, a qual acredita que o projeto é importante pois “aprendemos a escrever escrevendo”.

Já a Sra. Jandira Martins Fernandes tem outro interesse sobre a participação de sua filha, estudante do 2º ano do Colégio Estadual Doze de Novembro, Daniela da Rosa, pensando que sua filha se dedicará mais aos estudos, tendo mais compromissos e responsabilidades.

O Comunica é um laboratório textual que visa desenvolver a criatividade do estudante, deixando ele livre para escolher os temas que lhe interessam, além de proporcionar ao aluno um contato maior com diferentes gêneros textuais.

58º Jogos Escolares Paranaenses – JEP's


Jogo realizado no Ginásio de Esportes
do bairro Jardim Primavera, em 2009.

Por Bruna Madey Dalarosa, Daniela Zerbielli e Michelle Batistella Vieira (Col. Est. Doze de Novembro)

O Município de Realeza realizou, entre os dias 29 e 30 de março, a primeira fase dos Jogos Escolares Paranaenses – JEP's. O evento contou com a participação de alunos do Ensino Fundamental e Médio da rede pública e privada.

Os participantes foram divididos em dois grupos, o Classe A (alunos de 15 a 17 anos) e o Classe B (alunos de 12 a 14 anos) . As modalidades ofertadas, em modalidades para ambos os sexos, foram: voleibol, futsal, futebol de campo, basquetebol e handebol.

O Comunica entrevistou o professor de Educação Física, do Colégio Estadual Doze de Novembro, Agostino Munaro para saber sua opinião a respeito da realização desses jogos: “Os jogos ajudam na integração e na confraternização dos alunos”. O aluno Renan Rosalino, que jogou futsal pela Classe A, tem uma opinião parecida: “Para que o time consiga obter um bom desempenho, é preciso que haja compreensão entre os colegas, mesmo que existam diferenças fora da quadra”.

A segunda fase (regional) ocorrerá entre os dias 29 de abril e 05 de maio nas cidades de Santa Izabel do Oeste e Ampére. Esta fase oferece, além das modalidades citadas anteriormente, o tênis de mesa e o xadrez.

A terceira fase, que abrange um número maior de municípios (macrorregional), será realizada entre os dias 07 e 12 de junho. A fase final, que ocorrerá entre os dias 02 e 09 de julho, também trará novidades nas modalidades, com o atletismo e a natação. Todas essas datas estão sujeitas a alterações.

Existem também as fases para alunos portadores de Necessidades Especiais (NEE). Em Realeza existe apenas uma Escola Especial, a APAE, portanto os alunos não precisam participar das eliminatórias municipais.

Em conversa com o Comunica, a secretária de educação do Município, Leocádia Andreolli, frisou a importância da participação de portadores de necessidades especiais nos jogos, pois além desses alunos ultrapassarem seus próprios limites, acabam mostrando aos demais que é possível a cada um superar suas dificuldades.

O secretário de esportes Jonas Buzatta, que há cinco anos é responsável pela organização dos jogos em Realeza, declarou que é importante para o aluno saber tanto ganhar quanto perder, pois na vida nem tudo se ganha. Disse que, participando desse tipo de atividade, o jovem adquire experiência para conviver num meio de competitividade.

O “dono dos dedos”

Por Marina Maria Rodrigues (Letras/UFFS-Realeza)

Para dominarmos uma marionete e fazermos um belo trabalho é preciso ter conhecimento do que se está fazendo. Pode-se dizer: tem que saber dominar o boneco. Além disso, deve-se trabalhar com agilidade e calma, afinal de contas marionetes são objetos delicados.

Concordemos, querido leitor, que um show de marionetes bem organizado é algo maravilhoso, pois o dono dos dedos sabe representar, utilizar seus conhecimentos a respeito da arte teatral, é ágil e confia em si mesmo, sabe o que está fazendo.

Mas imagine agora um espetáculo teatral sem direito a ensaios, por exemplo um stand up, cheio de improvisos, sem cenário, um teatro quase estático. Se o condutor da apresentação não souber o que fazer e se perder nos movimentos das marionetes, aí teremos um belo desastre.

Para dar vida a minha divagação, conto-lhe minha experiência como marionete. Sinto-me um pouco constrangida em dizer como fui manipulada e como isso prejudicou a mim e outros bonecos. O problema não estava em nós, simples bonecos conduzidos por um ser, o problema era que o “dono dos dedos” não sabia nos guiar.

Sem saber o que fazer, ele perdeu o ritmo e a sintonia. Para você ter uma ideia, quando era hora de dançarmos, ficávamos parados, sem nos mexer. Quando era hora de gritar e ir à luta, continuávamos paralisados. E quando mexia seus dedos desjeitosamente acabava estragando os próprios bonecos, deixando-os impossibilitados de dar sequência ao show.

A situação foi ficando pior, o público passou a não gostar do que estava vendo e começou a levantar e ir embora; alguns, mesmo não gostando, ficaram para ver até onde iria esse desastre teatral.

O pior foi que o “dono dos dedos”, sem pensar, acabou nos largando no meio do palco, todos nós ficamos caídos no chão, sem poder nos mexer, imóveis e olhando para uma multidão que também olhava para nós. Uma das ocasiões mais constrangedoras de minha vida.

Imagine-se você, leitor, nessa situação, como uma marionete manipulada por um “dono dos dedos”, sem instrução e preparação. Por isso, tome cuidado para não ser um marionete, pois são bonecos. E bonecos não têm opinião própria, visão política e capacidade intelectualmente de agir por si próprios.

A vida real é bem diferente de uma peça de teatro, mas infelizmente ainda há por aí muitos “donos dos dedos”.

Curso de Letras elege os primeiros representantes

 A chapa eleita: Da primeira fase, Eline, Débora e Everson.
Da segunda fase, Josiane, Marina e Lucas.

Por Patrícia dos Santos (Letras/UFFS-Realeza)

O Curso de Letras da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Realeza elegeu na última sexta-feira (08) os primeiros representantes do seu Centro Acadêmico.

Alunos das duas turmas votaram para aprovar a única chapa inscrita, UAL – União dos Acadêmicos de Letras, composta por alunos da primeira e da terceira fase.

Entre as propostas apresentadas, a chapa UAL priorizou a interação entre ambas as fases, com o intuito de promover maior representatividade do Curso perante a Universidade.

Além disso, a chapa propôs que atividades culturais sejam ampliadas, como é o caso do Sarau Literário que teve duas edições em 2010 e agora, com a chegada da nova turma, será repensado a fim de promover, além de apresentações culturais diversas, palestras voltadas para os futuros professores de Português, Espanhol e Literatura.

A presidente eleita do C.A., Marina Maria Rodrigues, em conversa com o Comunica, agradeceu a confiança dos colegas e reforçou: “O Centro Acadêmico do Curso de Letras pretende fazer com que o Curso ganhe notabilidade. Necessitamos de atividades variadas que incentivem a cultura. Além disso, é de suma importância que haja interação entre as turmas”.

Comissão é formada para fiscalizar obras do campus definitivo

Alunos da UFFS animam-se com a construção do campus de Realeza

Por Charline Barbosa (Ciências/UFFS-Realeza)

Em seu segundo ano, a Universidade Federal da Fronteira Sul, UFFS, ainda se encontra em instalações provisórias, sofrendo, assim, com a falta de recursos estruturais necessários para a realização de aulas e pesquisas. Porém, o processo de construção do campus definitivo dará, aos poucos, forma ao esperado primeiro bloco, o qual possui salas de aula e três laboratórios, tendo data de término para o final do ano de 2011.

Com a criação de uma comissão fiscalizadora, formada por alunos, professores e técnicos administrativos, as obras tomam rumos diferentes, pois as atenções se dobram aos passos dados pela construtora. Em caso de complicação, acadêmicos e toda a comunidade universitária serão rapidamente informados para auxiliar nestes problemas, a fim de tornar mais rápido o processo de construção.

A comissão de fiscalização conta com o relatório que apresenta o “Programa de Necessidades” para os projetos executivos da Infra-estrutura do novo campus universitário da UFFS. Este relatório fornece a explicação detalhada de dados do contrato, prazos de entrega, objetivos e os projetos envolvidos, como, por exemplo, projeto de implantação urbanística e paisagismo, projeto geométrico, projeto de terraplanagem, projeto de esgoto e sistema de tratamento de água.

A área para implantação do campus está inserida no perímetro urbano, em lote com área total de 85,00 ha. O projeto para construção conta com centro de eventos, laboratórios didáticos, restaurante universitário, centro administrativo, sala para professores, centro esportivo com ginásio, campo de gramado para futebol, duas piscinas olímpicas aquecidas, quadras para tênis, guaritas de segurança, entre outros recursos.

Em entrevista, a acadêmica Danielle Cristina, integrante da comissão de fiscalização, salientou a preocupação que todos estão tendo com as obras. Segundo ela, “faremos o possível para acelerar o processo de construção e finalização das obras, pois todos queremos um campus que forneça estruturas necessárias para aulas, pesquisas, extensão e administração em espaços adequados”. Para finalizar, informou que a obra terá prazo para ser entregue até 2015.

Movimentos sociais na UFFS

A consolidação da universidade precisa do apoio de várias entidades, inclusive dos movimentos sociais
  
                                                                                                                        Ivonei Gomes/UFFS
Várias pessoas estiveram no evento

Por Jéssica Pauletti (Ciências/UFFS-Realeza)

Realizou-se, na última segunda-feira, dia 04 de abril de 2011, às 14h00, uma assembleia organizada pelo CAMVET (Centro Acadêmico de Medicina Veterinária), que contou com a participação dos representantes dos outros centros e Diretório Acadêmico, membros de movimentos sociais da região, Direção de Campus e demais pessoas da comunidade acadêmica e local. O intuito principal foi discutir acerca das dificuldades que os estudantes do Curso de Medicina Veterinária estão sofrendo, como a falta do hospital veterinário e laboratórios das áreas específicas.

Para início, leu-se uma carta, a qual relatava a importância dos Movimentos Sociais na implementação da UFFS. Em seguida, foi aberto um espaço para que representantes estudantis de Nutrição, Sarajane Marciniack, e Ciências, Juan Corrêa, expusessem a situação de seus cursos especificamente (o Centro Acadêmico de Letras ainda está em fase de constituição, por isso não teve representante) e do Diretório Acadêmico, Edenilson de Souza, sobre as dificuldades gerais dos estudantes. Os docentes de Medicina Veterinária, Adolfo Firmino da Silva Neto, Carina Franciscato e Patrícia Romaneoli, também se pronunciaram a respeito do assunto.

Em nome dos movimentos sociais, Inácio Werle integrante da Fetraf-Sul (Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar da Região Sul) colocou a preocupação que eles estão tendo com os problemas enfrentados pelos acadêmicos da UFFS. Segundo Inácio, para tentar amenizar esses danos, é preciso montar-se uma força tarefa que esteja pronta para lutar pelos ideais reivindicados pelos educandos. Ele deixou em aberto a possibilidade de um outro encontro, na qual os principais representantes dos estudantes possam conversar diretamente com os movimentos para deliberar os assuntos de cunho emergencial e de que forma pode-se trabalhar em cima disso.

Em conversa com o Comunica, o acadêmico e presidente do CAMVET, Fabrício Bernardi, elencou alguns pontos relevantes do encontro. Segundo ele, espera-se que essa reunião possa motivar os estudantes de Medicina Veterinária e dos demais cursos para se engajarem na luta pela estruturação do Campus para que a formação de todos seja de qualidade.

Outro ponto destacado por Fabrício é que alguns representantes dos movimentos sociais relataram que “não estavam inteirados totalmente a respeito de como está o processo de construção da UFFS e da falta de condições ideais e dificuldades que os acadêmicos estão enfrentando”, portanto, para o líder estudantil, essa assembleia foi proveitosa já que foi o início de uma aproximação dos movimentos com os acadêmicos.

Sobre uma nova reunião entre os acadêmicos e os movimentos, Fabrício espera que haja um contato mais próximo, possibilitando estabelecer metas e meios de ação e articulação para que se possa somar forças para buscar a consolidação da construção da UFFS e desse modo ter uma formação de qualidade a todos.


A mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores, o mesmo jardim

Durante a semana, o Comunica buscou saber o que fazem as pessoas sentadas nos bancos do calçadão municipal de Realeza

Por Will Cândido (Ciências/UFFS-Realeza)

Ao passar pelo centro de Realeza, o que mais chama a atenção de quem vem de fora, à primeira vista, é o seu esplêndido e extenso “calçadão”. Ocupando uma grande parte do centro da cidade, o calçadão municipal é uma marca realezense.

Pela manhã

Durante as manhãs, o calçadão é repleto de idosos. Entrevistando alguns deles, o Comunica encontra o Sr. Adão Borba, 61 anos, agricultor aposentado que, de maneira simples e rápida, disse o que estava fazendo ali: “Moramos na Colônia e ficamos sentados aqui esperando o banco abrir”. Como o Sr. Adão mora longe e necessita de ônibus para chegar até a cidade, ele, na maioria das vezes, chega bem antes de o banco abrir. Esse também é o motivo de muitas outras pessoas estarem sentadas nos bancos da praça pela manhã.

                                                                                                     Mayza Lora
 Clarice Borba e seu pai, Adão Borba,
esperando o banco abrir
Ao Meio-dia

Nesse horário, o comércio local se fecha, e muitos dos funcionários e proprietários que ali trabalham vão para casa almoçar.

Durante o horário de almoço, encontramos algumas pessoas que estão descansando nos bancos. O Sr. Marcelo Kops, 39 anos, gerente comercial, conversou com o Comunica e explicou o motivo para ele e sua esposa estarem sentados ali: “como trabalho em horário comercial, este é o horário que tenho à disposição para vir ao banco. Fomos almoçar e agora estamos aqui para dar uma descansadinha antes de voltar ao trabalho”. A esposa de Marcelo, Sra. Rosane Kops, dona de casa de 35 anos, complementa a fala do marido: “o calçadão é um local agradável para se sentar, bem fresco e arborizado. O clima hoje está bom, e aqui podemos descansar depois do almoço”.

À tarde

Nem todas as pessoas que ali se sentam estão aguardando o banco se abrir ou acabaram de voltar dele. O Comunica entrevistou algumas pessoas na parte da tarde que estavam a fim de uma espécie de lazer.

“Ficar em casa fazendo o que? Brigando com a mulher? Eu não! Venho aqui e me encontro com meus companheiros de antigamente”, afirma o Sr. Maximino Andrette, 65 anos, aposentado. O Sr. Maximino relata que vai praticamente todos os dias até o calçadão, tanto no período da manhã quanto no período da tarde, quando se encontra com os seus companheiros e começa a conversar.

“Sempre nos sentamos aqui, mas já estamos quase desistindo. Não ganhamos nenhum cafezinho, ninguém serve uma cervejinha”, diz o Sr. Nalredi Maria, 75 anos, aposentado. Conta que gosta de ficar ali, “proseando com os velhos e vendo os ‘bicho bão’ que passam na rua”. As pessoas sempre lhes perguntam: e na chuva, como é que faz? “Na chuva, podiam colocar uma tenda pra agradar os velhinhos aqui!”, responde o Sr. Nalredi.

                                                                                                     Mayza Lora
 Sr. Nalredi e Sr. Maximino vendo
o que “se passa” por Realeza
 À noite
Nas noites realezenses, o calçadão também é muito freqüentado, mas, desta vez, por jovens. Em conversa com o Comunica, a universitária Ângela Roman, de 20 anos, conta o porquê de ela e seus amigos estarem por ali: “Ficamos aqui, porque não tem um bar que permaneça aberto até tarde e não nos expulse dele, pois é tradicional aqui em Realeza os bares fecharem cedo”. Inconformada, ainda diz: “Nos bancos da praça ‘era’ permitido ficarmos tocando violão, mas agora não podemos mais”.

Realeza, por ser uma cidade pequena, ainda não está adaptada à rotina de uma cidade grande, ou à rotina de uma cidade universitária: “Procuramos o calçadão para tentar fazer algo que nos tire da monotonia. Estamos buscando diversão, já que a cidade não nos oferece opções de lazer. Reunimos a galera para tomar tererê, chimarrão e tocar violão, mas, infelizmente, nos últimos tempos, nem isso mais está sendo permitido por aqui. No geral, o calçadão, é um lugar excelente para dar uma descontraída”. O acadêmico que conversou com o Comunica foi Jonathan Agnes, de 19 anos.

Na madrugada

Sim, na madrugada também há gente sentada pelo calçadão. Bruna Gehlen, 22 anos, universitária, dá um depoimento: “morei anos em frente ao calçadão, então, sentar aqui para conversar com os amigos era algo bem comum para mim. A maioria das pessoas, quando sai das festas, passa pelo calçadão para ir para casa. Acho que por isso é meio que um ponto de encontro da galera”. O Comunica perguntou o porquê de ela estar ali na madrugada: “durante a madrugada, é um horário mais tranqüilo, principalmente nos fins de semana. Gosto de ficar aqui com os amigos conversando e contando piadas”.

Sarajane Marciniak, 20 anos, universitária, explicou os motivos de estar até tarde pelo calçadão. Contou algumas histórias: “geralmente, acabamos parando aqui no calçadão durante a madrugada, logo após chegarmos de alguma festa. Aqui no calçadão, podemos sentar e comentar com os amigos o que aconteceu durante a noite”.

Foi pedido o que ela achava dos bancos, e ela afirmou: “os bancos são ótimos. Sempre utilizamos eles para sentar, tomar tererê e conversar com a galera. Algumas vezes tocamos violão durante a madrugada, mas estamos parando com isso, pois é freqüente a chegada da polícia acabando com a nossa diversão”.
                                      
                                                                                                    Will Cândido
 Da esquerda para a direita, Luciana,
 Sarajane, Kerlly, Thaís e Yuri

É vista a variedade de pessoas que costumam ficar pelo calçadão realezense, sentadas em seus bancos. É notável a variedade de idades das pessoas que o frequentam e de horários em que cada uma costuma se sentar. Muito provavelmente, os jovens que se sentam à noite não têm a menor noção dos idosos que se sentam pela manhã. Os assuntos e os motivos pelos quais estão sentados lá são completamente diferentes uns dos outros. Essa é a variedade presente no calçadão realezense.